A Unidos do Viradouro, atual campeã do carnaval carioca, segue impressionando com a qualidade de suas composições para o desfile de 2025. Segundo Marcelinho Calil, uma das principais lideranças da escola, o sucesso de mais uma safra de sambas elogiada se deve a um processo de trabalho minucioso e dedicado, sem grandes segredos.
“Segredo? Não tem, é trabalhar”, afirma Calil. Ele explica que tudo começa com a escolha do enredo e a construção de uma narrativa clara e poética, com o apoio de grandes nomes como do enredista João Gustavo e do carnavalesco Tarcísio Zanon. “A sinopse precisa ter clareza, setorização e poesia. Depois, trabalhamos de forma exaustiva para tirar dúvidas e deixar os compositores prontos para traduzir a ideia do enredo”, detalha.
Ainda que todo esse processo técnico seja fundamental, Marcelinho Calil ressalta que não há garantias de sucesso. “São ferramentas que tentamos usar para conseguir uma boa safra de samba, mas isso não é garantia de nada. O que posso afirmar é que a Viradouro, mais uma vez, vai para a avenida com um grande samba”, afirma com confiança.
A safra de sambas deste ano foi numerosa, com 24 obras inscritas. Para Calil, esse número reflete o momento positivo da escola e a credibilidade conquistada nos últimos anos. “Já é o terceiro ano que a gente recebe mais sambas, e isso tem a ver com o enredo, o momento da Viradouro e, claro, com a atitude da escola. Fico ainda mais feliz porque a maioria dos sambas são de compositores da casa”, comemora.
Quando questionado sobre o que faz um samba se destacar na disputa, Marcelinho é claro: “O samba precisa traduzir bem o enredo, mas, mais do que isso, precisa captar o espírito do que queremos contar. O desfile deste ano traz uma história com uma vertente muito clara, ligada ao espírito de João Batista e de Malunguinho. Precisamos de um samba que taque fogo na avenida”, finaliza, demonstrando a confiança de quem sabe que a Viradouro está no caminho certo.