Por Anderson Madeira

A Leão de Nova Iguaçu botou o seu leão para rugir forte na Avenida Ernani Cardoso, levantando as arquibancadas e com belas fantasias e alegorias. Foi a décima segunda a entrar na Passarela do Samba, disposta a brigar pelo título. Os 750 componentes cantaram o samba “Orlando Orfei – O Circo que vive em mim”, de Rafael Lima, Nego Lourenço, Argentina Caetano, Marquinhos BF, Rosangela Mendes, Rodrigo Rei Momo, Guto Biral, Rafa Berê e Renan Diniz O enredo foi desenvolvido pelos carnavalescos Cahê Rodrigues e Lucas Pinto. A pretensão ao campeonato foi comprometida pela segunda alegoria, “Um truque na manga”, que parou três vezes na pista, prejudicando a evolução da amarelo e vermelho da Baixada.

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Comissão de Frente

Transformou a pista em um verdadeiro picadeiro, com palhaços saindo de uma caixa triangular, encantando o público, que aplaudiu efusivamente. A coreografia lembrou um dos maiores nomes da história circense mundial. Em um certo instante, dentro da caixa, mostrada antes vazia, sai uma bailarina envolta em aros prateados, para surpresa dos espectadores.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jorge Vinícius e Amanda Palhares, usaram a fantasia “Circo é um ambiente mágico”. Vestidos de vermelho e amarelo, apresentaram um belo bailado, com sincronia e elegância que encantaram o público e os jurados, que aplaudiram de pé. A beleza da fantasia também foi elogiada. Atrás do casal veio um grupo de artistas em pernas de pau, trazendo o nome da escola. Eles representavam os animadores de circo com as suas pernas gigantes e fazendo a alegria da criançada.

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Harmonia

Um dos pontos altos do desfile foi o canto forte dos componentes, puxados pela voz potente do intérprete Pixulé, que levantou o público nas arquibancadas. Assim foi durante todo o desfile, sem cair em nenhum momento. Apenas em algumas alas havia poucas pessoas que não cantaram muito o samba, abrindo a boca apenas no momento do refrão.

Enredo

De fácil leitura, foi apresentado claramente em todas as alas e alegorias. Desde a comissão de frente, com os palhaços, passando pelos pernas de pau, passando pelos personagens multicores lembrando o mundo das águas dançantes do circo de Orfei, aos membros da Velha Guarda da escola, vestidos de mestre de cerimônia.

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Fantasias

A Leão de Nova Iguaçu veio muito bem vestida, com elegância e luxo. Além do amarelo e vermelho, outras cores foram destacadas, como o preto, branco e verde. Tudo com muita leveza e alegria. As fantasias estavam ainda com bom acabamento e isso foi notado em todas as alas, como na dos ciganos, um dos destaques do desfile. Outro destaque foi a ala dos pipoqueiros, que distribuíram sacos de pipoca para as pessoas da plateia. Atrás desta, uma ala com vendedores de algodão doce fez o mesmo, para o deleite do público. A ala dos compositores homenageou o cidadão iguaçuano, já que o Orfei se apaixonou pela cidade e foi morar nela.

Alegorias e Adereços

As alegorias também chamaram atenção pela beleza e o bom acabamento. O primeiro carro representou “Os delírios de Orfei”, que em seu sonho, criou um dos maiores circos do mundo. Trouxe ao centro o leão e o apresentador, ladeados por cavalos andaluzes, além de amazonas e animadores de plateia. O segundo carro mostrou a mágicos, coelhos e palhaço, além uma roda gigante simbolizando o Tivoli Park da Lagoa parque de diversões construído nos anos 1980. Esse carro, contudo, travou perto da metade da passarela do samba, causando um grande buraco, de cerca de 100 metros. Depois, empurradores conseguiram fazê-lo andar novamente. Porém, passada a metade da avenida, travou de novo, causando mais um buraco, assim como no final do desfile.

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Evolução

Até o problema com o segundo carro, a escola vinha indo muito bem, com boa evolução em todos os setores. Porém, as alas à frente da alegoria tiveram que parar, a espera de que o carro voltasse a andar, prejudicando o julgamento do quesito, que deverá ser penalizado em décimos preciosos para a agremiação. No final do desfile, para não estourar o tempo, os componentes tiveram que correr. O esforço compensou e o desfile terminou no limite de 40 minutos.

Samba

O samba cantado por Pixulé foi muito cantado em toda a apresentação, sem perder o ritmo em nenhum momento, animando a escola, mesmo diante dos problemas econduzindo o desfile até o final, empolgando a plateia.

A bateria, conduzida pelo mestre Michel Porto e tendo com rainha Luciene Soares, fantasiada de Leoa Iguaçuana, estava fantasiada de domadores de leão. Foi outro grande destaque do desfile, repleta de bossas e paradinhas que empolgaram o público. A apresentação de Luciene também foi muito aplaudida.