InícioGrupo EspecialO coração pulsante da Viradouro: A comunidade que move o Carnaval

O coração pulsante da Viradouro: A comunidade que move o Carnaval

A Unidos do Viradouro desfilou na madrugada de domingo para segunda com o enredo “Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos”, sobre o líder quilombola do século XIX, hoje cultuado em religiões afro-indígenas. Lutando pelo bicampeonato, a escola apresentou, nos ensaios, uma excelência técnica que lhe garantiu a alcunha “patamar Viradouro”. Pouco antes do começo do desfile, o CARNAVALESCO conversou, na concentração, com componentes sobre sua relação com a escola de Niteroi.

“Fazer parte da comunidade da Viradouro é tudo de bom. A Viradouro é como se fosse um refúgio. Eu me sinto em casa, literalmente. Eu costumo dizer para todo mundo que eu que eu moro na Viradouro e visito a minha casa. Para mim, é uma verdadeira terapia, uma coisa que faz a minha cabeça, a minha mente ir para um lugar e ficar muito boa”, disse a estudante Mirella Santos, de 17 anos, em seu terceiro carnaval pela Viradouro.

mirela

“Comecei desfilando na Viradouro com 8 anos de idade. A coisa mais linda que eu acho na minha vida é participar. É muito bom, a gente esquece todos os problemas. Eu adoro. A garra da nossa comunidade é maravilhosa, todo mundo se dá muito bem”, enalteceu a cozinheira Ana Maria dos Santos, de 72 anos.

anamaria

Um dos mais aguerridos do carnaval em dias atuais, os torcedores da vermelho e branco de Niteroi marcaram presença, ao longo do ano, nos eventos da escola, que se iniciaram por volta de setembro e culminaram no desfile de março.

“Eu fui em todos os ensaios de rua, tanto de rua, tanto de quadra. Fui nessas disputas de samba, eu estava em tudo. Em um dos ensaios, tinha um telão que apresentava para gente as fantasias e a história através da fantasia. É importante frequentar a escola para ir criando aquele laço e saber o que está se passando. Para começar a entender o samba, o que você está cantando. Não só falar da boca para fora”, explicou Mirella.

“Todo domingo estávamos na Amaral Peixoto fazendo um ensaio perfeito, mostrando a força da Viradouro. A presença da comunidade, a presença que nós sentimos durante os ensaios, é algo muito bom”, relembrou o autônomo estreante na escola Kauã, de 21 anos.

Caua

A sensação do grande dia, porém, supera a de qualquer outro.

“Pisar na avenida é uma sensação única. Toda vez parece que é a primeira vez. O coração dispara, dá vontade de chorar, fico muito ansiosa. Parece que o coração para. É uma sensação muito boa”, descreveu Mirella.

“Todo ano é como se fosse meu primeiro na Viradouro. Já entro em lágrimas e termino em lágrimas. Estou até arrepiado agora. A emoção é muito forte. Essa escola é tudo para mim. Amo a Viradouro”, declarou o fotógrafo Jorge Luiz, conhecido como Jorginho da Viradouro, de 59 anos. Jorge desfila há 33 anos pela Viradouro.

jorge

“Quando eu entrar na avenida, vai ser um um sentimento muito bom, bonito. Pretendo levar esse título por mais um ano. Vai depender de Deus. Sem ele nós não conseguimos levar, mas ele vai dar força para a gente levar mais esse título para Niterói”, garantiu o funcionário público José de Oliveira, de 64 anos, que desfila há 10 pela Viradouro.

Joze

De fato, a comunidade é o coração pulsante de uma escola de samba. Bateria, baianas, comissão de frente… Nada se sustenta sem o apoio de cada componente.

“Antes de preparar um carnaval, preparar o desfile, precisa preparar a comunidade. Sem a comunidade não tem desfile. A comunidade é uma peça muito importante. O canto da comunidade é aquilo que move o público”, defendeu Kauã.

“O que diferencia a Viradouro é sua comunidade. É o chão que ela tem. Em respeito a todas as coirmãs, mas nosso chão é muito forte. Uma escola sem comunidade, não chega a lugar nenhum. Em respeito a todos os segmentos da escola, mas a comunidade é o ponto forte”, finalizou Jorge.

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