Terceira escola a desfilar no sábado de carnaval, a Gaviões da Fiel fez uma ótima apresentação diante do público, que deu uma recepção calorosa a escola, com bandeirinhas e um canto forte. O destaque da noite foi o conjunto alegórico, todos tinham vida e interagiam com os espectadores, e a última alegoria que fazia uma homenagem aos cinquenta anos da escola fez o público delirar, que respondeu com gritos e aplausos. A cada momento em que o carro alegórico passava nos setores, a torcida cantava o samba mais forte e teve gente que chegou a chorar. A escola terminou o desfile satisfeita, com muita festa, com o sentimento de que com certeza foi o melhor desfile dos últimos anos. Aparentemente o fator Paulo Barros deixou a comunidade em êxtase, todos abraçaram o projeto e deram um show na avenida, o carnavalesco deu seu cartão de visitas no carnaval de São Paulo. A Gaviões da Fiel levou para a avenida o enredo: “Um não sei que, que nasce não sei onde, vem não sei como e explode não sei porquê”. A agremiação terminou seu desfile com 63 minutos.
Comissão de frente
A ala veio representando o clássico Romeu e Julieta, com os integrantes se cruzando e interagindo com o público a todo momento na avenida. Os personagens que representavam Romeu, vieram vestidos com uma capa, que durante a coreografia, elas são removidas. As componentes que representam Julieta, usam vestidos. Tanto as fantasias de Romeu, como de Julieta, estavam na cor preta e cinza, e o elemento alegórico, um castelo, também é na cor cinza e os detalhes são perfeitos. Vale ressaltar que em alguns momentos, alguns componentes pegavam fogo, significando a chama da paixão.
Mestre-sala e porta-bandeira
Wagner Lima Gabi Mondijan, que fizeram seu primeiro desfile juntos, teve uma boa apresentação frente às torres dos jurados, executando a apresentação dentro do samba, estendendo o pavilhão para a cabine. Apesar do forte vento em determinados momentos, a porta-bandeira conseguiu controlar tal dificuldade. O mestre-sala executou a dança rápida a todo momento e foi muito bem na parte da finalização dos movimentos.
Harmonia
A escola teve um ótimo desempenho no quesito. Os componentes explodem no samba no refrão principal, na parte ‘canta Gaviões’. Destaque também para o intérprete Ernesto Teixeira, que contribuiu bastante para o êxito do quesito, pois em vários momentos, joga o samba para comunidade cantar, e a percepção de clareza das alas fica mais fácil. Vale destacar que todas as alas, sem exceção, até as coreografadas e das alegorias, cantavam o samba alto e com clareza, e de fato foi um dos quesitos destaque nesta última noite.
Enredo
A proposta da escola foi falar sobre o amor, em todos os tipos, e questionar de onde vem esse sentimento, e porque acontece, como o fato de nos apegarmos às pessoas facilmente. E nada melhor do que usar o clássico Romeu e Julieta para retratar o que foi o tema. Fantasias bem elaboradas retrataram facilmente o que é o enredo. As alegorias também retrataram bem a proposta, como Lampião e Maria Bonita, o filme King Kong, entre outros. Os elementos cenográficos tanto no chão, como nas alegorias, explicaram o enredo de uma melhor forma, como no primeiro carro, a água barrenta fazendo alusão à criação do homem.
Evolução
A escola pecou em alguns pontos, pois houve alguns buracos na visão dos jurados, e até desentrosamento entre determinadas alas, formando buracos entre elas. Foi o único quesito da noite em que a agremiação teve um certo problema. A entrada na bateria foi correta, as alas rapidamente preencheram bem o espaço deixado na pista. No geral, o desempenho no quesito foi mediano, pode haver algumas punições, mas também teve acertos em que seria difícil
Samba-enredo
O samba da agremiação é aquele famoso ‘chiclete’, que pega na comunidade, principalmente os refrões. A parte do ‘canta Gaviões’ foi muita bem pensada pelos compositores, pois foi entoado fortemente na pista e nas arquibancadas.
Fantasias
A agremiação apostou em bastante costeiros com plumas, mas em algumas alas, os detalhes da parte de baixo foram feitos de materiais que não se comparam às plumas usadas em quase todas as vestimentas. O destaque vai para as vestimentas das alegorias, com detalhes perfeitos, beirando a realidade. Com certeza o público olha aquilo e já identifica o que é, como as fantasias da terceira alegoria, que representavam Lampião e Maria Bonita.
Alegorias
A primeira alegoria representa a criação do homem, com uma encenação onde os componentes ficavam debaixo de uma água barrenta, A segunda alegoria faz alusão aos amantes borboletas. A terceira alegoria retrata o clássico do nordeste Lampião e Maria Bonita, com esculturas de cavalos, onde os personagens estavam montados em cima. No topo, havia um grupo de encenação representando a história. O quarto carro alegórico simboliza o amor pelos gorilas, que lembra o filme King Kong, que é o amor entre o gorila e uma mulher. A quinta alegoria homenageia a própria escola, fazendo alusão ao cinquentenário da agremiação, na frente há quatro troféus que é a quantidade de títulos da escola, e também há pessoas coreografando, com fantasias que, em movimento, dá um belo efeito visual. O momento principal é quando desce um bandeirão da escola e a explosão de papéis picados, que leva o público ao delírio. No geral, o conjunto alegórico da escola foi ótimo na execução e na prática.
Outros destaques
A arquibancada inflamou. A torcida fazia movimentos com as bandeirinhas para frente e para trás, o que dava um aspecto visual sensacional.