A poesia visual assinada pelo carnavalesco Jorge Freitas em 2025 pode até ter obtido um resultado abaixo do esperado, mas representou na Avenida o desfecho de um ciclo marcado pelo carinho e emoção em cada elemento do desfile da Dragões da Real. O artista esteve na festa de definição da ordem dos desfiles do carnaval de São Paulo, realizada em 17 de fevereiro na Fábrica do Samba, para dar o primeiro passo formal da comunidade da Vila Anastácio rumo ao desenvolvimento da apresentação de 2026. A Dragões será novamente a terceira escola a desfilar na sexta-feira pelo Grupo Especial, no dia 13 de fevereiro do próximo ano.

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jorge freitas dragoes
Foto: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Em entrevista ao CARNAVALESCO, Jorge valorizou o projeto desenvolvido, exaltou seu legado e convidou os sambistas a comparecerem ao lançamento do enredo da Dragões da Real para 2026, que ocorrerá também na Fábrica do Samba.

“Eu não posso ser demagogo. Todo mundo vai embutir o resultado, mas eu afirmava que o resultado não era tudo, porque o que valia mais era o projeto que eu estava apresentando. O resultado que nos foi dado, é claro que algumas notas sabemos que não merecíamos, mas nós não questionamos nada. É partir para um novo projeto e é mais um carnaval. Eu estava vendo, fazendo um estudo de diversos carnavais, e este é o meu segundo fora do desfile das campeãs. Acho que estamos aí em busca de um projeto que consolide uma vitória para essa agremiação que faz um trabalho tão árduo durante todo o ano, que é a Dragões da Real, mas acima de tudo é apresentar um belo projeto. Nós temos certeza de que, dia 7 (de junho), vocês vão ver mais um grande trabalho da Dragões. É o nosso lançamento de enredo, onde eu convido vocês e toda a imprensa para prestigiar o carnaval da Dragões, que abrilhanta todo ano o carnaval de São Paulo”, disse o carnavalesco.

Arte ignorada

O debate após a apuração do carnaval de 2025 foi acalorado entre os sambistas de São Paulo, e Jorge Freitas foi um dos que se destacou ao pedir mudanças. O artista preferiu não comentar as notas que a Dragões recebeu, mas ressaltou a necessidade de valorizar a virtude da arte na hora de julgar os desfiles.

“Eu não questiono nota de ninguém. Acho que o carnaval tem que avaliar, na verdade, a virtude que cada agremiação apresenta. São muitas coisas boas que deixam de ser julgadas, e as pessoas estão só penalizando o erro. A arte não é isso. A arte não é você penalizar, é você ver a virtude que aquele projeto apresenta” pontuou.

Confiança no trabalho

Jorge Freitas é o carnavalesco mais vitorioso do carnaval de São Paulo, com um legado marcado pela grandiosidade, pelo requinte e pela participação ativa nos mínimos detalhes do processo de construção dos desfiles. O título ainda não chegou com a Dragões da Real, mas a confiança no artista permanece, em sua visão, fruto dessa dedicação.

“Acho que é o próprio trabalho. Eu sou uma pessoa que trabalha muito, me envolvo em todos os segmentos da escola. As colocações não são expressivas, mas todas as agremiações pelas quais passei tiveram bons resultados. Na Dragões, tivemos três bons projetos, três grandes carnavais que, se fossem campeões, hoje o discurso das pessoas seria diferente”, concluiu.