Terceira a desfilar na noite de sábado, a Mocidade ainda pode sonhar com o tricampeonato. O enredo “Quem não pode com mandinga, não carrega patuá” aguçou a superstição da Morada do Samba. A escola do bairro do Limão teve uma falha no gerador do último carro, que logo foi resolvida graças à força dos empurradores. Os quesitos da escola conversaram com o site CARNAVALESCO após o desfile e demonstraram confiança no resultado.
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Junior Dentista, diretor de carnaval Mocidade
“Eu saio muito satisfeito, não tive avaria nenhuma. Tive um problema no último carro porque ele é motorizado e aí ele não veio no motor, veio empurrando. O pessoal até me pergunta: ‘mas abriu um pouquinho’, e eu posso abrir até 4 grades, estou dentro da regra do jogo. Eu vim mantendo essas 4 grades, então está tudo certo. Mas montamos o terço, montamos o coração, veio dentro da proposta, bem solto, escola tranquila, calma. Graças a Deus, tudo certo. Ainda deu uma gordurinha de tempo aqui. É missão cumprida, nós trabalhamos muito durante o ano para poder estarmos preparados. As coisas acontecem na pista, sabemos que tudo acontece aqui, é a verdade. Nós temos que estar preparados de verdade. Há uns dois anos que o Mocidade vem mudando de estratégia. O Mocidade vem trabalhando em cima de planilha de erros porque nós trabalhamos muito para o acerto, trabalhamos muito para planilha de erros. Eu não esperava que o motorizado na hora ele não ia pegar, então veio na mão para podermos ter esse andamento. Nós viemos preparados”.
Mestre Sombra, Mocidade Alegre
“Missão cumprida, nós entregamos o projeto. Ensaiamos bastante, conseguimos executar tudo que ensaiamos e agora é esperar, aquela ansiedade da espera do dia da apuração, mas eu acho que conseguimos cumprir a meta. Sabemos que tem outras grandes escolas almejando isso aí, então vamos com calma, com o pé no chão e esperar. Foi um ano meio complicado. Tive um problema de saúde, fiquei internado. Assim que eu saí do hospital passou alguns dias minha mãe ficou ruim e veio a falecer. Fiquei afastado do barracão praticamente 40 dias, dos ensaios no processo de recuperação, mas acho que é mais um momento de superação na vida, enquanto tivermos forças. Agradeço a Deus por poder ter desfilado, agradeço a Deus porque não choveu. Se tivesse chovido eu não ia poder desfilar porque eu não posso molhar meu pé, ficar com o pé encharcado ainda, estou em um processo de recuperação, mas graças a Deus deu certo e só tenho a agradecer a Deus por esse momento. Não tenho palavras para orar agora, para agradecer bastante. Agradecer a minha comunidade, a minha família que me deu muito apoio em um momento com várias dificuldades. Eu tenho que agradecer todo mundo que me apoiou, todo mundo que me visitou no hospital, as pessoas que foram me mandando mensagens via Instagram, Facebook, Whatsapp e nos dias difíceis de hospital. Eu só tenho a agradecer a Deus e a todos eles.”
Caio Araújo, carnavalesco
“Acho que agora é fazer um balanço, entender tudo o que foi agora na pista. Acho que sobretudo com uma sensação de superação, de alegria, de missão cumprida, de que a gente conseguiu entregar um trabalho bem feito e um conjunto visual que a galera que está assistindo gostou. Acho que é a nossa abertura, o nosso conjunto de comissão de frente até o abre-alas é bem impactante. Agora é um ciclo de missão cumprida, vamos descansar um pouco e ver o que acontece para 2026.”
Jhean Allex, coreógrafo da comissão de frente
“Acho que a gente veio trazendo uma história muito forte, é muita energia envolvida. Acho que a gente trouxe um carnaval muito bonito. A forma como foi conduzida a Comissão de Frente, que os bailarinos são guerreiros, porque não é fácil trazer uma roupa tão cheia de detalhes para a avenida. Mas foi tudo bem, graças a Deus. Eu vejo que quando estão todos os personagens em cena, a magia acontece muito mais forte. Preocupação a gente tem todo dia, toda hora, em todo carnaval. O carnaval é uma preocupação, porque a gente trabalha um ano para trazer um dos melhores espetáculos do mundo aqui para o público. Mas eu acredito que foi tudo bem e que vai dar tudo certo. O dever foi cumprido e trabalhar na Mocidade é sempre muita emoção. Então eu fico muito satisfeito e muito feliz de poder completar um desfile tão forte, de tanta energia. Porque não é só o tricampeonato que a gente busca, é a qualidade que a escola traz sempre.”
Diego Motta, Mestre-sala
“Eu acredito que a gente entregou tudo, tudo, mas tudo mesmo. Não faltou nada. A gente estava conversando agora e foi um desfile excelente. A gente tá muito satisfeito com o trabalho e com a entrega do trabalho, que eu acho que é o principal. Foi muito bom. Pra mim o ijexá que a gente faz é a parte mais gostosa da coreografia. Tá bem no meio da coreografia técnica, serve pra gente descansar, mas serve pra gente se divertir também, porque eu acho que é o principal também disso aqui. A gente relaxa pra entrar no ponto de mais tensão. Acho que foi o melhor desfile da minha vida. De tranquilidade, de fantasia. A Mocidade nos presenteou com uma fantasia incrível. Pra mim de verdade foi um excelente carnaval. Eu esperei 18 anos pra virar o Mestre-sala oficial de uma escola do grupo especial. Eu sei o peso da responsabilidade em uma escola que tá brigando pelo título, em que um décimo faz total diferença no resultado. Conhecer a Natália, Porta-bandeira e pessoa, eu acho que foi uma grata surpresa e fez a dança fluir melhor. A gente veio esse ano pra pista muito mais tranquilos, como um casal novo que a gente é, estamos completando nosso segundo ano, a gente teve a oportunidade e se deu a possibilidade de se conhecer, conhecer as histórias, os sonhos, as vontades, as dores… Então pra mim o que fica hoje é essa amizade com essa mulher forte pra caramba.”
Nathalia Lago, Porta-bandeira
“Acho que a gente saiu da pista com aquela sensação de dever cumprido. Agora a nota vai ser uma consequência. Mas temos o coração tranquilo, a consciência tranquila de tudo que a gente trabalhou esse tempo todo, a gente conseguiu desenvolver. Eu sou muito grata ao Diego pela paciência, por tudo que a gente vive, que a gente passa, que é uma relação extremamente de conexão, amizade também e vai além de carnaval.”