O mestre-sala, Diego Machado, com passagem por grandes agremiações do carnaval do Rio de Janeiro, como Império Serrano, Vila Isabel, Cubango e Viradouro, denunciou uma agressão racista quando estava na Estrada dos Bandeirantes, Zona Oeste, nesta quarta-feira, e acabou se envolvendo em uma discussão de trânsito.
De acordo com o sambista, ao ver a proximidade de um radar de fiscalização eletrônica teve de diminuir a velocidade do seu carro rapidamente, ocasionando em uma “fechada” a outro automóvel que passava seu lado. Ao pedir desculpa, Diego afirma ter recebido um gesto de ofensa por parte do condutor.
“Eu estava indo levar meu carro ao mecânico, no caminho freei rapidamente e fechei um motorista de uma empresa de entrega. Fiz meu papel de retratação pelo ocorrido e ele revidou, em alto e bom som, gritando: ‘só podia ser coisa de preto’. Fui desmoralizado pela minha cor que tenho muito orgulho”, afirmou o sambista que conseguiu seguir o motorista até encontrar uma viatura da Polícia Militar.
Ambos foram encaminhados a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), porém, o caso só foi registrado como injúria moral, pelo fato de não conter testemunha na hora do registro. De acordo com Diego, um motoqueiro que passava pelo local presenciou toda a cena e ele espera pela ajuda dessa testemunha para levar o caso à frente.
“Passei por diversas situações dessa ao longo da vida e não tolero mais. Não quero nenhum tipo de indenização em dinheiro, só quero que esse caso sirva de exemplo para todos e principalmente para o ofensor. Espero contar com a ajuda dessa pessoa que presenciou a cena e confirmar toda a versão”.
Procurada pela equipe de reportagem do CARNAVALESCO, a empresa Boy Viny Express, se posicionou sobre o fato através de nota: “A empresa e seus sócios não concordam ou aceitam qualquer manifestação racista/preconceituosa. O quadro de funcionários da empresa é totalmente plural, evidenciando a total ausência de preconceito. Por fim, informa ter tomado conhecimento sobre os fatos ocorridos na data de hoje, razão pela apresenta sua solidariedade a todos aqueles que já sofreram qualquer espécie de preconceito”, diz a nota.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio de Janeiro informa que foi assinado um termo circunstanciado na 42ª DP e o caso encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).