O diretor executivo da Imperatriz Leopoldinense, João Drumond, trabalha junto com sua mãe e presidente da escola, Kátia Drumond, para restabelecer a Rainha de Ramos novamente no Grupo Especial. Todavia, não basta só o trabalho dos dirigentes para a Imperatriz Leopoldinense voltar aos tempos de glórias, a comunidade também precisa estar engajada nisso. Em entrevista ao PodCARNAVALESCO, João contou como vem sendo esse processo de reaproximação com a comunidade.

Esses projetos sociais já vem surtindo um efeito positivo. Em parceria com o Instituto Bees of Love, a Imperatriz Leopoldinense levou uma turma de crianças de um colégio das redondezas para fazer uma limpeza na praia. “As crianças fizeram a limpeza da praia. Eu fiz isso várias vezes. É um processo de conscientização do cidadão, de oportunidade de ensinar”, disse João. “Com essa proximidade com as crianças, a professora perguntou em uma sala de aula com 30 alunos: ‘O que elas sentiam mais orgulho dentro do bairro delas?’ De 30 alunos, 28 desenharam a quadra da Imperatriz”, completou o diretor executivo.

As recentes polêmicas envolvendo a sigla ‘CPX’ fizeram também ajudaram reaproximar a escola com a população dos complexos da região da Leopoldina. A Imperatriz Leopoldinense abraçou a causa dos moradores, se juntando à luta contra a desinformação.

“A Imperatriz sempre foi uma escola que se identificou com o bairro. Só que a Imperatriz não é uma escola de Ramos, ela é conhecida como a Rainha de Ramos, mas não é uma escola de Ramos. É uma escola de todos os bairros da zona da Leopoldina. E a zona da Leopoldina é a casa de alguns complexos como o Complexo do Alemão, o Complexo da Penha… Enfim, a Imperatriz é a escola de toda essa gente. Não é do João, não é da Cátia e não é do Leandro, é da gestão, da forma que a gente enxerga a vida de fato”, expressou João Drumond.

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Fotos de Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

O diretor executivo da Imperatriz Leopoldinense sonha em um dia ter uma escola mirim. Porém, seria um projeto mais a longo prazo. A Rainha de Ramos, segundo ele, precisa se consolidar no Grupo Especial primeiro. “Acho que tem algumas complicações em relação às escolas mirins, principalmente, em relação a burocracia. A Imperatriz ainda tem muito a se consolidar como escola hoje no Grupo Especial. Falta muita coisa ainda: falta o título, estabelecer a forma que a gente pensa a Imperatriz, falta uma série de coisas”.

“esmo sem o projeto da escola mirim, João Drumond exalta o trabalho de base já feito pela escola. “A gente faz o trabalho de base. Nós temos a oficina de mestre-sala e porta-bandeira, a oficina do mestre Lolo… A gente tem o trabalho de base. É aquele time que treina, treina e ainda não joga o campeonato. A dificuldade é estrutural e burocrática. Mas é um sonho, só acho que para o curto prazo não vai ser executado”, finalizou.

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Seguindo nessa linha de fortalecer a relação com a comunidade, a Imperatriz Leopoldinense não conta mais com alas comerciais. O intuito da diretoria é priorizar o componente mais próximo à escola. “Qualquer tipo de verba é bem vinda para as escolas, com a Imperatriz não é diferente. Nesse momento, a gente prefere abrir mão dessa verba para valorizar as pessoas da comunidade, para fortalecer o chão”, falou João Drumond.