O diretor executivo, Marcelinho Calil, participou da estreia do podcast “Deixa Falar”, do canal “Tupi Carnaval Total”, e detalhou a filosofia de gestão que transformou a escola e os planos ambiciosos para o futuro, incluindo o ineditismo de um enredo sobre o mestre Ciça em 2026. Questionado sobre a Liesa e uma possível presidência futura, ele, que hoje é presidente do Conselho Fiscal da Liga, considerou a alternância de poder “extremamente saudável”. O dirigente disse ter um relacionamento “ótimo” com o atual presidente Gabriel David e se diz “à disposição” da casa, caso seja considerado preparado para tal função um dia.
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“Meu relacionamento com o Gabriel é ótimo. Ele é meu amigo. Não somo opostos. O que pode haver é algumas pessoas terem mais afinidade com modelo de gestão, mas rivalidaed e oposição de forma nenhuma. Estou à disposição e às ordens da casa. Todos nós que temos o objetivo comum de ver a Liga cada vez mais fortalecida. Não quer dizer que eu concorde com tudo, inclusive, discordar é saudável. A alternativa de poder é extremamente saudável. Sou uma pessoa que tem uma vivência no carnaval, e, se um dia acharem que estou preparado, quero sim. Se qualquer pessoa que a gente internamente entenda que é pessoa que temos que direcionar energia, vamos ajudar. Não oposição a nada do Gabriel e o que ele precisar de mim, vai contar sempre”, garantiu.
A Viradouro celebrará seus 80 anos em 2026, e o grande destaque será o enredo sobre mestre Ciça, uma ideia do próprio Marcelinho Calil. Será uma “grande homenagem”, marcando Ciça como o primeiro mestre de bateria a ser enredo em vida, atuando em seu próprio quesito. Além disso, com 55 carnavais, o comandante da “Furação Vermelho e Branco” se tornará o sambista mais antigo em atividade na avenida após a aposentadoria de Neguinho da Beija-Flor. Calil o descreve como um “operário de carnaval”, “gente da gente”, e o “maior enredo do carnaval”.

“A ideia do enredo foi minha. Sou muito fã do João Gustavo Melo (enredista). Ele é um gênio da arte de fazer enredo. Sou muito fã do Tarcísio (Zanon, carnavalesco). A gente tinha três ideias incríveis, que estão guardadas, e vimos com muita convicção que existem 100 enredos sobre o Ciça, grandes e potentes. Meu primeiro critério é enredo bom. Foi interessante a gente mudar a tônica do enredo e gerou algo positivo para escola. Gosto de grandes histórias e que mereçam ser contadas. O Ciça está indo para o 55ª carnaval, entendam o tamanho que estou falando, tenho o ineditismo do enredo que está passando no seu próprio quesito, o Ciça toca para o Ciça. Para mim, é o maior enredo do carnaval”.
Marcelinho Calil defendeu o patrocínio da Prefeitura de Niterói à Viradouro, classificando as críticas como “desculpa esfarrapada” de quem não aceita perder ou não quer trabalhar. Ele argumenta que o apoio, que existe há décadas, permite liberdade artística na escolha dos enredos e que a Viradouro não foi a escola que mais recebeu dinheiro público nos últimos anos. Para ele, o carnaval é cultura e um “cartão de visitas” para Niterói.
“Acho justo o aporte. Pelo menos nos últimos três ou quatro anos a Viradouro não foi a escola que mais teve dinheiro público. Para mim, isso é desculpa esfarrada de quem não quer trabalhar ou não sabe perder. Eu acho que temos que incentivar o poder público que enxergue o carnaval como cultura. O valor é destinado ao carnaval. A Prefeitura de Niterói ajuda a Viradouro há bastante tempo. O prefeito vê o carnaval como grande polo social e cultural da cidade. Vejo com muito tranquilidade e justiça”.