Mangueira Financiamento001

A Estação Primeira de Mangueira realiza sua grande final de samba na noite deste sábado no Palácio do Samba. Com três obras ainda em disputa, a verde e rosa colhe os frutos de uma disputa que tentou romper com o viciado modelo vigente no mundo do samba.

O carnavalesco Leandro Vieira conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO antes da grande decisão. Leandro, um dos artífices das mudanças implementadas na verde e rosa, faz um balanço das novidades para a escola e o sistema de disputas em geral.

“O novo modelo foi aprovado pelos compositores em função da equiparação financeira e pela seriedade que foi conduzido. É unânime entre os compositores que as disputas tornaram-se reféns dos grandes ‘escritórios’ e que de alguma forma a ‘máquina financeira’ dita duras regras. O novo modelo minimiza isso e é por isso que acredito que a proposta deu certo. Montamos um time de profissionais engajados com o propósito e oferecemos uma produção de qualidade para compositores que muitas vezes não desfrutavam de uma estrutura de gravação, divulgação, produção e mídia digital moderna. É óbvio que temos que aprimorar. Pontuar questões importantes, e sobretudo, ouvir os próprios compositores. Esse modelo deve ser construído junto por quem pensa e por aquele que realiza. Estamos só começando’, pontuou Leandro.

Paralelo à sua análise da disputa com um modelo modernizado, Leandro destaca a safra recebida pela escola. O artista reconhece que algumas obras se enveredaram pelo caminho dos clichês devido ao personagem retratado, mas assegura que os três finalistas reúnem as condições de representarem a Mangueira na avenida em 2020.

“Sou um carnavalesco que gosta de samba enredo. Tenho plena consciência de que o fundamental em desfile de Escola de Samba é o samba em si. O tema que proponho pra Mangueira em 2020 corria dois riscos para a produção dos compositores: um era a galera embarcar no ‘Jesus da missa’, super clichê para desfiles e com o risco da produção de um ‘samba Gospel’. O outro, era a turma embarcar no “Jesus da lacração” e romper a importante, mas tênue linha, que de um lado deixa o engajamento artístico e do outro lado deixa o partidarismo. Obviamente esses riscos se concretizaram e a ordem natural era que a ‘peneira’ do corte semanal fosse direcionando aquilo que mais atende nossas expectativas de forma justa. Para a final de sábado temos três sambas que se enquadram com aquilo que queremos. Apenas um será campeão e eu tenho a certeza de que o campeão será aquele que a maioria dos segmentos abraça com pertencimento ao longo das eliminatórias”, finaliza.

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