Mestre Marcão segue mais um ano à frente da bateria do Paraíso do Tuiuti. O CARNAVALESCO conversou com o comandante da SuperSom sobre a continuidade na escola de São Cristóvão e sua marca na história da agremiação. Marcão também falou sobre o trabalho com outros mestres de bateria, além das realizações e reflexões sobre o desfile de 2025 para ele e seus ritmistas. Para o mestre, estar novamente à frente da SuperSom é um privilégio. Na visão de Marcão, os integrantes se tornaram uma família, sendo a base de todo o trabalho que dá vida ao coração musical da escola.

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“A rapaziada é número um. Eles são a base de tudo, principalmente porque a maioria é da comunidade. Já estão aqui há mais tempo do que eu. Eu só cheguei para somar e mostrar um trabalho que já fazia, e eles abraçaram a causa. É por isso que dá certo até hoje”, afirmou, feliz com a relação criada com os ritmistas.

mestre marcao tuiuti
Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Marcão considera gratificante se ver dentro da história do Tuiuti, principalmente pelo trabalho realizado no Quilombo do Samba e pela trajetória que já soma 40 anos de Sapucaí. Preparando-se para 2026, ele destacou também a parceria com outros mestres.

“No Tuiuti, eu trabalho com muitos mestres de bateria de várias escolas, com outros diretores também. Estar somando dentro daquele trabalho que já tinha, e ver essa rapaziada acompanhando o que faço, é muito gratificante”.

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Sobre o desfile de 2025, que homenageou Xica Manicongo, Marcão ressaltou o esforço da preparação, desde os ensaios até a apresentação na Avenida.

“Foi um trabalho muito árduo e consistente. Ensaiamos toda segunda-feira, ensaiamos muito mesmo. Depois, fomos para fora, porque aqui dentro é uma coisa, lá fora é outra, totalmente diferente, mais aberta. Vemos o que construímos aqui dentro. Depois, na Avenida, é muito prazeroso. Às vezes pensamos em mudar detalhes, tirar ou acrescentar coisas. A gente troca ideias o tempo todo para fazer tudo da forma certa na Avenida”.

Por fim, Marcão comentou sobre a opção de não parar no último módulo de julgadores neste desfile. Ele destacou que gosta de realizar a reverência aos jurados, como forma de mostrar o trabalho realizado ao longo do ano, mas que, por questões de tempo, a bateria passou sem a parada tradicional.

“Como está escrito na súmula da escola, não somos obrigados a parar para o jurado. Paramos porque queremos mostrar nosso trabalho, e eles têm que ver. Não adianta passar pela Avenida sem reverenciar. Eles gostam disso, e nós também, porque temos vaidade nisso. Eu gosto muito de parar para apresentar, mas dessa vez não deu. Ainda assim, eles puderam ouvir tudo o que construímos durante oito meses: as bossas, as paradinhas, o trabalho de andamento e BPM. Quando temos tempo, gosto de parar, porque não trabalhamos só para nós, mas para a escola. Dessa vez pensamos: não vai dar para parar, vamos fazer andando. E fizemos andando. Graças a Deus, deu tudo certo”.