Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, é o grande homenageado da Beija-Flor em 2025. Ele foi uma figura muito marcante da azul e branco de Nilópolis, escola que esteve à frente por 30 anos. Era conhecido por sua genialidade e personalidade forte. A Beija-Flor de Laíla é a maior vencedora do Sambódromo e nada melhor do que ter o eterno sambista na missão de buscar novamente o topo do carnaval carioca, já que desde 2018 a escola está sem título. Em entrevista ao CARNAVALESCO, componentes da escola abriram seus corações e contaram a importância dessa homenagem, como se recordam dele no carnaval e como foi fazer parte desse legado.

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Fotos: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

O casal da velha-guarda, Rosângela Silva, de 66 anos, e Rogério Silva, de 68 anos, contou como é importante essa homenagem ao Laíla. “Essa homenagem da Beija-Flor para o Laíla, representa muito, porque ele era uma pessoa muito querida e eu acho mais do que devida essa homenagem a ele’, disse Rosângela.

“É uma homenagem muito importante, porque dentro da trama, ele era tudo! Ele era um maestro, ele era tudo! O que ele fazia, era perfeito. Ele tinha uma disciplina com a escola que era incrível”, completou Rogério.

O compositor Serginho Aguiar destacou a emoção de homenagear Laíla no desfile e no samba que ajudou a compor, porque além de ser um grande admirador do trabalho de Laíla no carnaval, ele era seu amigo.

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“O Laíla era meu amigo. Representar ele no desfile é muita emoção e fazer um samba para ele, porque eu sou um dos compositores do samba, é muito importante. Mas, eu acredito que ele esteja muito feliz com a Beija-Flor, com essa homenagem bonita que a gente vai fazer para ele, que estamos fazendo. E orgulho, porque ele nunca foi um cara de lecionar, você tinha que observar o Laíla para aprender e aprendemos muito com ele”, comentou.

Para Rosângela, a lembrança que fica de Laíla era de um líder rígido que comandava a escola com autoridade e com um profundo conhecimento em todas as áreas do carnaval, mas que apesar de sua seriedade, tinha um carinho enorme pela sua comunidade e muita força para levar a escola para Sapucaí.

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“O que eu mais lembro dele é ele ser rígido, ser aquela pessoa carrancuda, que chamava atenção, mas que trazia a escola ali na rédea curta. Ele era um super diretor de bateria, de ala, de tudo. Ele entendia de tudo, então, o que a gente lembra dele é essa força que ele tinha para comandar a escola, para trazer a escola, para botar o carnaval na avenida. E ele sempre foi muito enérgico, mas sempre foi muito carinhoso com a comunidade ele. Eu lembro que nos ensaios, não importa quem estivesse cantando errado, ele achava a pessoa e ia lá brigar! Ele prestava atenção na escola toda e por isso a excelência! Ele sabia tudo, pensava em tudo e se importava com a Comunidade”, afirmou Rosângela.

Serginho Aguiar contou das brigas de Laíla, que eram motivadas pela sua busca para excelência, por isso ele sempre era exigente, chamava atenção não para prejudicar a pessoa, mas para trazer o melhor de cada um e da escola, lutando incansavelmente pelo que acreditava:

“Eu lembro muito das brigas que ele tinha, porque ele sempre queria o melhor. Então, ele chamava a tua atenção, mas não era para te prejudicar, se ele brigava com você, é porque ele queria o seu melhor”.

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O legado de Laíla permanece vivo no coração da Beija-Flor e dos amantes do Carnaval. Ele é lembrado como um visionário, alguém que ajudou a elevar o nível artístico dos desfiles de escola de samba e transformou a Beija-Flor em sinônimo de excelência no Sambódromo. Seu nome está eternizado na história do carnaval, e seu trabalho continua sendo uma inspiração para todos os que participam dessa grande manifestação cultural brasileira.