As três noites de minidesfiles do Grupo Especial na Cidade do Samba deram o pontapé inicial para o Carnaval 2026, com apresentações marcadas por técnica, emoção e forte participação da comunidade. Brilharam comissões de frente criativas, casais de mestre-sala e porta-bandeira talentosos e baterias impecáveis, mostrando que o pré-carnaval de 2026 já está sendo memorável. Veja abaixo a análise escola por escola.
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ACADÊMICOS DE NITERÓI: O samba-enredo, como esperado, rendeu muito com os componentes e o público cantando junto com a escola. Dois destaques foram o intérprete Emerson Dias pela atuação no canto (harmonia) e com toda sua energia impulsionando a evolução da comunidade, além da porta-bandeira Thainara, que vem tendo exibições cheias de talento e vigor na dança. Como o presidente Wallace Palhares falou no discurso: “a escola não vai fazer feio” e realmente não fez. Uma estreia digna de quem pisa pela primeira vez no Grupo Especial.
IMPERATRIZ: Impressionante! Nada supera o trabalho! A Verde e Branco calou todos os críticos. O samba tão criticado, pós-escolha, funciona e não somente isso, consegue ser cantado não com “raiva”, mas com amor e devoção. O componente gresilense é um ser feliz. A escola possui muitos ingredientes para brigar no topo, ou seja, é impossível não esperar que lute e muito pelo título. O intérprete Pitty de Menezes e o mestre Lolo são pilares do sucesso. Porém, não apenas eles. O casal Phelipe e Rafaela mostrou porque é um dos melhores do grupo, a comissão de frente traz o talento de Patrick Carvalho. Enfim, é só se jogar na festa.
PORTELA: Vivendo uma nova fase, após a eleição do presidente Junior Escafura, a Portela fez um grande minidesfile. O samba, como na rua, aconteceu demais entre os componentes. A obra é muito boa e conta com uma dupla muito afiada: o intérprete Zé Paulo e o mestre Vitinho. Ótima estreia dos coreógrafos Claudia Mota e Edifranc no comando da comissão de frente. O portelense começa a deixar de sonhar e ter certeza que 2026 será muito, muito, muito, diferente dos anos anteriores.
MANGUEIRA: Escola repleta de quesitos fortes é a Estação Primeira de Mangueira. Como falado pelo CARNAVALESCO, o intérprete Dowglas Diniz está voando e conduziu com maestria o canto da Verde e Rosa, que possui a melhor ala musical do Grupo Especial, com os diretores Vitor Art e Digão. Excelência no ritmo tem nome é a “Tem que respeitar meu tamborim”, dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto. Outras duplas de sucesso da Mangueira são os coreógrafos Lucas e Karina, na comissão de frente, e o casal Matheus e Cintya. A comissão fez, sem dúvida, uma das melhores apresentações das três noites de minidesfiles. Já o mestre-sala e a porta-bandeira conseguem unir muita categoria na dança e energia. Mérito da escola, através do comando do diretor Dudu Azevedo, foi ter apresentado uma evolução com os componentes mais soltos.
MOCIDADE: Apresentação marcada por leveza, musicalidade e alegria, mostrando que o astral da escola está renovado, mas mantendo os pilares que a sustentam nos últimos anos. O ritmo “Não Existe Mais Quente”, de mestre Dudu, foi fundamental para evidenciar canto e irreverência, enquanto o intérprete Igor Vianna brilhou no carro de som, acompanhado de vozes femininas que deram contraste e sofisticação à apresentação. A comissão de frente, comandada por Marcelo Misailidis, encantou ao representar vampiros e roqueiros com sensualidade e criatividade. Diogo Jesus e Bruna Santos, mestre-sala e porta-bandeira, equilibraram vigor e delicadeza, incorporando coreografias que dialogaram com o enredo de forma irreverente. A evolução da escola se destacou pela fluidez, organização e espontaneidade.
BEIJA-FLOR: A Beija-Flor, atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, levou à Cidade do Samba uma apresentação marcada por empolgação, organização e força cultural, celebrando o enredo “Bembé”. A comissão de frente, coreografada por Jorge Teixeira e Saulo Finelon, encantou com sincronismo e impacto visual, especialmente no tripé de flores secas e nas alas que evoluíram no chão. O casal Claudinho e Selminha Sorriso destacou-se pelo bailado seguro e elegante. A escola evoluiu com fluidez, mesmo com muitas alas coreografadas. O samba, considerado um dos melhores da safra, arrebatou o público com refrões marcantes e a performance entrosada de Nino e Jéssica, além da bateria dos mestres Rodney e Plínio. Lutará e muito pelo bicampeonato.
VIRADOURO: Dona dos quesitos. Essa é a Vermelho e Branco de Niterói. Exibição de gala da Viradouro. Sem dúvida, a mais bonita das três noites. É preciso sempre frisar que mestre Ciça ser enredo é uma das histórias mais bonitas da história da Marquês de Sapucaí. Carrega técnica e emoção. A escola apresentou componentes muito bem fantasiados e maquiados, com materiais de alta qualidade, e um excelente entrosamento entre bateria e carro de som, comandado por Wander Pires. A comissão de frente, comandada por Priscila Motta e Rodrigo Negri, destacou-se com figurino criativo e teve grande interação com o público. Julinho e Rute Alves, mestre-sala e porta-bandeira, exibiram o espetáculo da verdadeira técnica apurada. A Viradouro entregou um minidesfile de grande qualidade, equilibrando emoção, precisão e carisma. Quer o topo, mais uma vez.
UNIDOS DA TIJUCA: A Unidos da Tijuca encerrou a segunda noite de minidesfiles com uma apresentação marcada por energia, confiança e organização, mostrando sinais de retomada do nível que a escola atingiu até meados da década passada. O enredo sobre Carolina Maria de Jesus foi explorado com força em alas coreografadas que traduziram a luta e a garra da homenageada, enquanto a comissão de frente, comandada por Ariadne Lax e Bruna Lopes, impressionou pela teatralidade e impacto. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus André e Lucinha Nobre, apresentou um bailado equilibrado entre tradição e coreografias inovadoras. A evolução da escola ganhou ritmo e fluidez à medida que a apresentação avançava. Canto potente de um dos melhores sambas do ano. Desempenho consistente e no mais alto nível da “Pura Cadência”, do mestre Casagrande.
PARAÍSO DO TUIUTI: Impecável! Apresentação marcada pela leveza e comunicação intensa com o público. A escola mostrou que atingiu a maturidade técnica com quesitos fortes. A comissão de frente, comandada por David Lima, encantou com coreografia ritualística e figurinos afro, fez uma excelente estreia. casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinícius Antunes e Rebeca Tito, apresentou bailado tradicional com movimentos ágeis e sintonia exemplar, incorporando passos que remetem a danças latinas, combinando suavidade e vigor. O intérprete Pixulé brilhou no carro de som, conduzindo o canto da comunidade com energia, enquanto a bateria de mestre Marcão manteve o ritmo com paradinhas estratégicas e bossas criativas, garantindo interação com o público. A evolução da escola foi fluida e organizada, com componentes soltos, cantando e celebrando o samba, tornando o minidesfile uma apresentação vibrante, envolvente e bem-sucedida. Sem dúvida, uma das melhores dos três dias.
VILA ISABEL: A Vila Isabel apresentou um minidesfile arrebatador na Cidade do Samba, mostrando que chega ao Carnaval 2026 como uma das fortes candidatas ao título. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, encantou com coreografia sedutora, técnica apurada e momentos de tirar o fôlego. O samba-enredo, conduzido magistralmente por Tinga, destacou-se sendo cantado em perfeita sintonia pela comunidade e pelo carro de som. A evolução foi coesa e fluida e a bateria de mestre Macaco Branco garantiu ritmo e energia desde a abertura. A Vila Isabel entregou uma apresentaçãoequilibrando musicalidade, técnica, emoção e espetáculo, deixando claro que está de volta ao seu melhor nível.
GRANDE RIO: Excelência no ritmo e na harmonia. A escola de Duque de Caxias não se empolga por coisa pouca. Ela mantém sua identidade musical. Não se perde!. Destaques foram a comissão de frente, casal de mestre-sala e porta-bandeira, bateria e evolução. A comissão, coreografada por Beth e Hélio Bejani, impressionou com movimentos dinâmicos, trocas de posição, e teatralidade, garantindo sincronia e impacto visual. Daniel e Taciana defenderam o pavilhão com elegância, leveza e segurança, mostrando refinamento típico de um dos principais casais do carnaval carioca. A evolução foi constante e bem ritmada. O canto da escola se manteve correto e harmônico, apoiado pelo carro de som de Evandro Malandro, enquanto a bateria de mestre Fafá apresentou um desempenho sólido, com bossas pontuais e destaque para o refrão central. A Grande Rio entregou um minidesfile competente e bem estruturado, combinando musicalidade, técnica e estética, apesar da apresentação não ter sido explosiva. Ah… e Virgina Fonseca. Sinceramente? Não é quesito, não acrescenta e nem prejudica ao que mais interessa que é a avaliação dos julgadores. Fora isso, a escola que sabe a dor e a delícia de ser o que é.
SALGUEIRO: Encerrou com chave de ouro. A Academia do Samba volta a sonhar. Será que agora vai, salgueirenses? Aqui, sempre defendi o samba de 2026, porque sei que tem poesia, tem melodia e conta com craques, como o intérprete igor, sua equipe do carro de som, o diretor Alemão do Cavao e os mestres Guilherme e Gustavo. Posso cravar, sem medo de errar, que foi uma das melhores das três noites. A comissão de frente, coreografada por Paulo Pinna, destacou-se pela coreografia divertida e figurino muito bonito. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei e Marcella, exibiu bailado seguro e elegante, com movimentos precisos e figurinos belíssimos, reafirmando seu padrão de excelência. Evolução digna de manual, com dinamismo e interação. Foi uma passagem memorável e de alto nível para fechar o fim de semana de minidesfiles.









