A Mancha Verde e a Mocidade Alegre brindaram os presentes com grandes desfiles. A verde e branco com seu enredo sobre xaxado seguiu a mesma linha que lhe garantiu o bicampeonato no último ano: organizada, alegorias gigantes com acabamento próximo a perfeição, quesitos musicais bastante entrosados e uma comunidade com vontade de levantar mais um troféu.

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Na Mocidade Alegre de Yasuke, o Samurai negro, viu-se uma agremiação com nova estética assinada por Jorge Silveira, estreante na escola. As alegorias aliavam grandiosidade, durante toda a extensão do desfile, a uma paleta de cores de muito bom gosto. O samba que já era bom cresceu ainda mais. Fruto do intenso trabalho de Igor Sorriso ao lado do seu competente carro de som. As vozes femininas presentes tornaram a obra ainda mais agradável.

Problemas técnicos comprometem pontualidade tradicional

A segunda noite dos desfiles do Grupo Especial de São Paulo iniciou por volta das 22h53min deste domingo. Depois de alguns minutos de atraso deivido a falta de maquinário para colocar seus destaques nas alegorias, a Terceiro Milênio abriu a noite homenageando a arte de fazer rir. Desfilar em primeiro não é fácil em quaisquer que seja o dia, soma-se isso a chuva intensa que acompanhou a escola durante todo seu tempo na avenida, e também o peso de se apresentar pela primeira vez no grupo especial. O resultado só pode ser caótico, certo? Errado! A escola do Grajaú driblou os itens adversos e se mostrou madura para continuar ocupando seu espaço nas 14 vagas do pelotão de elite paulistano. O principal destaque da estreante foi a excepcional comissão de frente, com uma coreografia bastante coesa, de fácil leitura, com truques de ilusionismo e com um quê de sátiras cômicas em preto e branco de décadas passadas.

Tucuruvi, Império, Águia e Dragões fazem bons desfiles mas cometem deslizes

Falando sobre Bezerra da Silva, o Tucuruvi optou por fazer um enredo-homenagem em paralelo à situações cotidianas do brasileiro. Apesar de uma linha narrativa bastante interessante e irreverente, ao lado do belo conjunto de fantasias, o desfile um morno deve garantir uma posição de meio de tabela para a escola.

Distante de enredos com temática africana há exatos vinte anos, o Império de Casa Verde sacudiu o Anhembi com seu excelente samba-enredo. O estreante intérprete Tinga mais uma vez mostrou porque é considerado uma das maiores vozes da atualidade. Com quase todos quesitos próximos ao que se espera deles, o único “porém” que pode distanciar a escola do título pode ser evolução. Por alguns momentos notou-se um andamento mais lento de alguns componentes que foram alertados pelos diretores. Se isso foi visto pelos julgadores, haverá perda de décimos preciosos.

Apesar de deixarem ótimas impressões estéticas com os enredos “Um Pedaço do céu” e João Pessoa, Águia de Ouro e Dragões da Real foram as que mais sofreram com a intensidade das chuvas. O quesito evolução se tornou uma pedra no sapato dos diretores das duas agremiações.

Colaboraram Fábio Martins, Gustavo Lima, Will Ferreira, Vinicius Vasconcelos e Will Fernandes