João Gabriel é um dos nomes fortes da música sertaneja e vem despontando em crescentes sucessos no Brasil. Já lançou música no Fantástico, teve música gravada por Luan Santana e Padre Fábio de Melo e já foi enredo de escola de samba. No primeiro sábado de julho, João fez mais uma live solidária, desta vez na casa da família King, na Barra da Tijuca. A ligação entre João e o carnaval é antiga.
Essa história começou no berço de uma escola de samba que ganhou nome de Viradouro, por ter sido fundada próximo ao local onde os bondes da época faziam o retorno para voltar a circular. Ali, em 1946, nasceu a escola de samba que é a atual campeã do carnaval. Quando a escola surgiu, Paulo Horta era um dos compositores. 40 anos depois, chegava à família João Gabriel, neto de Paulo.
João lembra que desde a infância sempre recebeu a influência da música, já que acompanhava as rodas de samba que aconteciam no quintal de casa. Inclusive, foi em uma dessas que o pai, José Gabriel, percebeu que filho tinha afinação e começou a levá-lo para se apresentar. Com 8 anos de idade, João cantava nos bailes das terceira idade, com a banda Cartão Postal, no clube Canto do Rio, localizado em Niterói. Nos áureos tempos o baile reunia de 600 a 800 pessoas nas noites de quarta-feira. Lá, João acabou encontrando o que seria seu destino.
“Eu comecei cantando música romântica, Fábio Junior, Leandro e Leonardo, Zezé de Camargo e Luciano. Saíram várias reportagens sobre a criança de 8 anos que cantava no baile da terceira idade. Aos 9 eu estava em um hotel na cidade de Cordeiro, no Rio, e acabei conhecendo a dupla Leandro e Leonardo. Na mesma noite já subi ao palco para cantar com eles. Também cantamos juntos no Canecão em 1994”, relembra.
Tão jovem João entrou no mundo sertanejo e acabou não seguindo os passos do pai, que desfilava religiosamente na Viradouro. João chegou a ir à quadra da escola apenas duas vezes. Mas o encontro com o Carnaval aconteceu em 2017, quando João foi convidado para ser enredo da Mocidade Independente de Icaraí, comunidade do Morro do Cavalão, que foi campeã naquele ano. Ele desfilou com o pai, que normalmente desfila nas escolas de Niterói (Viradouro e Cubango) tocando surdo.
“Foi uma experiência maravilhosa, meu pai chorava muito e eu ficava impressionado assistindo a minha história sendo contada. Foi uma alegria ímpar vive uma homenagem dessas na minha cidade”, relatou.
No mesmo ano, João também foi à Sapucaí pela primeira vez, mas como convidado, no camarote do Ronaldinho Gaúcho e diz que ficou sem ação ao ver os desfiles do Grupo Especial.
“Eu nunca tinha ido ali, mas quando eu vi aquela emoção, aquele espetáculo vivo… Quando eu percebi o que estava acontecendo, eu fiquei totalmente arrepiado. Foi uma coisa única”, descreveu.
Daí para frente João faz questão de passar os carnavais na Avenida. Ele se apresenta em alguns camarotes, mas desde 2018, se tornou atração certa no Camarote do King, não apenas no camarote, como se tornou amigo de toda a família.
“Nossa amizade começou nos meus shows. O King sempre chegava acompanhado de uma galera, e aquilo fazia um movimento nos lugares. Acabamos nos conhecendo e ficamos amigos, fiquei amigo da família, porque eles são assim, agregadores, uma família festiva e competente na área de eventos. Tudo o que eles colocam a mão dá certo. A Lilian é uma pessoa muito querida, está sempre nos meus shows e eu sou grato por essa amizade”, disse.
Em meio à pandemia, sem fazer shows, João tem acompanhando os trabalhos sociais das escolas de samba.
“Esse engajamento de ajudar as pessoas é a marca da escola de samba. Eu sou amigo de alguns gestores, como o Calil e o Ivo Meirelles [ex-presidente da Mangueira], acompanho a galera toda e é sempre assim, eles ficam o ano inteiro com a comunidade, apoiando e vendo acontecer. Neste momento difícil não foi diferente”.