Em 2026, as escolas de samba do Grupo Especial viverão uma verdadeira maratona de quatro fins de semana seguidos na Marquês de Sapucaí. Serão dois finais de semana de ensaios técnicos com luz e som oficiais (30, 31 de janeiro e 01 de fevereiro e 06 a 08 de fevereiro), os desfiles oficiais (de 15 a 17 de fevereiro) e o sábado das campeãs (21 de fevereiro). O novo calendário da Liesa é visto como positivo pelos diretores de carnaval ouvidos pelo CARNAVALESCO, mas todos reconhecem os desafios de um calendário condensado e de uma preparação que exige mais da comunidade e das equipes.

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Para Júnior Schall, diretor de carnaval da Portela, o calendário ampliado aumenta o potencial de rendimento das escolas. “É muito bom porque a estrutura que o presidente Gabriel David está proporcionando provoca, no melhor sentido, que as escolas trabalhem mais dessa maneira. A gente chega mais coeso e mais potente em etapas que são bem agudas”, afirmou.

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únior Schall, diretor de carnaval da Portela

Wallace Capoeira, da Mocidade, também aprovou a medida e diz já está acostumado com o ritmo intenso. “Eu sou corredor de maratona, então a gente está preparado. A gente recebe isso com o maior prazer, mas com uma responsabilidade danada”, declarou o diretor de carnaval.

Ganho dos dois ensaios técnicos

Entre os pontos mais destacados pelos diretores está a oportunidade de realizar dois ensaios técnicos com luz e som oficiais da avenida.

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Thiago Monteiro, da Grande Rio

Thiago Monteiro, da Grande Rio, lembrou que a escola enfrentou problemas no primeiro treino de 2025. “Ano passado fomos prejudicados no primeiro ensaio por conta da carência do carro de som. Agora não vai ter esse problema. A escola consegue se preparar mais, porque vamos ter dois ensaios, efetivamente, com o som da avenida”, enfatizou.

Já Wilsinho Alves, do Salgueiro, ressalta a dimensão prática. “Se a gente vai fazer um paradão, uma bossa diferente, botar algum efeito, ali a gente tem noção exata de como está o canto da escola. Por isso, considero fundamental esses dois ensaios com som e luz”, comemorou a medida.

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Wilsinho Alves, do Salgueiro

Pressão e mental

Se há consenso sobre os ganhos do novo modelo, também há reconhecimento do peso emocional. Capoeira encara a intensidade como parte da identidade do independente. “Pressão nenhuma, é privilégio. São quatro finais de semana intensos e a gente é intenso o tempo todo”, disse.

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Wallace Capoeira, da Mocidade

Schall prefere enfatizar a união. “A gente se une mais, a gente se fortalece nesse caminho, é um caminho de aprendizado. De mãos dadas, aprendendo mais e melhor, a gente consegue”.

Thiago reforça a entrega total. “Para a gente, nesse momento, faltando duas semanas, não tem vida. A gente tá olhando para a Sapucaí. Quanto mais ensaio lá, melhor”, declarou.

Wilsinho, por sua vez, chama atenção para a pressão sobre os profissionais: “O mental talvez seja algo que as pessoas que não trabalham no carnaval acabam subestimando. No meu caso, tenho uma nação atrás de mim. Todo dia a gente sai 2h, 3h, 4 horas da manhã e 9 horas já tem reunião no barracão. É um calendário exaustivo”, ponderou.