Compositores: Thiago Meiners, Beto Savanna, Indio da Mangueira, Michel Pedroza, Wilson Mineiro e Julio Alves
Intérprete: Pitty de Menezes
Botei meu laguidibá no pescoço
Preta luz da inspiração
Quem abençoa guarda prece de benzer
Pra cantar sobre você, entidade da canção
Quem abençoa é o velho cajueiro
Oh! Entidade da Primeira Estação
A voz forte e grave que não falha
Instrumento de batalha
Em seu timbre, em seu tom
A mesma voz, corta os ventos de Oyá
É ponto de ladainha, é reza pra todo altar
Nazareth dos azulejos de São Luís
Da igrejinha à matriz, a sua fé
Tambor de Mina, o encanto do meu Cazumbá
Roda a saia menina pro bumba meu boi festejar
Negra cor da liberdade
Nos quilombos da cidade sob os solos de piston
Brilha e o sonho reverbera
Muda toda atmosfera, ser rainha é seu dom
Um canto maroto, estranha loucura
Meu ébano, a cura pro vício do amor
A força da mulher na voz dos brasis se eternizou
Mas tente entender, desço o morro pra dizer
Que a esperança está no surdo de primeira
Ao sambista mais novo um pedido final
Cuide das crianças de Mangueira
Onde o samba é devoção, nasci pra te defender
Quem veste verde e rosa é sentinela de Erê
Não deixo o samba morrer, defendo minha bandeira
Eu sou Mangueira, poesia guardiã
Lá no morro, a melodia dá o tom
Alcione é marrom, negra voz do amanhã