InícioGrupo EspecialMatriarcas do samba, baianas do Salgueiro encarnam rezadeiras

Matriarcas do samba, baianas do Salgueiro encarnam rezadeiras

A Acadêmicos do Salgueiro desfilou nas primeiras horas de terça na Marquês de Sapucaí. Nesse carnaval, a escola levou à avenida o enredo “Salgueiro de corpo fechado”, sobre a busca pela proteção espiritual. As baianas representaram as rezadeiras e erveiras, matriarcas que aplicam sua sabedoria e esforço em prol da saúde religiosa da população.

“A proposta da fantasia traz um sincretismo religioso, com um pouquinho de cada religião. É a baiana tradicional, do jeito que eu queria. Eu gosto de baiana assim, com roda e pano de costa. Tem que ter responsabilidade, ter carinho, carisma, apego. Se não tiver isso, para mim não pode ser baiana”, pontuou a presidente da ala Tia Glorinha.

Tia Glorinha

As baianas abraçaram a criatividade do carnavalesco Jorge Silveira, que, através da abstração religiosa, proporcionou uma viagem pelos diversos Brasis.

“O enredo é muito bonito, muito bem escrito, muito bem desenvolvido. Ele é propício para o momento que a gente está vivendo. A gente está precisando ficar com o corpo fechado mesmo, se cuidar espiritualmente. Nós vamos receber umas ervas, que nós vamos passar na avenida limpando tudo e fechando o corpo nessa avenida”, comentou a técnica de enfermagem Elizabeth Garcia, de 55 anos.

Elizabeth

“Hoje é a minha estreia no Salgueiro. É um sonho desde os meus 3 anos de idade. A minha mãe me deu uma fantasia de baiana quando eu era criança. Ela é salgueirense e eu cresci com esse amor pelo Salgueiro. Meu grande sonho era estar aqui hoje. Eu estou muito feliz. Está muito bonito”, complementou.

“É muito lindo, muito lindo mesmo. Não é um enredo, é um mantra. Há muitos anos atrás, não tinha médico, mas havia rezadeiras e benzedeiras. As crianças eram levadas para combater doenças e trazer a cura”, pontuou a costureira Maria de Fátima da Silva, de 64 anos, que também estreou em 2025 na Academia do Samba.

Maria de Fatima 2

“A gente está perpetuando a nossa ancestralidade. Os nossos ancestrais vieram para o Brasil e trouxeram essa cultura de benzimento, de rezas. Trouxeram para cá e a gente está dando continuidade. As baianas abrem a escola, elas exaltam a escola, como se tivesse uma preparação da escola para entrar”, encerrou a educadora social Janaína Marcelino, de 59 anos. Janaína completou, nessa segunda, oito carnavais pelo Salgueiro.

 

- ads-

Vigário Geral brilha no Estrela do Carnaval com prêmios e celebra as apostas feitas na equipe

A Vigário Geral foi uma das grandes vencedoras da premiação do Estrela do Carnaval 2025, conquistando as placas de "Melhor Comissão de Frente" e...

Mocidade Unida da Mooca celebra aniversário e presidente diz que escola está preparada para abrir a sexta em 2026

A quadra da Mocidade Unida da Mooca foi palco, no último sábado, da celebração de seus 38 anos, com apresentações das coirmãs Barroca Zona...

Mangueira embala novo ciclo com reeleição de Guanayra Firmino e projeto ambicioso para 2026

A Estação Primeira de Mangueira já traça seus próximos passos com entusiasmo após a reeleiçao da presidente Guanayra Firmino para mais três anos de...