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InícioGrupo Especial‘Na minha vida, infelizmente, não haverá outro Laíla’, diz mestre Rodney

‘Na minha vida, infelizmente, não haverá outro Laíla’, diz mestre Rodney

Entre elogios, puxões de orelha e muito companheirismo, mestre Rodney colecionou momentos ao lado de Laíla. Na Beija-Flor há quase 30 anos, ele chegou ao comando da Soberana em 2010 à convite e incentivo do eterno diretor de carnaval.

mestre rodney beijaflor
Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Às vésperas do desfile oficial, o mestre de bateria abriu o coração ao CARNAVALESCO para comentar a relação com a agremiação, a figura de Laíla e, claro, o Carnaval deste ano.

O que a Beija-Flor representa na sua vida?

“Tudo. A escola me deu suporte e esteve ao meu lado em todos os momentos que precisei – a perda do meu pai, o sustento da minha família e em tudo. Não falo nem que é paixão, porque paixão é passageira. É amor, porque é para sempre. A Beija-Flor é, realmente, o meu grande amor”.

O que você aprendeu com Laíla?

“Espero ter aprendido um milésimo do que ele sabia. Laíla deu muitos ensinamentos para todos nós. Acredito que aprendi alguma coisa e consigo transportar para a nossa bateria, por isso está dando certo. Ele falava dando ensinamentos, e eu acredito que sou um bom aluno. O Laíla era único, um gênio. Se a gente aprendeu um milésimo do que ele nos ensinou, faremos um grande trabalho”.

Qual foi a maior bronca que você lembra ter levado dele?

“Foram muitas, sabia? (risos). Mas ele falava que cobrava porque sabia da nossa capacidade e do potencial da nossa bateria – não só de mim, mas de todos os diretores. Ele ‘mordia e assoprava’, como diz o ditado. Ele falava que se não tivéssemos potencial, ele não cobraria”.

Qual seu momento inesquecível com Laíla?

“Foram muitos. Quando ele me convidou para ser mestre de bateria junto com o Plínio, nem dormi de tanta emoção. Também passei por momentos difíceis em que ele estava sempre ao meu lado, como a perda do meu pai. Ele foi a primeira pessoa a me socorrer. Eram 3h30 da manhã, e ele saiu de casa na Ilha do Governador para ficar ao meu lado. Na minha vida, infelizmente, não haverá outro Laíla”.

O que a gente pode esperar da bateria no Carnaval de 2025?

“Vocês podem esperar muito empenho, dedicação e entrega. A gente vai se doar à nossa escola, como sempre. A Beija-Flor é tudo para nós”.

O que esperar do samba de 2025?

“O samba é maravilhoso. Peço que as minhas coirmãs me perdoem, mas, na minha concepção, temos o melhor samba do carnaval. Ele interage com o público e com a escola. A escola adotou esse samba, e ele emocionou a gente. O samba é a cara do Laíla, parece que foi escolhido por ele”.

O que você sente com a despedida do Neguinho?

“Quando ele falou no primeiro ensaio técnico, olhamos um para o outro e ‘desmanchamos’. Não gosto nem de pensar nesse momento, mas ele vai chegar. Eu quero estar aqui vivenciando esses últimos momentos com ele. Já está doendo saber que vou olhar para o carro de som e não vou vê-lo aqui, com a gente. Vai ser difícil pra caramba”.

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