Com quatro títulos em cinco anos, a Viradouro chega ao Carnaval 2025 como favorita ao bicampeonato, algo inédito desde 2008. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o diretor-executivo, Marcelinho Calil, falou sobre a solidez do projeto da escola, a busca pela perfeição em cada detalhe e a resposta a críticas. Sem arrogância, mas com confiança, ele destacou o trabalho coletivo, a gestão familiar e a paixão pelo carnaval como pilares do sucesso. Durante a entrevista, Marcelinho citou o filósofo Aristóteles: “O todo é maior que a soma das partes”. Na Viradouro, cada detalhe – do texto do enredo à harmonia da bateria – é peça essencial para o todo brilhar.
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O que explica a consistência da escola nos últimos anos?
“Não é algo recente. É a consolidação de um trabalho que começou há anos. Hoje, temos sinergia entre liderança e comunidade, ambiente profissional e poucos conflitos internos. Cada decisão, desde a escolha do enredo até o músico contratado, é discutida exaustivamente. O resultado é fruto de pequenas escolhas certas ao longo do tempo”.
Você considera este o ápice da gestão?
“Sempre buscamos o ápice no próximo ano. Em 2024, temos o que considero o melhor enredo até hoje: Malunguinho, com potência cultural e reparação histórica. João Gustavo (enredista) e Tarcísio (carnavalesco) são gênios em seus quesitos. Mas não paramos: até uma vírgula é revisada”.
Como responder a quem diz que o sucesso da Viradouro se deve apenas a recursos financeiros?
“Adoro ouvir isso! Quanto mais repetirem, mais mostram que não entendem nosso trabalho. Dinheiro não compra o que temos: disciplina, pesquisa e paixão. Ano passado, não fomos a escola que mais recebeu patrocínio, mas fizemos um carnaval impecável. O mérito é da equipe”.
Há soberba na gestão?
“Rimos disso. Soberba é falar que vamos ganhar sem mérito. Aqui, motivamos a comunidade, mas respeitamos os rivais. Já perdemos e aceitamos com respeito. Quem critica talvez não esteja feliz com o próprio trabalho”.
A bateria da Viradouro passou por mudanças. Como foi essa transformação?
“Foi uma decisão estratégica. Trouxemos o mestre Ciça, que adaptou o andamento ao samba e à identidade da escola. Não é sobre velocidade, mas sobre musicalidade. Ele é um mestre que entende o impacto da bateria no conjunto”.
Você se vê como referência no carnaval?
“Não penso nisso. Meu foco é interno. Mas é gratificante ver escolas seguindo nosso modelo. O que importa é consolidar a Viradouro como espaço de excelência e inclusão, com projetos sociais e formação de novos talentos”.
O que esperar do desfile de 2025?
“Um carnaval à altura do nosso legado. Não queremos ser melhores que 2024, mas sim melhores que as outras escolas. Malunguinho traz força, provocação e poesia. A comissão de frente será grandiosa, mas não comparamos com anos anteriores: cada desfile é único”.
Há pressão para vencer de novo?
“Não carrego esse peso. Recomeçamos do zero todo ano. Se não há bicampeão desde 2008, o problema não é nosso. Queremos fazer o melhor possível e deixar o julgamento aos juízes. Confiamos neles”.
O que define a Viradouro?
“Paixão. Somos uma família que ama carnaval, competição e transformação social. Ganhar é consequência de um trabalho que não para. E, seja em 2025 ou daqui a dez anos, seguiremos com a mesma sede”.