A equipe do CARNAVALESCO acompanhou mais uma etapa da eliminatória de samba-enredo da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025. A escola divulga na segunda-feira quem está classificado para próxima fase. Abaixo, você pode conferir como passou cada parceria. * OUÇA OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de André Braga: o primeiro samba da noite teve a assinatura dos poetas André Braga, Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues e Sandro Nery. A torcida marcou presença de forma tímida e cantou principalmente o refrão principal. Os intérpretes Bico Doce e Chitão Martins conduziram de forma segura a obra. A parceria que tem uma das letras mais inspiradas da safra, fez uma apresentação boa mas que ainda tem margem pra crescimento. Como o nível da disputa está alta, o samba precisa de uma grande apresentação para entrar na briga. A cabeça do samba foi um dos destaques da apresentação “Sou Logun- Edé//Santo menino que velho respeita//Densa neblina entre água e areia//Ilê Tijuca, é meu destino e meu axé”. Outra parte do samba que deixou uma boa impressão foi o refrão principal “Quando o ijexá firma ponto no terreiro//Sou eu o orixá comsagrado nesse chão//Porque o borel é encantamento//E o meu assentamento é na Escola do pavão”. No falso refrão de meio, apesar de ser bem bonito e poético, ele não funcionou bem na quadra.
Parceria de Sereno: a segunda parceria da noite foi composta pelos compositores Sereno, Dinny Marcelo do Ouro, André Aleixo, Ricardo Castanheira, Mano Kleber e Rogério Só Filé. A torcida marcou presença e cantou do início ao fim. Bruno Ribas conduziu muito bem a obra. Talvez, esse samba seja um dos mais melodiosos da safra, e isso foi perceptível principalmente na primeira parte do samba, como nos versos “Eu vim pra contar a minha história//Levar meu povo à sua glória//Filho do desejo e da cachoeira”. No início da segunda também segue essa linha mais melodiosa. O destaque principal foi o refrão principal que passou bem na quadra “Me chamo Logun Edé //Leva Tijuca todo meu axé //Teus inimigos não te alcançarão//Incorporei na alma do pavão”. Na segunda parte do samba, o verso “o altivo e a rebeldia” dá a impressão que fica solto, entre dois versos mais melodiosos “Sei que sou, o perigo , ousadia” e “Do morro onde sou cria abro as asas”.
Parceria de Wantuir: o terceiro samba da noite foi assinado pelos compositores Wantuir, Robson Ramos, Gege Fernandes, Vinicius Xavier, Guilherme Chokito e Rafael Lopes. A torcida fez uma festa danada, cantando o samba até o final. Wantuir e Niu Souza conduziram a obra, mostrando um ótimo entrosamento. O samba teve um rendimento muito bom, principalmente, no refrão principal “Akofá, Arô … Logun Edé //Akofá, Arô…. Logun Edé///Toca p aguerê, firma o ijexá//Desce o morro do borel pra Tijuca guerrear”. Os dois primeiros versos no refrão do meio foram bastante cantados pela torcida presente “Exú lhe transformou//Ao lado de Ogum guerreou”. Outro ponto de destaque da apresentação foi na variação melódica no verso “Êh, Bahia que aportou o axé”.
Parceria de Ricardo Bernardes: o quarto samba da noite foi dos compositores Ricardo Bernardes, Edinho, Luiz Thiago, Rogerinho, Daniel Barbosa e Maurício Amorim. A torcida marcou presença de forma tímida, mas não tirou a animação do palco que foi conduzido pelos intérpretes Celsinho Mody e Dodô Ananias. A dupla de intérpretes foi muito bem e segura. A parceria teve uma boa apresentação. Um dos motivos da boa apresentação foi a riqueza poética que tem o samba. A variação melódica na primeira parte do samba chamou atenção “Beleza que refletiu… No abebê//E quando a caça surgiu… Agiu ofá”. Outra variação melódica que chamou atenção foi “Rufam ilús pra saudar a realeza//O santo menino que velho respeita”. O refrão principal também passou animado no palco.
Parceria de Beto do Pandeiro: A quinta parceria da noite de eliminatória tijucana foi assinada pelos compositores Beto do Pandeiro, Henrique Badá, Alace Machado, Gilmar L. Silva, Wagner Zanco e Adir Senna. A torcida contou uma apresentação cênica que chamou atenção de quem estava assistindo. A obra foi valente, mas o rendimento oscilou principalmente na segunda parte do samba, talvez por ser grande demais. Uma das partes de destaque foi o refrão de meio bem pequeno “Loci Loci! Menino orixá//Tenho saber pra velho respeitar”. O refrão principal passou de forma satisfatória na quadra.
Parceria de Lico Monteiro: a sexta parceria foi formada pelos compositores Lico Monteiro, Leandro Thomaz, Telmo Augusto, Gigi da Estiva, Jefferson Oliveira, Marcelo Lepiane e Washington Lopes Freitas. A torcida compareceu em peso e continuou com o canto forte mesmo após o término da apresentação. Wander Pires foi bem demais na condução do samba com o seu ótimo palco. O rendimento da obra foi excelente e não caiu em nenhum momento. O refrão principal foi berrado pela torcida e por adeptos que estavam assistindo a apresentação. O refrão é fortíssimo “Toca o agueré akofá erô//Ifá confirmou vai dar Tijuca//Respeita quem é cria do Borel (do meu Borel”. Outro ponto de grande destaque foi a preparação para a chamada para o refrão de cabeça “Favela! A juventude é liberdade//preta africanidade é a virtude da nação//Óh meu pavão, veste o branco de Oxalá…//Seu legado será imortal”.O samba também tem uma riqueza melódica perceptível na parte “E pelo mar (Odoyá)//A maré do desengano//corre para o oceano//travessia encantada”.
Parceria de Anitta: sétimo samba da noite foi assinado pelos compositores Anitta, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau. A torcida marcou presença em grande número e deu um show de animação. Igor Sorriso fez uma ótima condução do samba e contou com um palco muito qualificado. A apresentação teve uma forte comunicação com o palco e o foi mais um samba com um grande rendimento. O refrão de meio passou bem demais “Oakofaê, odoiá// Oakofaê, desbravei o mar/ Não ando sozinho montei no cavalo marinho// bri caminho pro povo de ijexá. O refrão de cabeça não ficou atrás e também deu conta do recado, impulsionando a torcida. Fica evidente a riqueza poética que tem a obra, tanto na primeira parte do samba quanto na segunda. A preparação para o refrão do meio é ótima” Com brilho imenso, desafio o consenso// Inquieto e intenso//Sou Logun Edé”.
Parceria de Júlio Alves: A oitava parceria da noite foi composta pelos poetas Júlio Alves, Totonho, Fadico, Dudu, Chico Alves e Cláudio Russo. A torcida veio numerosa e cantou bastante do início ao fim. Tinga e Pitty de Menezes deram mais um show no palco, contribuindo para que o rendimento do samba fosse impressionante. O refrão principal levantou a galera “Aê Abaissá fará Logun fá//Aê Abaissá fará logun fá//Guardiã do meu destino//A Tijuca tem Axé//Loci Loci Logun Edé”. A chamada para o refrão de cabeça é fortíssima “O santo menino que velho respeita//Cria das vielas do Borel//Na paz de Oxalá incorpora na São Miguel//Pra revolucionar incorpora na São Miguel”. O falso refrão de meio também passou muito bem e foi outro ponto de destaque. E antes desse falso refrão do meio, vinham dois versos que impuseram mais força ainda no samba “Ilexá preparou omolocum//Ijexá no tambor, um baticum”.
Parceria de Gabriel Machado: A penúltima parceria da noite foi composta pelos poetas Gabriel Machado, Julio Pagé, Valtinho Botafogo, Jorge Mathias e Robson Bastos. A torcida foi animada do início ao fim e contribuiu para a ótima apresentação da parceria. O intérprete da Mocidade, Zé Paulo, foi outro trunfo, pois ele simplesmente arrebentou, junto com o palco. Aliás, estao fazendo um trabalho muito bom de palco. O rendimento do samba foi ótimo e mostra que podem chegar o mais longe possível na disputa. A levada da obra é gostosa e flui bem demais. O refrão principal levantou a torcida “Loci Loci, meu pai// Quando o morro descer//Vai ter xirê, vai ter xirê/ Loci loci, meu pai//Quando o morro descer//Vai ter mandinga da Tijuca no ilê”. A cabeça do samba realça um pouco da riqueza poética que a obra possui “Orunmilá anunciou//No olho d’agua derramou o seu axé// akofá, Logun Edé!///Nasceu o filho de Oxum e Erinlé”. A levada do refrão de meio merece um bom destaque também pela levada que tem e por ter passado bem.
Parceria de Leandro Gaúcho: A última obra a se apresentar foi assinada pelos compositores Leandro Gaúcho, Chacal do Sax, Luciano Fogaça, Simões Feiju, Miguel Dibo e Léo Freire. A torcida marcou presença de forma tímida, mas os poucos cantaram durante toda a apresentação. O excelente Evandro Malandro e o talentoso Rafael Tinguinha foram bem na condução do samba. Uma das obras de mais qualidade da safra, tem feito apresentações sólidas mas que ainda tem margem para crescimento. O refrão principal passou muito bem “Aceita meu ojá, aceita meu quelê!//Sou Unidos da Tijuca, de ofá e abebê!//Akofá olwuaô! Firma ponto no Agueré!//Meu pavão é a força de Logun Edé!”. O início do refrão de meio levanta a torcida “Ae abaissá! Logun ê ê, á!”. A variação melódica “Nos búzios foi ifá quem revelou//Um dia é da caça, outro é do caçador” chama atenção mas apenas uma das várias variações que o samba tem. É uma obra que tanto a letra quanto a melodia são destaques.