Renata01O site CARNAVALESCO conversou com a candidata do PSOL à Prefeitura do Rio, Renata Souza, na série de entrevistas com os prefeitáveis. Os cariocas vão às urnas neste domingo para a votação do primeiro turno. As entrevistas com os prefeitáveis têm obedecido ao mesmo critério de perguntas para todos.

Nascida e criada na favela da Maré, Renata Souza participa de movimentos sociais há 12 anos. Fez parte do mandato de Marcelo Freixo na ALERJ, integrando a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Com a eleição de Marielle Franco à Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 2016, assumiu a chefia do gabinete do mandato. Em 2018, Renata Souza foi eleita deputada estadual pelo PSOL, se tornando a mais votada da esquerda em todo o estado, com 63 mil votos. Na ALERJ, foi eleita a primeira mulher negra a presidir a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia.

Confira a entrevista com Renata Souza:

Renata02A atual gestão comandou uma cruzada contra o carnaval e as escolas de samba? A sua gestão vai dar apoio institucional e financeiro à festa?

Renata Souza: “É absurda e preconceituosa a forma como a atual gestão trata o carnaval. Na nossa prefeitura, vamos subsidiar os dois grupos, escolas de acesso e grupo especial. Carnaval é direto do povo, é patrimônio cultural e também é investimento. A prefeitura lucra com o carnaval, com patrocínios e impostos que voltam para os cofres públicos. Carnaval não é problema, é solução”

– As escolas da Série A tem cada vez mais dificuldades em construir o seu desfile sem barracões. Qual a sua opinião sobre a Cidade do Samba 2?

Renata Souza: “Ela é necessária e será amplamente discutida com as escolas e representantes da sociedade civil. Não podemos deixar a Série A sem local adequado para trabalhar”

– Como a prefeitura pode fomentar o carnaval de rua e os blocos, que trazem milhares de turistas para a cidade no período de carnaval?

Renata Souza: “Vamos criar a Subsecretaria Municipal do Carnaval, integrando sua estrutura diretamente à Secretaria Municipal de Cultura, tendo como principais funções assumir a organização do desfile das escolas de samba e também do carnaval de rua. Nossa meta é elaborar uma política de incentivo para blocos e grupos carnavalescos tradicionais, com o objetivo de promover a memória e preservar a história do carnaval de rua do Rio de Janeiro. Além disso, definir critérios democráticos para a aplicação da verba de patrocínio destinada aos blocos que está prevista no caderno de encargos, garantindo equidade territorial entre os blocos que desfilam nas diferentes áreas de planejamento da cidade”

Renata03– O que você considera que deva ser feito com o Sambódromo? Passar ao governo estadual ou manter com a prefeitura?

Renata Souza: “Manter na prefeitura. Planejamos uma ampla reforma do Sambódromo, que precisa de melhorias e garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência em todos os setores. Também queremos promover a mudança do local das cabines de rádio e televisão para o setor 6 do Sambódromo, de modo a possibilitar uma visão geral do desfile e maior condições de trabalho para os jornalistas”

– Como a sua candidatura enxerga a importância do carnaval para a arrecadação da cidade do Rio de Janeiro?

Renata Souza: “É um patrimônio cultural, é um direito e é emprego para o carioca. Crivella não entende que, para além da intolerância religiosa – que já é inaceitável, o carnaval traz dinheiro para cidade. A prefeitura gasta 32 milhões com carnaval, mas 77 milhões retornam diretamente para os cofres com ISS. E na economia da cidade entram 3 bilhões com turismo, vendas, serviços, e uma série de atividades. Carnaval não é problema, é solução”.

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