Ao menos no que é perceptível para o grande público, a Mocidade Unida da Mooca foi a escola do Grupo Especial que mais se adiantou no planejamento para o carnaval de 2026. As novidades surpreenderam até mesmo o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação, Jefferson Gomes e Karina Zamparolli. Eles mesmos comentaram sobre a celeridade da MUM no projeto para a estreia da escola no Grupo Especial e sobre outros temas pertinentes ao quesito defendido por eles em entrevista concedida ao CARNAVALESCO no evento que marcou a apresentação oficial do samba-enredo da Mocidade Unida da Mooca para 2026.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Celeridade que beneficia

Antes de falar sobre o quanto a rapidez da agremiação beneficia o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Karina relembrou como ficou sabendo de tantas datas importantes em um intervalo tão pequeno de tempo: “Foi bem antes! Na verdade, pegou até a gente de surpresa. De repente, o presidente jogou no grupo o lançamento do enredo – e foi tudo muito emocionante. Logo em seguida, ele já mandou spoiler lá do samba. A gente já ficou animado e, de repente, o samba já estava pronto. A gente olhou um para o outro e falou que tínhamos que voltar a ensaiar, já que o samba já estava pronto e seria ótimo aproveitarmos”, riu.

Logo depois, ela comemorou o andamento e o cumprimento do cronograma: “Está sendo uma construção, claro que a gente ainda está na fase de construção, mas está muito gostoso. A gente se adiantou justamente porque os outros anos foram bem corridos para a gente: em um a gente chegou em cima da hora, no outro a gente teve alguns contratempos no meio do caminho. Nesse ano, a gente falou que vamos fazer bem feito, do jeito que a gente sempre quis”, exaltou.

A porta-bandeira também observou que toda a comunidade está em polvorosa com o primeiro desfile na elite do carnaval paulistano: “A gente começou antes, está sendo super gostoso. Às vezes a gente encontra a bateria, que também já começou a ensaiar. Não é só o casal, e a gente vê que a escola está bem empenhada, todo mundo muito feliz, está sendo muito especial. Está uma vibe muito gostosa de todos os setores”, afirmou.

Jefferson destacou outros segmentos que também já estão a mil por hora: “A comissão de frente também já começou, até colocou uma coreografia hoje aqui na quadra pensando no samba-enredo. Já está todo mundo inteirado no samba. Estamos em julho, a bateria já tem os breques do samba, a comissão já está ensaiando a coreografia do projeto do desfile”, pontuou.

Errar antes para acertar depois

Jefferson destacou outro benefício de começar a ensaiar antes do que era imaginado: “A vantagem de se começar muito antes é que a gente tem tempo de errar mais até acertar. A verdade é essa: é um conjunto de erros, vamos dizer assim. A gente vai colecionando pra ver que determinadas ações não vão servir ou a gente só consegue com o tempo. A vantagem é a gente chegar na avenida, principalmente nos ensaios específicos, com tudo já muito pronto”, comentou.

Com uma frase impactante, ele conclui o assunto: “A gente ensaia como se fosse desfilar para desfilar como se fosse um ensaio. A gente vai mais tranquilo pra avenida assim. Fica muito mais fácil de acertar tudo, do sincronismo ao corpo voltar mais rapidamente. O carnaval ser no começo de fevereiro dá uma enganada: quando acaba o ano e o carnaval já está ali, a quatro finais de semana, a gente já tem que estar preparado para essa antecipação lá na frente. Também por isso a gente já começou agora”, refletiu.

Novidades na passarela

Adiantando algumas possibilidades de mudanças que o regulamento para o carnaval 2026 pode trazer, Jefferson comentou que movimentos especiais podem ser observados no Anhembi: “O nosso regulamento não exige uma obrigatoriedade dentro da temática. Mas, se você se propor a fazer, você tem que estar dentro da proposta. Para a gente inserir movimentos da cultura africana dentro da nossa dança por conta do nosso enredo, por exemplo, eles têm que ser executados de acordo com o que a cultura cobra. A gente pode ser cobrado pela má execução, não somente pelo erro. Ainda vão ter reuniões na Liga-SP e todo ano muda alguma coisa ou outra, mas a gente já está, sim, preparando algo”, prometeu.

Chapa Quente em alta conta

Bateria da Mocidade Unida da Mooca, o mestre-sala aproveitou para exaltar a Chapa Quente, citando nominalmente o responsável pelos ritmistas: “Graças a Deus a gente tem uma bateria maravilhosa, o mestre Dennys vai fazer muitos breques bacanas, muita coisa afro, muita batida de tambor, muita coisa forte que a gente pode agregar. A gente desenvolveu uma característica de levar para a avenida muita coisa dentro da melodia e dentro do breque da bateria. Mesmo não tendo algo obrigatório, a gente coloca essas coreografias, essas nuances dentro da proposta afro no meio da coreografia do samba e vamos executando ao longo da avenida toda”, vislumbrou.

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Aproveitando para brincar com o companheiro de quesito, Karina também exaltou os ritmistas da Chapa Quente: “O Jefferson me deixa doida, mas eu vou com ele e dá tudo certo. A gente está trabalhando exatamente para se envolver com a bateria. A gente veio em um dia em que o mestre estava batucando com os ritmistas, começando a criar algo. A gente veio e ele mostrou para a gente que está muito inteirado com a bateria. A gente pretende vir mais vezes para a gente realmente se adaptar com ele. É uma coisa gostosa para a gente, também. A gente tem algumas questões que acabam limitando um pouco a dança dos casais aqui de São Paulo, mas a gente tenta fazer o melhor que a gente pode para que fique gostoso para a gente dançar”, finalizou.