Comentarista e apresentador, Milton Cunha, estará novamente no carnaval “Globeleza”. O artista vai estar presente nas coberturas do Rio e de São Paulo. Ele conversou com o CARNAVALESCO.
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
Como é estar mais um ano comentando os desfiles na TV Globo?
“Eu já fui comentarista, virei apresentador, e hoje eu sou um treco que fui escolhido pra fazer todas transmissões. O que muito me honra é ser embaixador Globeleza. Sai de Belém do Pará, peguei o pau de arara para isso. Fui estudando e pesquisando. Hoje eu consigo falar de figurino, alegoria, enredo, reconheço as pessoas. Eu sou tão de dentro que pra mim é a minha família, e é o milagre da minha família, porque desfile de escola de samba é um milagre. É um milagre de esforço, criatividade, superação. Viva as comunidades”.
Como é também estar mais um ano à frente do Carnaval de São Paulo? Como é a sua relação com os desfiles de lá?
“Eu sou um apaixonado por escola de samba, comunidade, enredo, samba. Cada vez que eu alargo esses horizontes, eu vou vendo que os tentáculos de escola de samba foram consumindo o Brasil. Por exemplo, em São Paulo, eles chegaram em 1930, Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde. Se aqui é 1928, lá é 1930. É impressionante a abrangência, a representatividade, a irmandade do samba. Estar em São Paulo é o máximo, porque já é um carnaval nacional, eles tem um belo de um Sambódromo, tem belas escolas de samba, belos sambas e baterias. É luxo total estar nas seis transmissões”.
E pra você, o que você espera dos três dias de desfile que a gente vai ter aqui no Rio?
“Eu acho que vai ser de uma emoção gigante, porque as escolas estão cada vez mais preparadas. É tão excelente o nível, os enredos são tão maravilhosos. Não tem um meia-boca, não tem um borocochô, os sambas, as baterias, vai ser um arrasa-quarteirão. E todas vão se apresentar de noite, acho que isso vai nivelar a apresentação. A comparação artística, só que essa comparação vai ser muito louca, porque os envelopes das notas vão ser fechados no fim de casa dia. Vai ser um Deus nos acuda, um salve-se quem puder, vai ser o mais disputado de todos os tempos”.
Você poderia falar sobre a sua visão dos enredos que vão ter esse ano na Sapucaí?
“São dez de negritude, são dez de celebração de força da ancestralidade preta, que acabou forjando o desfile, e dois genéricos e lindos, um sobre assombrações, cultura popular, Câmara Cascudo, em Vila Isabel. E o outro, o futuro, que resgata o Renato Lage, a Marcia Lage, a Lilian Rabelo, da Mocidade. O futuro, as assombrações e dez olhando pro umbigo da escola de samba. É um ano que quem for podre que se quebre, porque é briga de cachorro grandérrimo. Os enredos são fabulosos, vai ser uma atrás da outra, aguenta a coração, vai ser de uma beleza imensurável”.