O casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Unidos do Viradouro, Julinho e Rute Alves, é uma das atrações mais esperadas e respeitadas do desfile da vermelho e branco de Niterói. Com movimentos coreografados e uma dança repleta de elegância, eles carregam a responsabilidade de apresentar e defender o pavilhão da escola, um dos maiores símbolos do samba carioca.
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“Para gente representa o que representa todos os anos, defender o pavilhão de uma escola como a Viradouro, a gente se sente privilegiado e muito abençoado ao mesmo tempo, para mim não tem coisa melhor do que passar nessa Sapucaí lotada que hoje já não é mais apenas um ensaio técnico, é um desfile técnico a gente está vivendo esse pré-carnaval que já é carnaval literalmente”, declara Julinho.
Muito mais do que um tecido no mastro, Rute Alves representa com maestria o pavilhão da agremiação e relembra que é toda uma simbologia de uma história, de uma nação construída através de luta e muita ancestralidade. “Quantos do nosso povo foram marginalizados, apanharam, foram presos porque sambavam, a gente precisou da tia Ciata fazer um acordo para que isso não acontecesse mais na casa dela, é por isso que eu louvo, eu vou entrar nessa avenida pela Tia Ciata, pelos fundadores da minha escola, pelos fundadores de todas as escolas”, emocionada, relata a porta-bandeira.
Além da técnica, há um forte componente emocional e simbólico na dança do casal que estão juntos no samba há 18 anos expressando amor, paixão e devoção ao pavilhão, enchendo de orgulho seus integrantes, torcedores da Viradouro e admiradores do casal que os veem como referẽncia e sinônimo de excelência, mas reforçam que podem melhorar a cada momento. “Julio e eu atingimos uma maturidade no samba, na apresentação, a gente se conhece não só como mestre-sala e porta-bandeira, a gente se conhece na vida e isso também ajuda na dança. Acredito que a gente atingiu um ponto mas não é o ideal, ainda está longe do ponto que a gente quer atingir”, afirma Rute.
“Alcançamos maturidade enquanto casal de mestre-sala e porta-bandeira que entende a importância do pavilhão, entende a importância do que a gente constrói e continua construindo enquanto verdade de dança que é uma verdade nossa que foi construída durante anos e a gente está junto há 18 anos e acho que essa busca pela excelência é o que vai tornando, não só nós dois, como outros casais de repente com uma certa notoriedade, uma certa expectativa. Mas, acho que excelência é o mesmo que dizer perfeição, mas acredito que é a busca pela batida perfeita que faz levar ao êxito”, diz Julinho.
A Unidos do Viradouro tem uma tradição de grandes desfiles, sendo a atual campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. A escola está com a expectativa em um bicampeonato e o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira desempenha um papel essencial nesse sucesso, pois sua apresentação é julgada e influencia diretamente na nota da escola. “E todo um trabalho, toda uma administração e quando fizer aquela curva ali, todos os segmentos ligar um botãozinho em todos os jurados e despertar o encantamento e se calçar de todas as formas para que não tenha nenhum problema com as alegorias, para que não tenha nenhum problema com a gente, com o casal, com as fantasias, canto. A Viradouro ensaia incansavelmente, é se calcar muito e chegar aqui no desfile e fazer o possível!, relata a porta-bandeira.
Com leveza e precisão, eles encantam a Sapucaí e ajudam a construir a história de uma das maiores agremiações atualmente do Rio de Janeiro, sobre o que ainda falta no carnaval para o casal, Julinho diz que “é viver novas experiências, novas vivências maravilhosas, principalmente com muito aprendizado”.
A Unidos do Viradouro leva para a Sapucaí o enredo ‘’Malunguinho, o mensageiro de três mundos’’, exaltando as culturas afro e indígenas com muita ancestralidade, os figurinos do casal prometem trazer essa resistência. “Nossa fantasia é uma grande homenagem que a escola, através de nós, do nosso pavilhão, irá prestar à Malunguinho”, finaliza o mestre-sala.