A Unidos da Tijuca levará para a avenida no próximo carnaval as histórias e belezas que cercam a Baía de Todos os Santos, através do enredo “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”, de autoria do carnavalesco Jack Vasconcelos a escola busca mais uma vez encantar o público, esse será o segundo ano deo carnavalesco à frente da escola do Borel, após um primeiro ano cercado de desconfianças, onde a Tijuca foi extremamente atacada no pré-carnaval, a expectativa agora é de que seja um período menos conturbado.
A Tijuca terminou o carnaval 2022 na nona colocação, posição considerada injusta por muitos que acompanharam os desfiles, afinal, após uma série de suposições e prognósticos negativos, a escola do Borel surpreendeu o mundo do samba com um desfile encantador, sem erros e muito elogiado, perguntado sobre como se sentiu com os comentários no pré-carnaval, Jack Vasconcelos disse estar vingado, ele acrescenta que foi um período difícil, mas que todos dentro da escola acreditavam em um grande desfile.
“Não sei como me sinto, talvez vingado? Não sei. É que assim, o pré-carnaval foi complicado pra gente. A galera pegou pesado. Mas também é aquilo, a gente tem que se preparar pra isso também, a gente está no jogo, e sabia o que tava fazendo. Era só ter calma e continuar tocando porque a gente tinha o controle total do nosso projeto. E aí foi aquela explosão que a gente tava contando que fosse. Ficamos muito feliz com a repercussão”, conta Jack.
Para o próximo ano, a expectativa é que tudo flua melhor, a era das desconfianças passou e a escola levará para Sapucaí um enredo que apesar de ser patrocinado, é extremamente rico culturalmente, para Jack, essa junção é um alívio, segundo ele, o patrocínio ajuda bastante no desenvolvimento do desfile e que no caso da Tijuca, o enredo fala mais alto.
“Patrocínio ajuda muito, mas também tem patrocínios e patrocínios, né? Tem patrocínio que ferra tudo e que você tem que rebolar pra fingir que não tá falando daquilo mas falar, sabe? Que não é o nosso caso aqui. As pessoas, os empresários e todo mundo que está trabalhando em torno do projeto é todo mundo muito parceiro e assim, o tema é muito rico, é gostoso de fazer, é gostoso de conhecer. É uma coisa que não agride. Falar de cultura é tudo que a gente quer. É cultura pura, é arte”, pontua Jack.
Jack diz que se apaixonou pelo enredo assim que chegou a proposta de levá-lo para a avenida, ele, que não conhecia a Bahia, ficou encantado pela receptividade do povo Baiano, pela beleza da Baía de Todos os Santos e por tudo que envolve aquela região, ele espera conseguir retribuir todo o carinho e amor que a Unidos da Tijuca recebeu durante a visita e pede também que os compositores deixem o coração falar mais alto, ele deseja um samba que fale de amor.
“É um carnaval que logo quando eles me falaram que poderia ser, eu já falei logo de cara, eu quero. Entendeu? Porque é comum chegar outras propostas.. Aí eu falei, não quero mais nenhuma outra. Se for Bahia eu quero, tem meu voto, e aí se concretizou maravilhoso. Aí na minha viagem eu entendi porque as pessoas faziam aquela cara de espanto quando eu falava que eu nunca tinha ido. Aí agora eu faço, tem que ir, é um lugar mágico e é nosso, a nossa história começou ali, sabe? E foi o que eu pedi pros compositores, deixar o coração falar, esquecer um pouco a técnica. O que funciona, o que não funciona, não me interessa, isso não me interessa, o que me interessa é o coração falando do coração, sabe e foi isso que aconteceu lá comigo. As pessoas abriram a porta das casas dela pra me receber. E eu fui em dias de semana, então as pessoas pararam o trabalho delas pra conversar comigo. Então assim, foi um carinho muito grande e espero retribuir um pedaço disso, porque foi muito carinho que eu recebi lá, foi muito amor. A Tijuca foi muito bem recebida. Estou muito animado pra botar logo isso na pista”, concluiu o carnavalesco.