O Paraíso do Tuiuti abriu a segunda noite e pisou forte na Cidade do Samba. Como pede o enredo, a comissão de frente, comandada pela coreógrafa Cláudia Motta, mostrou uma dança vibrante. Detalhe importante de ser apontado é que todos os integrantes cantavam o samba, mesmo fazendo a coreografia. No comando da Super Som, mestre Marcão voltou oficialmente com o pé na porta. Uma apresentação impecável de um dos maiores comandantes de bateria da história do carnaval. Trabalho de excelência no ritmo do Tuiuti.

Ao site CARNAVALESCO, o mestre falou sobre o evento e a ansiedade dos ritmistas pelo desfile oficial. “Essa pandemia deixou a gente aí muito pra baixo. Agora que a gente está vendo a realidade do Carnaval, porque a gente respira isso. Nosso pão de cada dia vem do Carnaval. Eu acho que vinga, foi muito legal e está pegando forma”, disse Marcão, que emendou: “A gente acaba virando psicólogo do pessoal. Vamos conversando com eles pra não afrouxar. Já temos outro ensaio hoje. Não podemos parar, porque a gente se programou para o desfile hoje”, completou. * VEJA AQUI FOTOS DA APRESENTAÇÃO

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Extasiado ao fim do mini-desfile, vindo próximo da bateria, o diretor de carnaval do Paraíso do Tuiuti, André Gonçalves, elogiou o trabalho de todas as escolas no evento e aproveitou para falar um pouco sobre os próximos passos da escola.

“Primeiramente, o mundo do samba estava precisando disso. Fomos pegos de surpresa mais uma vez pela pandemia. E, o que aconteceu aqui, todas as co irmãs fizeram um trabalho maravilhoso. O Tuiuti passou para apresentar o que iremos fazer também na Avenida, em abril, dia 23 de abril. E, mostrando a garra da comunidade, mostrando a força, mostrando o que nós temos de melhor que é esse chão, essa comunidade maravilhosa. Vamos começar nossos ensaios novamente às segundas feiras, porém cumprindo ainda os protocolos, estamos aguardando para voltar para a rua, mas vamos realizar nossos ensaios de quadra na segunda feira com força total, e mostrar que o samba está aí, o samba não morreu. O samba está mais vivo do que as pessoas imaginam. Hoje estamos conseguindo realizar dois carnavais em um ano, isto está sendo maravilhoso”.

Os intérpretes Celsinho Mody e Grazzi Brasil formam uma combinação perfeita. A dupla conduziu com perfeição o ótimo samba-enredo do Tuiuti. Ao site CARNAVALESCO, Celsinho disse que a abertura do “Rio Carnaval” permitiu colocar pra fora um grito que estava preso na garganta: “Esses anos sem carnaval foram um tempo de muita angústia. Eu senti um grito preso na garganta. Por isso, ver o povo cantando lindamente o samba do Tuiuti me deixou com muita fé no trabalho que estamos desenvolvendo. Jogador não entra em campo pra perder, então nós vamos pra cima, fazer o maior Carnaval de nossas vidas. Vamos em busca da vitória com muita humildade”.

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Grazzi Brasil, parceira de Celsinho, está de volta ao Paraíso do Tuiuti. Para a cantora, apesar do adiamento da folia, o sambista não deixou de ser feliz. “Deu pra matar um pouquinho da saudade da festa. A energia do público foi maravilhosa. Foi lindo ver todo mundo cantando. O samba é nossa raiz, é resistência desde suas origens. Estar de volta ao Tuiuti com mais um samba necessário como o do enredo atual cria uma expectativa enorme para mostrarmos o nosso trabalho na Sapucaí. Vai ser lindo demais”.

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O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael e Dandara, esbanjou talento na pista. Sincronia nos movimentos, delicadeza nas horas certas e raça em outros momentos em que a música indica. A título de registro pelo que já representam no mundo do carnaval, a dupla não precisa ter o nome no pavilhão da agremiação. Foi um presente da gestão da escola, pode ser utilizado em ensaios de quadra, mas o símbolo da agremiação precisa estar “limpo” em eventos oficiais. Para a dupla, a abertura do Rio Carnaval foi um ato de resistência. “Depois de dois anos longe da nossa maior paixão, reencontrar o público provoca uma sensação indescritível. Não tenho palavras para expressar o que eu sinto nesse momento, só sei que é muito forte. O meu corpo inteiro está chorando de felicidade”, descreveu Raphael, que completou: “O samba é o nosso sangue e a nossa cultura. Essa raiz não pode morrer”, concluiu.

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“O sambista sofreu muito durante a pandemia, afastado do seu trabalho. Nesse momento em que não podemos estar no sambódromo, a nossa resposta veio com festa e alegria, do jeito que o sambista gosta. Hoje tivemos a chance de mostrar o quanto o samba permanece forte, apesar de tantos ataques. A Cidade do Samba é uma grande conquista do povo do carnaval, precisamos ocupar esse espaço que já é nosso. Essa linda iniciativa precisa se perpetuar”, afirmou Dandara.

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A escola caprichou na apresentação com figurinos especiais para alas de baianas e na ala de passistas. Muito bonito ver a arte do samba no pé e a valorização desse segmento tão importante e fundamental. É fundamental que olhem com atenção o processo realizado pela escola no pré-carnaval, porque em 2018 o caminho trilhado foi muito parecido com o que vem sendo realizado para o desfile de 2022. O quilombo do Tuiuti promete escrever uma nova história inesquecível no carnaval.

Participaram da cobertura: Alberto João, Gustavo Maia, Leonardo Damico, Lucas Santos, Nelson Malfacini e Rodrigo Madureira

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