O mundo do samba amanheceu mais triste. Faleceu João Carlos, mestre-sala do Águia de Ouro e um dos grandes nomes da dança do carnaval paulistano. Carismático, elegante e profundamente apaixonado pelo pavilhão azul, branco e dourado da Pompéia, João deixa uma lacuna imensurável na folia paulistana. Não foi informada a causa da morte.

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Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO

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João Carlos não foi apenas mais um entre tantos que já passaram pelas pistas de dança do Anhembi. Ele foi símbolo, referência e emoção pura. Com sua postura impecável e o inconfundível sorriso no rosto, tornou-se sinônimo de respeito e amor à arte de conduzir o pavilhão de uma escola de samba. Ao lado de grandes porta-bandeiras, protagonizou momentos memoráveis que estão eternizados na memória de quem vibra com o desfile das escolas de samba.

Mais do que um exímio dançarino, João era um ser humano ímpar. Dentro e fora da quadra da Águia de Ouro, cativava todos com sua generosidade e afeto. Era o tipo de figura que acolhia com um abraço, aconselhava com sabedoria e iluminava com sua presença. Uma liderança natural, que fazia questão de cultivar laços, transmitir ensinamentos e manter acesa a chama da cultura popular.

Na avenida, representou com garra e leveza o pavilhão que tanto amava, desfilando com emoção em cada apresentação. Fora dela, era um irmão de samba, sempre pronto a ajudar, rir e sonhar junto. O legado que deixa não se mede apenas em notas ou troféus, mas em histórias, amizades e inspiração.

Em nota, a Águia de Ouro expressou toda sua dor e saudade:

“É com o coração em luto e os olhos marejados que a Família Águia de Ouro comunica o falecimento do nosso inesquecível e amado João Carlos, eterno Primeiro Mestre-Sala desta agremiação.

João Carlos não foi apenas um mestre-sala. Ele foi uma verdadeira lenda viva do nosso pavilhão, um artista nato que, com sua elegância, leveza e paixão, defendeu o nosso pavilhão como poucos na história do samba. Cada movimento seu era reverência, cada gesto era respeito, e cada sorriso sempre presente em seu rosto era um ato de amor ao Águia de Ouro, à cultura popular e à nossa comunidade.

Homem de alma generosa e coração gigante, João Carlos era daqueles que chegava e iluminava o ambiente. Tinha sempre uma palavra amiga, um gesto de carinho e um sorriso sincero que acolhia a todos. Nunca negou um abraço, um conselho ou uma risada. Era mestre não só de dança, mas de vida.

Durante todos esses anos desfilando conosco, foi o orgulho da nossa escola, sendo exemplo de dedicação, disciplina e amor ao nosso Pavilhão. Na avenida, dançava como se fosse a primeira vez com emoção, brilho nos olhos e uma conexão com a porta-bandeira que emocionava até os corações mais duros. Fora da avenida, era um companheiro leal, amigo de todos, um irmão de samba.

Hoje, perdemos uma parte de nossa história, uma parte do nosso coração. O céu ganhou um mestre-sala de luxo, e temos certeza de que ele já está lá em cima, rodopiando com leveza, sorriso no rosto, e carregando no peito o mesmo orgulho de sempre: o de ser Águia de Ouro.

A saudade será eterna, mas o legado de João Carlos viverá para sempre em cada passo, em cada ensaio, em cada desfile. Obrigado, João, por tudo o que você foi e continuará sendo para nós.

Descanse em paz, querido João. Seu nome será lembrado enquanto existir samba.

Dona Solange… receba seu filho e através de cada giro que vocês derem juntos derramem bênçãos e amor para a comunidade da Pompéia!

Com amor e gratidão,
GRCES Águia De Ouro”

A equipe do site CARNAVALESCO se solidariza com toda a família de João Carlos, amigos, admiradores e integrantes da Águia de Ouro. O samba perde um ícone. Mas sua arte, seu sorriso e sua leveza continuam vivos em cada nota, em cada passo e em cada coração sambista.