No Mês da Consciência Negra, o Museu do Samba vai homenagear a força e o protagonismo das mulheres na cultura e nas tradições afro-brasileiras. No próximo sábado, 23 de novembro, o Museu do Samba realiza o “Encontro de Batuqueiras”, reunindo mulheres percussionistas que tocam samba e samba-reggae em escolas de samba e blocos do Rio de Janeiro e Brasília. O evento acontece das 10h às 19h e contará com roda de samba, feijoada e apresentações dos grupos Fina Batucada, Batalá e da Escola de Samba TPM. O “Encontro de Batuqueiras” conta com o apoio do Ministério da Cultura, por meio do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). O Museu do Samba fica na rua Visconde de Niterói, 1296, na Mangueira.
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A programação inclui também o lançamento, às 10h30, do livro “Yabás do Samba – Memórias e Receitas”, com perfis e receitas de 20 mulheres representativas da gastronomia do samba e da culinária preta ancestral. Baianas e pastoras da Portela, Mocidade e Mangueira, fundadoras de rodas de partido alto, donas de tabuleiros de acarajé e de barracas de rua – entre elas algumas sambistas da Feira das Yabás, em Oswaldo Cruz – são as protagonistas do livro “Yabás do Samba”. A publicação conta com o patrocínio do Banco BV e do Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
Escrita pelos jornalistas Jean Claudio Santana e Gisele Macedo, a obra conta histórias e segredos sobre a feijoada da Tia Surica da Portela, o prato preferido do compositor Candeia (receita da filha Selma Candeia), o doce da quituteira Clementina de Jesus (ensinado pela neta Vera de Jesus), e o feijão tropeiro da Tia Gessy, dona do mais longevo pagode do Rio de Janeiro, o Pagode da Tia Gessy, que funciona há 47 anos no Cachambi e onde despontou o cantor Xande de Pilares.
Música, conversa e gastronomia – Em sua primeira edição, o evento terá o formato de troca de vivências seguida de feijoada e apresentações musicais. Participam da mesa de abertura, às 10h: Mestre Ryco, fundador do Fina Batucada, projeto de inclusão social de mulheres por meio da percussão, criado em 1998 na Escola de Música Villa-Lobos, no Rio de Janeiro; Laís Viana, maestrina, coordenadora pedagógica do Movimento das Mulheres Sambistas; Márcia Rossi, fundadora e presidenta do Bloco Mulheres Brilhantes (Vila Isabel, RJ); e Bárbara Rigaud, fundadora e presidenta do GRES T.P.M. (Turma da Paz de Madureira), primeira escola de samba do Brasil exclusivamente para mulheres. A troca de vivências acontece entre 11h e 12h.
As apresentações musicais começam às 14h, após o intervalo de almoço. As primeiras a tocar serão as mulheres do Fina Batucada; depois é a vez das componentes da Escola de Samba TPM e, encerrando os shows, o samba-reggae contagiante do Batalá Brasília, criado em 2003 no Distrito Federal e que faz parte de um movimento mundial de percussão e dança fundado por um brasileiro (Mestre Giba) em 1997, na França. A partir das 18h, os três grupos tocam juntos.
“Reservamos o Mês da Consciência Negra para exaltar a força feminina do samba. Estamos reunindo importantes movimentos femininos de percussão, responsáveis em várias parte do Brasil pelo aumento da presença das mulheres nas baterias de blocos e escolas de samba, espaços que eram tradicionalmente ocupados por homens. Ao mesmo tempo, estamos lançando um livro que faz uma grande reverência e homenagem às mulheres que dominam a arte da gastronomia ancestral e do samba carioca, as ‘yabás do samba’ e suas receitas típicas”, conta Nilcemar Nogueira, fundadora e diretora do Museu do Samba.
SERVIÇO
Encontro de Batuqueiras
Local: Museu do Samba
Endereço: Rua Visconde de Niterói, 1296 – Mangueira
Data: 23/11/2024 (sábado)
Horário: 10h às 19h
Ingresso: R$ 20
Ingresso com feijoada: R$ 45
Vendas no Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/batuqueiras-do-samba/2732434