No evento de lançamento do samba-enredo para o Carnaval 2026, o Acadêmicos do Tatuapé apresentou oficialmente seu novo mestre de bateria. Cassiano Andrade, que comandou a “Qualidade Especial” pela primeira vez frente ao público, é jovem, mas já construiu uma trajetória sólida no carnaval paulistano. Foi mestre no Uirapuru da Mooca e, recentemente, esteve à frente da bateria da Independente Tricolor por três anos. Esta é a terceira escola em que assume o comando, substituindo Léo Cupim, que liderou a “Qualidade Especial” por duas temporadas. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o mestre falou sobre suas expectativas de trabalho na Zona Leste.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Acolhimento no novo desafio

Ao lado de seus diretores de bateria, Cassiano destacou a calorosa recepção da agremiação e da comunidade. Vale destacar que ele já foi ritmista da escola. “O meu sentimento é de estar realmente voltando para casa. Sou um ritmista formado na Zona Leste. Passei por Itaquera, Vila Matilde e já desfilei aqui também. Conhecemos muita gente da escola, e todos têm nos acolhido muito bem. A recepção da comunidade tem sido incrível, sempre com vibrações positivas. Isso nos deixa muito felizes e facilita o trabalho. Quando a galera abraça, tudo flui melhor”, disse.

Mudanças na bateria

Sobre a comparação com o trabalho anterior de Léo Cupim, Cassiano evitou paralelos diretos. “Não posso comparar, porque não acompanhei de perto. Cada mestre tem uma forma de pensar. No meu projeto, trago caixas de 14 polegadas, surdos de 29 e uma afinação mais grave. Quando recebi o convite, já havia me desligado da Independente e aceitei com o objetivo de construir algo meu aqui na Tatuapé. Não existe certo ou errado, mas linhas de trabalho diferentes”, declarou.

Estilo e importância do conjunto

Cassiano explicou que sua marca registrada é uma bateria de som encorpado e grave, assim como executou nos seus trabalhos no Uirapuru e Independente Tricolor. “Onde eu estiver, defendo essa ideia: som mais grave e bateria mais pesada. É algo que levo comigo. Claro que tudo é feito com o aval do presidente e da diretoria, sempre com um propósito. Não dá para simplesmente fazer o que quiser”, afirmou.

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Ele reforça que nenhum instrumento deve se sobressair isoladamente. “Não tenho um instrumento-chave. O que vale é o conjunto. Se um naipe estiver fora, compromete tudo. Pensar individualmente desconecta a harmonia. A bateria é como uma grande orquestra, e a missão é coordenar todos dentro de uma mesma proposta rítmica”, completou.

Parceria com Celsinho Mody

Cassiano falou sobre a felicidade de trabalhar com o intérprete Celsinho Mody. Os dois são amigos de longa data e já fizeram trabalhos juntos fora do carnaval. O mestre não escondeu a admiração pelo cantor.

“O Celsinho é um grande irmão e amigo. Já trabalhei como músico na banda dele. Nossa afinidade vai muito além do carnaval. Sempre fui fã do trabalho dele, é um cantor excepcional. Agora, podendo dividir essa experiência na Tatuapé, acredito que ambos estamos muito felizes”, afirmou.

Rumo ao Carnaval 2026

Animado com o samba-enredo, Cassiano mira a conquista do tricampeonato da escola. “É um sambaço. A diretoria foi muito feliz na escolha e na união dos compositores. Agora é trabalhar muito para trazer essa terceira estrela para a Tatuapé”, finalizou.