O amor está no ar e conquistou nossos corações. O desfile da Unidos do Viradouro de 1998 venceu o 1º Campeonato dos Desfiles Campeões da Memória, em final realizada na noite deste domingo, ao bater por 4 votos a 3 o desfile da Estação Primeira de Mangueira de 2003.
A escola de Niterói recebeu votos de Samir Trindade, Leonardo Bessa e venceu pelo Instagram e Twitter. A Verde e Rosa levou votos de Eduardo Fonseca, Guilherme Ayupp e pelos votos do público no site CARNAVALESCO.
Como surgiu a ideia do campeonato:
Com o avanço da pandemia em todo o país e com as medidas restritivas das prefeituras do Rio de Janeiro e de Niterói, criamos uma opção de entretenimento para o período. O público votou e escolhemos 16 desfiles. Só puderam entrar na votação os desfiles do período do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, ou seja, de 1984 até 2020. Um por escola do Grupo Especial e mais quatro desfiles que passaram pelo Acesso A na Sapucaí (excluindo quem está competindo pelo Especial).
Para chegar na final, o desfile da Mangueira 2003 superou o Salgueiro 2012 (nas oitavas), Vila Isabel 1987 (nas quartas) e Unidos da Tijuca 2005 (na semifinal). A Viradouro 1998 fez a seguinte caminhada: Grande Rio 2010 (nas oitavas), depois passou pela Beija-Flor 1999 (nas quartas) e o Cubango 2019 (na semifinal). Na fase de oitavas de final foram julgados os quesitos samba-enredo, desenvolvimento do enredo, comissão de frente e conjunto harmônico. Notas de 9 a 10 (fraccionadas no décimo). Participaram do júri: Alberto João, Cláudio Vieira, Eduardo Fonseca, Leonardo Antan, Leonardo Bessa, Gustavinho Oliveira, Thiago Monteiro, Guilherme Ayupp, Samir Trindade e Junior Escafura.
Dream Team da Viradouro em 1998
Em 1998, a Viradouro pisou na Avenida para tentar o bicampeonato consecutivo. Joãosinho Trinta apostou no enredo “Orfeu, o Negro do Carnaval”. A escola foi a quarta a desfilar. Terminou no quinto lugar com 262 pontos.
Além de João 30, participaram do desfile histórico o intérprete Dominguinhos do Estácio, mestre Jorjão, Guilherme Nóbrega (direção de harmonia), Jussara Padua (coreógrafa da comissão de frente) e Andrezinho e Patrícia (casal de mestre-sala e porta-bandeira). O samba-enredo foi assinado por Gilberto Gomes, Mocotó, Gustavo, P.C. Portugal, Dadinho.
Leia abaixo a defesa feita por Joãosinho Trinta para o enredo da Viradouro:
“No alto do morro, pertinho do céu e das estrelas, ORFEU – O NEGRO DO CARNAVAL, era o Deus da Música. Fazia o sol aparecer com os acordes maravilhosos de seu violão. A natureza emudecia quando cantava seus sambas. Todas as mulheres amavam Orfeu. Todos os homens admiravam seu talento. Mas seu único amor e musa inspiradora era a bela e meiga Eurídice. Orfeu foi o vencedor do samba enredo da Escola de Samba do Morro. O tema era a ‘História do Carnaval”. Origem. Entrudo, Ranchos, Grandes Sociedades, Bailes, Blocos, Corsos e as Escolas de Samba, todos com temas mitológicos. A Escola estava uma beleza. Mas no dia do desfile, acontece uma tragédia. Uma bala perdida atinge Eurídice que desaparece no abismo. Orfeu desesperado procura sua amada. Desce a encosta do morro. Ao Olhar para trás, perde o equilíbrio e não encontra a sua Eurídice. Parecia que estava nos infernos. Enquanto isso a Escola é aplaudida pela multidão na Avenida e volta triunfante para o morro. O Bloco das Bacantes encontra Orfeu, que tendo perdido Eurídice, despreza todas as outras mulheres. Revoltadas, as Bacantes empurram Orfeu do alto do morro. Seu corpo se despedaça. Sua cabeça e seu violão são levados pelo Rio de Janeiro. Sai o resultado. A Escola do Morro é vencedora. E no desfile das campeãs, ela retorna com todo a vibração da bateria, a beleza do samba, a poesia das baianas e a empolgação de toda a Escola. Cantando e dançando a Vitória, fazem da alegria a louvação e glorificação de ORFEU – O NEGRO DO CARNAVAL”.