Oito obras se apresentaram em mais uma etapa das eliminatórias de samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, na noite do último sábado. Ao fim, as parcerias de Chacal do Sax e Estevão Ciavatta foram eliminadas. A Verde e Rosa levará para a Marquês de Sapucaí, em 2026, o enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – o Guardião da Amazônia Negra”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França. Confira, abaixo, a análise das seis parcerias classificadas para a semifinal do concurso.

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Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Parceria de Beto Savanna: O intérprete Pity de Menezes abriu a noite ao comandar a parceria de Beto Savanna, Rodrigo Pinho, Wilson Mineiro, Daniel Paixão, Jonathan Tenório e Grassano. O cantor foi fundamental para valorizar ainda mais a obra, que possui grande potencial. Já a torcida, apesar de mediana e estar com a cola do samba, soube cumprir o dever de casa do início ao fim, destacando-se como uma das melhores da noite. Destaque para o refrão do meio “Reza pra benzer, ô, reza pra benzer/ Reza pra benzer, ô, reza pra benzer”, que marcou um dos momentos mais explosivos entre os torcedores. Ao fim, todos deixaram a quadra cantando em coro. Uma das grandes apresentações da noite.

Parceria de Alexandre Naval: Wantuir foi o responsável por comandar o canto da parceria formada por Alexandre Naval, Wendel Uchoa, Ronie Machado, Giovani, Marquinho M. Moraes e Ailson Picanço. A apresentação de alto nível contou com o apoio de uma das maiores torcidas da noite, que fez questão de cantar, em coro, o refrão antes mesmo do início: “Caboclo Preto Velho Verde e Rosa é meu sagrado/ Toca o Marabaixo, Mangueira”. Apesar da letra complexa, a obra cumpre bem o papel de exaltar a figura do mestre Sacaca como guardião da floresta e das tradições amazônicas. No geral, uma ótima apresentação.

Parceria de Ivo Meirelles: Ito Melodia, Bruno Ribas e Vitor Cunha comandaram a apresentação da obra de Ivo Meirelles, Gilson Bernini, Gustavo Clarão, Xande de Pilares, Edinho Gomes e Felipe Mussilli. O samba não teve tanta força na primeira passada, mas ganhou consistência assim que a bateria entrou. Logo no início, o refrão “Reza forte, bate folhas de mangueira/ Emoção que não tem fim” fez um passeio entre a tradição popular e a identidade Verde e Rosa, conquistando os torcedores. A torcida, que contou inclusive com integrantes da ala das baianas, fez questão de cantar antes mesmo da largada oficial. Ao término, os aplausos seguiram acompanhados de canto.

Parceria de Pedro Terra: A obra, composta por Pedro Terra, Tomaz Miranda, Joãozinho Gomes, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal, teve os intérpretes Evandro Malandro, Igor Sorriso e Thiago Acácio na condução. A presença dos três ajudou a valorizar ainda mais a apresentação, consolidando um grande desempenho. A torcida compareceu em peso e se consolidou como a maior da noite. Animados, os torcedores cantaram o refrão desde os primeiros momentos, embora uma pequena parte tenha se mostrado mais tímida nos demais trechos. O ponto alto foi a “explosão” na penúltima e na última passada, especialmente no refrão “A magia do meu tambor te encantou no jequitibá/ Chamei o povo daqui, juntei o povo de lá/ Na Estação Primeira do Amapá”. Ao fim, a comunidade fez questão de entoar, em coro, o trecho principal da obra.

Parceria de Lequinho: O intérprete Tinga foi o responsável por comandar a parceria de Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Julio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. Consistente, a obra conseguiu reunir a excelência dos cantores, a participação do público e a força da letra, reforçando que tem condições de seguir firme na disputa. Destaque para o trecho “Só quem ama a escola de zagaia e de cartola/ Consegue entender”. A torcida respondeu com entusiasmo e contribuiu para uma das grandes apresentações da noite.

Parceria de Manu da Cuíca: Interpretado por Bira Silva e Pixulé, o samba tem assinatura dos compositores Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Marcio Bola, João Carlos, Victor Nunes e Mama. A dupla ajudou a levantar a obra, embora Pixulé tenha recorrido à leitura da letra durante a primeira passada e em trechos da segunda. A torcida, apesar de menor, se mostrou animada. Entre os presentes estavam membros da comunidade e até o Rei Momo do Carnaval carioca, cria da Mangueira. A apresentação revelou um samba de letra forte e com potencial de crescimento, mas que ainda depende de maior envolvimento dos componentes. Destaque para o trecho “EU QUE SOU DO AXÉ/ NEGA QUASE CENTENÁRIA”.