O carnavalesco Jack Vasconcelos definiu em entrevista ao CARNAVALESCO a dimensão do enredo que o Paraíso do Tuiuti levará para a Sapucaí em 2026. Para ele, a proposta vai além da estética e da disputa: trata-se de um projeto de reflexão e conexão espiritual.
“Trazer a palavra de Orumilá para a humanidade, eu acho que é a grande missão do Tuiuti esse ano”, destacou o artista.

Reflexão sobre coletividade e conexão
Segundo Jack, o enredo pretende provocar a plateia e os jurados a pensar sobre a noção de unidade no mundo contemporâneo.
“A gente tem que aprender de uma vez por todas que nós somos uma coisa só. O que acontece com um vai reverberar no outro ou em outro lugar, nada está desconectado. Quando a gente entender que nossas ações causam reflexos, acho que já vai ser meio caminho andado para a gente resolver muita coisa”, explicou.
O discurso sintetiza a linha que o carnavalesco costuma adotar: unir uma narrativa de forte impacto simbólico com uma leitura clara para a avenida.
Novo barracão e ganhos na produção
Jack também comemorou a mudança para um barracão mais amplo, que, segundo ele, trará ganhos diretos na execução do projeto plástico.
“É um barracão mais espaçoso. Temos um espaço maior para trabalhar. Estamos com uma disposição melhor nesse, porque o nosso antigo dava um pouquinho mais de dificuldade, principalmente com as alegorias. Vamos ter um ganho em montagem de alegoria”, analisou.
A infraestrutura reforçada é vista como diferencial para otimizar processos e garantir acabamento técnico nas alegorias, quesito sempre determinante na avaliação dos jurados.
Andamento da produção
O carnavalesco revelou que o cronograma está adiantado e dentro do esperado. “O protótipo já acabou. A gente está entrando agora em reprodução e alegoria a gente tá indo para a terceira já, então a gente tá indo bem. Está tranquilo”, afirmou.
Esse ritmo garante ao Tuiuti a possibilidade de ajustes e refinamentos até a reta final de preparação.
Conexão no processo do samba
Outro ponto destacado por Jack foi a construção do samba-enredo, em parceria com Claudio Russo, Gusttaco Clarão e com a entrada de Luiz Antônio Simas.
“A gente se entende muito bem, ele (Claudio Russo) já saca das coisas que eu quero dizer, ele já pega de longe. É uma parada que parece que a gente se conectou em sonho. A gente não chegou a verbalizar, mas a gente se conectou no sentimento, na ideia. Quando o tema é entendido, quando ele é absorvido pelo artista, todo mundo ganha e não tem erro, porque não tem erro em arte”, disse.