No Carnaval 1998 os mangueirenses homenageavam o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda. Na época o sorteio da ordem dos desfiles fez a escola torcer o nariz. A verde e rosa foi sorteada para ser a segunda da segunda noite de desfiles. Na época sem título há 11 anos, a Mangueira temia completar mais um ano na fila. Mas a escola conquistou o título naquele ano e desmistificou o pessimismo com aquela posição.
E como sambista é muito espiritual é claro que aquela colocação virou um amuleto da escola. Quatro anos depois, a velha Manga voltou a desfilar no mesmo dia e ordem. O ano era 2002 e a escola se sagrou novamente campeã do carnaval com o inesquecível enredo sobre o Nordeste.
“Eu me recordo das duas situações. Em 1998 houve um grande lamento por parte da escola, mas aquele foi um carnaval que não tinha como a Mangueira não vencer. Foi arrebatador. Em 2002 eu já era o presidente da escola e quando fomos sorteados na mesma posição foi aquela comparação né? Será que vamos ganhar de novo? O resto da história vocês já conhecem”, relembra o ex-presidente Álvaro Luiz Caetano, o Alvinho.
A Mangueira conquistou cinco de seus sete campeonatos no Sambódromo desfilando na segunda-feira. Mas em 1984 o domingo foi a segunda noite de apresentações, o que aumenta as estatísticas. Apenas em 1987 a escola desfilou na primeira noite e conquistou o título. Em três oportunidades encerrar carnaval significou título para a Mangueira: 1984, 1987 e 2016. E em 2019, a escola não fechou mas foi a penúltima de segunda. Leandro Vieira revela que a Mangueira é uma escola com cacife para fechar carnaval.
“A Mangueira gosta de fechar e é uma grande apoteose o carnaval ser encerrado pela verde e rosa, aquele arrastão de povo maravilhoso. Eu sempre prefiro ser a última de segunda e tomara que a sorte esteja novamente com a gente”, diz Leandro Vieira, campeão pela primeira vez encerrando o desfile de 2016.