Diversas personsalidades do samba, da MPB e da política passaram pela quadra da Portela, neste domingo, para o velório de Monarco, presidente de honra da azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira. O site CARNAVALESCO ouviu muitos que falaram da convivência com o sambista e seu legado para o carnaval e para a Portela. Confira abaixo.
Paulinho da Viola
“Tem pessoas muito preocupadas na nossa geração que estão preocupadas com a história. O Monarco reporesentava muito desa história. Cada vez que ele relembrava de alguma coisa, a gente descobria que não sabia nada”.
Teresa Cristina, cantora
“A gente tem que primeiro é lembrar do que ele ensinou. Foi muita coisa. É cuidar dos números baixos da Portela, como a Surica, valorizar o trabalho da Velha Guarda. Ver se essas pessoas precisam de assistência hospital, ninguém fala disso. O Monarco faleceu em um hospital público. Uma pessoa que fez tanto sucesso, tanta obra que ficou para eternidade. É um dia muito triste para comunidade da Portela. Ele era tudo. A memória e postura”.
Diogo Nogueira, cantor
“Nosso papel para manter vivo e acesso esse legado é continuar cantando a obra desse grande compositor. Um grande homem. Coração imenso. Sempre agregou e valorizou jovens compositores, principalmente, da Portela. Através do amor e da canção, a gente consegue fazer com que os jovens possa conhecer a memória do mestre Monarco. Ele continua vivo nas suas canções. Ele é a própria Portela”.
Marisa Monte, cantora
“O Monarco era a testemunha da história e dos valores do samba. Um cara que tinha muito conhecimento e que compartilha isso com muita generosidade. Além de ser um brilhante compositor e cantor. Dono de um estilo único e que estará para sempre na boca do povo. Criou um repertório etorno. Deixou uma obra gigante. Era a grande memória da Portela. A pessoa que a gente recorria quando queria saber um samba, uma história e um caso da Portela. Tinha um arquivo gigantesco na cabeça. Muito lúcido. Fica a responsabilidade de manter o legado dele e os valores que pregava. Ele inspirava o respeito onde chegava. Sem precisar falar alto, mas com a elegância. Um brasileiro gigante e eterno. Para família portelense é uma perda gigante e um grande privilégio podermos conviver com ele”.
Elmo José dos Santos, diretor de carnaval da Liesa
“O samba está chorando. Perdemos uma viga mestre do samba. Monarco é um mestre que não era mais só da Portela. Quando encontrava com ele era como se encontrasse um santo. Tenho certeza que lá em cima ele vai olhar para Portela e para todo o mundo do samba. Perdemos uma grande referência”.
Marlon, mestre-sala da Portela
“Nós, portelenses, ainda não conseguimos absorver a perda do Monarco. É difícil achar uma palavra que consiga descrever o que estamos sentindo. Estamos em um túnel e ainda não achamos nossa luz. Monarco era a personificação da Portela. Só com o tempo que vamos conseguir passar por esse momento difícil”.
Eduardo Paes, prefeito do Rio
“Perdi um grande amigo. Monarco era um conselheiro. Sempre estava dando dicas, falando sobre a história da Portela e falando sobre a vida. A gente perde um grande patrono do samba. O Monarco representa uma geração. A Portela perde uma personagem tão importante na sua história. Vai deixar muita saudade. O legado dele é indescritível”.
Paulo Barros, carnavalesco
“Quando vim para Portela ele conversava comigo sobre a tradição da Portela. Foi uma experiência única. Tinha um comportamento tão jovial. Foi o maior gentleman que conheci no carnaval. Era calmo e honesto. Isso vai ficar guardado na minha lembrança para o resto da vida. Perdi meu segundo pai. A gente convivia pouco dentro do barracão, mas sempre senti verdade nele. Ele era a Portela, um companheiro, que me deu ensinsamento e vai viver para sempre na mente de todos nós”.
Chiquinho da Mangueira, deputado estadual
“Tem que ter força para reagir. Tio Monarco era o maior balaurte do samba. Vai ficar na escala do Cartola e do Nelson Sargento. Lamento muito a perda. Era meu amigo, conselheiro e parceiro. Carnaval vai sentir muito a falta do Monarco. Ele está no patamar maior”.
Porta-bandeira Vilma Nascimento
“O mundo do samba está triste. Monarco era uma pessoa maravilhosa. Humildade, falar com todos, dava atenção. A Portela vai sentir muita falta. A Velha Guarda ficou sem pai. O Monarco é eterno. Lamento muito a morte dele. Adorava o Monarco. Sempre me deu uma palava amiga”.
Elias Riche, presidente da Mangueira
“O Monarco é um grande ícone do mundo do samba. Uma pessoa muito simples e que trouxe o samba até hoje. Cabe a nós conseguirmos manter o samba vivo. O Monarco e outros construíram o samba. O mundo do samba está muito triste. Um a um estamos perdendo nossos baluartes e que deram a vida pelo samba”.
Pretinho da Serrinha, músico
“Seu Monarco tive prazer de aprender de perto com ele. Toda vez que tive oportunidade de encontrar com ele escutei muito. Não temos nada para inventar hoje em dia. É só seguir o que os mais velhos fizeram. Tentar chegar próximo já está bom demais”.
Pipa Brasey, madrinha do carro de som da Portela
“É uma perda cultural. Já tinha recebido a benção dele desde que entrei na Portela. Sempre foi companheiro, muito gentil e generoso. O coração está super apertado. Ele está com Deus e agora olhando pela gente, pela música e pela Portela. Vamos levar o legado que ele deixou para cultural brasileiro. Mais um perde que partiu. Deixou uma riqueza musical muito grande. Como pessoa, ele era nosso mestre em tudo. Passava paz, sabedoria e sempre estava dando a mão para todos”.
Bruno Tete, diretor social da LIGA-RJ
“Todos estamos tristes, mas sabemos que o samba imortaliza. O Monarco deixa uma grande força. É muito mais que azul e branco. São todas cores reunidas. Lá em cima, a gente sabe que a roda de samba está comendo solta no céu”.
Marcelinho Emoção, diretor de harmonia da Vila Isabel
“O Monarco é a cara da Portela. Sua história e vivência. O respeito no último adeus foi muito emocionante. Está se despedindo com uma honra que poucos merecem no carnaval”.
Dudu Falcão, diretor de carnaval da Viradouro
“O Monarco é Brasil. Torcer para gente ser capaz de cultivar o samba que ele plantou. As pessoas devem muito para quem passou antes. Mais um baluarte do carnaval que parte. O mínimo que a gente pode fazer é abraçar os amigos e fazer a despedida. Estrelas como o Monarco não vão, o corpo físico foi, mas a obra será para sempre. Cabe a gente lembrar das coisas boas”.