Enredo: SANTA CRUZ DE BARBALHA “Um Conto Popular no Cariri Cearense”
Carnavalesco: Cahê Rodrigues
Meus olhos arranha o céu
Desse império que ajudei a construir Mas o coração dói de saudade
Da minha Barbalha… Lá no meu Cariri…
Cariris eram os índios da região Que perderam as terras, Crenças e religião,
Branco deixou o medo Do papafigo, pai-da-mata, Rasga-mortalha e Assombração…
Ê, Barbalha…
Seu nome vem da medalha De quem nela residia
A primeira moradora Que o nome não dizia Vinha da família Barbalha
Era tudo que o povo sabia
Você já foi a Barbalha? Pois, então, vá…
Sabe quem já andou por lá, seu menino? Capitão Virgulino,
Meu Padim Padi Ciço
O Príncipe Regente, sinhá! E um horror de muié Querendo casá!
Até o Rei do Baião passou por lá…
Santo Antônio padroeiro É quem manda no lugar
Arranja emprego, cura doença Manda chuva
Faz a roça prosperar É santo casamenteiro E passa o dia inteiro Ouvindo promessa
De quem quer desencalhar
Você precisa ver
A festa do padroeiro
São duas semanas inteiras De muita fé e brincadeira Noite das Solteironas Cantigas de roda
Dança de coco Versos de feira
Romeiros e carpideiras
Aos pés do pau da bandeira Erguida pelo povo de lá
Barbalha fica pr’aquelas banda
Dos Verde Canaviá
Dos engenhos de rapadura Das belas igrejas
Ai, saudade que dá… Terra santa, terra boa Das águas medicinais
A saúde jorra em fontes E na rede de hospitais
Terra de cordelista, Repentista e forrozeiro Poeta e versador
E tem um passarinho prosador, O Soldadinho do Araripe,
Que canta e encanta por amor… Barbalha tá assim de folia!
Tem lapinha, reisado e ladainha Feira de tudo que é vendedor,
É um verdadeiro Carnavá
A Santa Cruz descobriu Barbalha A terra da fé e alegria
E vai levar ocê pra lá!
Você já foi à Barbalha? Pois, então, vá…
Feche os olhos, Faça um pedido
E comece a sonhar! (Quero vê ocê voltá…)
Ê, Barbalha!!!
Cahê Rodrigues/ Cláudio Vieira
Agosto 2019