A Acadêmicos de Niterói mira o Carnaval 2026 com uma aposta clara na renovação e na força de sua comunidade. No coração da escola, a bateria “Cadência de Niterói”, uma nova pulsação será ditada por mestre Branco Ribeiro. Com uma trajetória sólida e um DNA do samba forjado desde as escolas mirins, Branco assume o desafio de comandar os ritmistas da azul e branco com a missão de entregar um trabalho ousado, técnico e, acima de tudo, carregado de significado. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o mestre revelou o peso e a honra que o convite representa, não apenas para sua carreira, mas para toda uma nova safra de sambistas que agora chega a postos de comando.

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branco niteroi
Foto: Divulgação/Niterói

“Para mim, é um momento muito especial. Primeiro, por uma estreia da minha geração à frente de uma bateria, como mestre de bateria. E, óbvio, também pela homenagem ao presidente Lula. Ele transcende, deu voz e deu espaço para muitos de nós hoje na sociedade”, celebrou Branco, conectando sua ascensão profissional à representatividade do enredo.

Um som para ecoar na Avenida

Quando questionado sobre a identidade musical que pretende imprimir na “Cadência de Niterói”, mestre Branco não hesita em usar a palavra “ousadia”. No entanto, essa audácia é fruto de um trabalho consistente e de uma evolução que vem sendo construída ao longo de sua passagem por diversas agremiações, da Intendente Magalhães à Série Ouro.

“Nós vamos trazer um ritmo ousado, porque é a característica da nossa geração e eu como, vamos dizer, precursor hoje do ritmo. Acho que temos que trazer tudo que a gente vem construindo. Vai ser um ritmo ousado, com muita elegância, obviamente, e muita emoção em homenagem ao Lula. Que ele merece”, detalhou o mestre.

Legado e Inovação: A transição da batida

Um dos pontos mais importantes para a comunidade é entender como o novo trabalho dialogará com o legado deixado por mestre Demétrius. Branco demonstra profundo respeito pelo seu antecessor e explica que a base rítmica será mantida, mas com uma nova roupagem técnica, alinhada às tendências modernas das baterias.

“Vamos dizer que o Demétrius trabalha de um modo mais generalista, que é a maneira que a galera trabalhava com prato e tal. Hoje em dia, houve uma mudança drástica de caixa, que acaba saindo desse parâmetro. Mas a gente mantém ali as marcações, do jeito que o Demétrius já marcava, só que com uma afinação bem definida. Eu acho que essa é uma das marcas do Demétrius que a gente preserva, e também é uma das que está no meu DNA”, explicou o comandante, mostrando que a mudança será na precisão sonora, sem perder o balanço característico da escola.

Uma trajetória de dedicação ao ritmo

A chegada de Branco Ribeiro ao comando da bateria da Niterói não é um acaso. Sua história no carnaval começou cedo, em 2006, na escola mirim Filhos da Águia. Em 2008, tornou-se ritmista da Portela, bebendo de uma das fontes mais tradicionais do samba. De lá para cá, acumulou experiência como diretor em diversas agremiações e como mestre no Embalo do Engenho Novo, Em Cima da Hora, Vila Santa Tereza, Unidos da Ponte e, mais recentemente, na Botafogo Samba Clube. Essa jornada o credencia para o desafio de fazer a bateria pulsar forte no desfile de 2026, unindo a força de uma nova geração à tradição do pavilhão niteroiense.