Era 29 de fevereiro de 2020, ano bissexto. Os sambistas estavam encharcados de alegria e água mesmo em virtude de uma torrencial chuva na Sapucaí. A Viradouro encerrava o seu desfile campeão. Foi a última vez que se viu um desfile no solo sagrado das escolas de samba. Ninguém imaginava que o mundo sofreria um abalo do tamanho de uma pandemia como a de Covid-19, que só no Brasil matou mais de 600 mil pessoas, muitas delas sambistas. Mais de dois anos de agonia depois os apaixonados pelo carnaval se reencontram com as escolas de samba na noite desta quarta-feira na Marquês de Sapucaí. Sete agremiações da Série Ouro abrem a primeira noite de apresentações após inúmeros adiamentos em virtude da pandemia de Covid-19. Em Cima da Hora; Cubango; Unidos da Ponte; Porto da Pedra; União da Ilha, Unidos de Bangu e Acadêmicos do Sossego iniciam a disputa pela cobiçada vaga no Grupo Especial no Carnaval 2023. Os desfiles têm previsão de início para às 21h.

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Para acompanhar cada desfile e seguir o que mudou no regulamento para os desfiles de 2022, a reportagem do CARNAVALESCO preparou um guia com os principais pontos do texto que rege as regras dos desfiles desta quarta e quinta da Série Ouro.

* Tempo de desfile: Mínimo de 45 e máximo de 55 minutos. Caso alguma escola ultrapasse o tempo de 55 minutos, haverá a perda de 0,1 décimo por minuto excedido. Em contrapartida, caso alguma escola encerre seu desfile com tempo inferior a 45 minutos, terá a perda de 0,2 décimos por cada minuto faltante;
* Obrigatoriedades: Pode acarretar a perda de 0,1 décimo por descumprimento;
* Número mínimo de componentes: 900;
* Baianas: mínimo de 35. Não sendo permitida a presença de componentes do sexo masculino. Exceto diretores;
* Comissão de frente: Mínimo de 10 e máximo de 15 componentes aparentes;
* As comissões de frente podem usar elemento cenográfico. Porém, não pode ultrapassar 36 metros quadrados;
* Ritmistas: Mínimo de 130 componentes;
* Não pode ter na bateria instrumento com a marca de outra agremiação;
* Alegorias: Mínimo de duas e no máximo de três alegorias. Sendo permitido um tripé ou quadripé. Punição de 0,1 décimo pelo descumprimento;
* Tripé/ Quadripé: Não pode passar de 6 metros de largura e somente pode ter no máximo 02 pessoas;
* Não pode ter alegoria acoplada;
* As alegorias tem que ter uma escultura artística. Não pode ter apenas elementos vivos.

EM CIMA DA HORA

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De volta para Sapucaí, após sete anos fora, a Em Cima da Hora, será a primeira escola a abrir a temporada de desfiles do carnaval do Rio de Janeiro em 2022. Estando atualmente na Série Ouro, a azul e branco de Cavalcante irá reeditar na avenida o enredo “33 – Destino Dom Pedro II”, desenvolvido pelo carnavalesco Marco Antônio Falleiro. Enredo clássico da escola de 1984, a temática fala sobre o trem 33 que saía de Japeri (baixada fluminense) com destino a Central do Brasil. Leve, o samba está na ponta da língua dos componentes da escola. Pedido pela própria comunidade, quando a agremiação subiu para a Série Ouro, o carnavalesco Marco Antônio juntamente com a diretoria atendeu o solicitado. Durante a pesquisa para desenvolver o enredo, ou melhor, fazer uma releitura do próprio. O carnavalesco da escola acabou percebendo que apesar do samba ser de 1984, ele ao mesmo tempo é atual. * SAIBA AQUI COMO SERÁ O DESFILE

CUBANGO

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Após o quinto lugar no carnaval de 2020 com o enredo “A voz da Liberdade”, a Acadêmicos do Cubango está apostando tudo no novo enredo para 2022, “O amor preto cura: Chica Xavier, a mãe baiana”. Apesar do luxo nos carros elaborados pelos carnavalescos Raphael Torres e Alexandre Rangel, a escola pecou em problemas técnicos em algumas alegorias. Com o objetivo de corrigir esses erros, a agremiação investe pela primeira vez no talentoso João Vitor Araújo. * SAIBA AQUI COMO SERÁ O DESFILE

UNIDOS DA PONTE

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Diretamente de São João de Meriti, Baixada Fluminense, para a Marquês de Sapucaí. A Unidos da Ponte vem de um carnaval muito criticado e considerado frio em 2020. Com o enredo sobre “Elos da Eternidade”, desenvolvido pelo carnavalesco Lucas Milato, a escola ficou na 12ª colocação da Série Ouro. Para o carnaval de 2022, a diretoria optou por trazer os carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques que já tiveram uma passagem pela escola. Com o enredo “Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia”, a escola vai levar para a avenida uma homenagem e a história da Santa Dulce, ou melhor, Irmã Dulce. * SAIBA AQUI COMO SERÁ O DESFILE

PORTO DA PEDRA

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A Unidos do Porto da Pedra é uma escola acostumada com o Grupo Especial, após 10 anos desfilando na Série Ouro, o sentimento de todos é um só: voltar para o lugar que de fato te pertence. A agremiação tem apresentado bons desfiles, ficando na terceira colocação em suas últimas três apresentações na Sapucaí. Para esse ano, o tigre quer voltar a rugir e sonhar com um lugar no Grupo Especial, para isso, conta mais uma vez com a carnavalesca Annik Salmon no desenvolvimento do seu carnaval, única mulher a comandar um escola no grupo. Com o enredo “O Caçador que traz alegrias”, a escola segue a linha de levar temáticas culturais para a avenida, a agremiação de São Gonçalo aposta na história de Mãe Stella de Oxóssi para emocionar a Sapucaí, escritora e yalorixá, ela lutou pelo respeito ao candomblé e marcou seu nome na história. * SAIBA AQUI COMO SERÁ O DESFILE

UNIÃO DA ILHA

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A União da Ilha teve no seu último carnaval, muitos problemas técnicos graves, e acabou rebaixada no Grupo Especial. De 2020 para cá, muitas movimentações aconteceram internamente, inclusive, uma nova votação para presidência por conta do falecimento do ex-presidente Djalma Falcão. Com a chegada do presidente Ney Filardi, a tricolor insulana iniciou um processo de resgate da alegria característica da Ilha. Pensando em não repetir os mesmos erros de 2020, a equipe de direção de carnaval em conjunto com os carnavalescos Cahê Rodrigues e o falecido, Severo Luzardo, chegaram na definição do enredo ‘O Vendedor de Orações’, sobre a padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida. * SAIBA AQUI COMO SERÁ O DESFILE

UNIDOS DE BANGU

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Desde 2018 desfilando na Marquês de Sapucaí pela Série Ouro, a Unidos de Bangu é uma agremiação de respeito da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro. A escola foi criada por conta de um bloco que teve a fundação feita por operários da extinta fábrica de tecidos de Bangu, que eram apaixonados por samba. No carnaval de 2020, a escola veio falando de “Memórias de um Griô: a Diáspora Africana Numa Idade Nada Moderna e Muito Menos Contemporânea”, no desfile tiveram erros que resultaram na 10ª colocação. Mas para este ano tudo será diferente, ainda mais falando em amantes do samba, é o que ela pretende levar para avenida neste carnaval. Nada de “bonecões gigantes” no desfile da Unidos de Bangu em 2022. Pelo menos é isso que o carnavalesco Marcus Paulo garantiu. Desenvolvendo o enredo “Deu Castor na cabeça”, que vai homenagear o mecena e contraventor Castor de Andrade, também vai contar a história do bicheiro com o bairro de Bangu. Quando Marcus chegou na agremiação, a diretoria logo disse que o enredo da Bangu para 2022 seria sobre Castor. * SAIBA AQUI COMO SERÁ O DESFILE

ACADÊMICOS DO SOSSEGO

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A Acadêmicos do Sossego pretende melhorar sua colocação e apresentação de desfile em 2022. Em 2020, a escola ocupou a oitava colocação da Série Ouro, com o enredo “Os Tambores de Olokun”, que teve o desenvolvimento dos carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques, que assumiram o trabalho faltando apenas 15 dias do desfile oficial. Agora, a escola do Largo da Batalha, em Niterói, optou pela contratação do carnavalesco André Rodrigues. Desenvolvendo o enredo “Visões Xamânicas”, o artista pretende levar para a avenida uma história atrelada ao presente e ao futuro. A ideia de falar sobre essa temática surgiu durante a quarentena, quando ele leu algumas reportagens falando sobre o processo de reestruturação de alguns lugares naturais com o afastamento da ação humana. Com as reportagens, André começou a ler o livro do líder Yanomami, Davi Kopenawa, e baseado na leitura ele começou a desenvolver o enredo. * SAIBA AQUI COMO SERÁ O DESFILE

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