Compositores: Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Felipe Filósofo e Mama
Intérpretes: Wantuir e Cacá Nascimento
Acontece…
O verde-e-rosa em cada Angenor do morro
Em negras rimas pra fazer secar o choro
Vindo do pedreiro de mãos virtuosas
Que plantava versos onde nascem rosas
E do alto o sol vem colorindo de beleza
Os barracões de zinco, “É tão lindo”
A poesia sorrindo apesar da incerteza
Lá em Mangueira
No breu da noite, cada dia há uma voz
É trovoada que ressoa no jequitibá
E benze a “Folha Morta” feito herança!
Colhido num “Tantinho” de esperança
Um doce Jamelão nos lábios de Josés
Desfila sua prece em primazia
Do Buraco Quente, Candelária e Chalé
Hoje baila o mestre-sala das ralés
De legado, o corpo preto
Desenhando melodias com os pés
Suor que dança no rosto
Defendendo o pão de cada dia
Trabalha a dor no couro e na platinela
Pisa macio, risca a miséria
Do sangue que corre
Em cada Obá da favela
Mangueira é a ginga da palavra
É a arte desse povo, realeza do cantar
Todo mundo te conhece ao longe
Todo mundo quer te ver passar