Estrear no Grupo Especial é sempre um momento único para uma escola de samba. Não é diferente para a Mocidade Unida da Mooca, que debutará no pelotão de elite do carnaval paulistano em 2026. Para cumprir as expectativas depositadas na agremiação da Zona Leste, a instituição já está a mil por hora nos preparativos – e a “Chapa Quente”, bateria comandada por mestre Dennys, está inclusa em tal planejamento. Na apresentação oficial do samba-enredo de “Géledés- Agbara Obinrin”, mestre Dennys conversou com o CARNAVALESCO sobre o planejamento feito para os ritmistas da MUM – e, também, falou sobre a canção apresentada pela Mocidade Unida da Mooca.

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Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Objetivo traçado

Sem meias palavras, mestre Dennys destacou a meta da MUM para 2026: “Nesse ano, a gente tem um grande desafio: permanecer no Grupo Especial – e vai dar tudo certo, se Deus quiser. Assim que acabou a apuração, nós comemoramos, claro. Mas eu e o presidente Rafael Falanga (a quem tenho que agradecer muito, porque ele sempre acredita no projeto musical e no projeto artístico) já pedimos celeridade. Ele correu atrás do enredo e já pediu para irmos em cima do samba para a gente ganhar tempo e ensaiar”, destacou, aproveitando para elogiar o mandatário da Mocidade Unida da Mooca.

Um período de 2025, em especial, foi importante para recarregar as energias: “É o meu quinto ano, estou indo para meu quinto carnaval na MUM e esse foi o ano em que nós quase não paramos. Paramos na quaresma e, depois, nós não paramos. Ele já tinha o enredo na quaresma, respeitamos o período e, no primeiro dia pós-quaresma, a gente já começou a construir o projeto”, relembrou Dennys.

Samba-enredo elogiado

Perguntado sobre o que achava do samba-enredo da MUM para 2026, Dennys mostrou empolgação: “De um a dez, esse samba é onze. Nesse ano, o nosso desafio e o desafio dos compositores era conseguir colocar o protagonismo feminino na canção. Esse samba é de um protagonismo feminino que fala muito das minhas raízes. Me emociona muito, por isso que eu falo que é um samba onze”, comemorou.

Pouco depois, ele destacou o quanto é acostumado com a força feminina desde o berço: “Ele fala da minha avó, ele fala da minha mãe que trabalhava em três empregos e, se hoje eu estou aqui, é por causa dela. Toda vez que começam os trechos ‘A voz que espalha o bem/Ninguém solta a mão de ninguém’ e ‘Vem ser mais uma mulher’, você está falando das minhas ancestrais. Me emociona muito. Eles foram muito felizes na melodia, nas divisões melódicas. Eu tenho certeza que a comunidade vai gritar esse samba”, prometeu.

Agradecendo aos poetas da MUM, mestre Dennys aproveitou para falar um pouco sobre o cronograma da Chapa Quente: “Quero agradecer a todos os compositores, que viraram nossos amigos. A gente passou um mês fazendo mais de oito encontros e foi legal a construção do samba. Eu e os diretores de bateria já fomos aproveitando para fazer os desenhos dos naipes, a introdução…”, revelou.