A Viradouro, atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, pisou na Avenida Amaral Peixoto, em Niterói, na noite de domingo, para o seu primeiro ensaio de rua em 2022 e deixou no ar, mais uma vez, como tinha feito na Cidade do Samba, que está totalmente preparada para buscar o bicampeonato consecutivo do carnaval carioca e o tri na história. Realmente, a perfomance da vermelho e branco impressiona pelo volume impactante do canto, pela evolução segura e desenvoltura, além das atuações perfeitas do intérprete Zé Paulo, da bateria, casal e comissão de frente.

“O ensaio de rua é o que a gente se aproxima mais da questão técnica. O que podemos fazer, acertar e ajustar. O ensaio de canto de quadra não da a mesma direção que o ensaio de rua. O povo da Viradouro tem uma ânsia pela ensaio de rua. Juntamos o útil ao agradável. O que recebeu hoje de entrega dos componentes está de bom tamanho. O canto continua forte. Agora é seguir pegando firme. O favoritismo está mais nas cabeças das pessoas do que nas nossas. Já faz tanto tempo que ganhamos, tem outras escolas trabalham e digo que para ganhar esse ano será muito mais difícil do que 2020. Por isso, a gente dobrou o empenho no trabalho. Sempre tem algo para consertar até o desfile. Se ilude o diretor que a gente que já chegou no desempenho máximo da escola”, disse Dudu Falcão, que comanda a direção de carnaval com Alex Fab.

Em seu discurso na abertura do ensaio, o presidente de honra, Marcelo Calil, disse ser possível ganhar dois anos seguidos e pediu muito canto para comunidade. “Vocês precisam entender como é importante o canto na Avenida. Semana passada, a gente sentiu isso na Cidade do Samba, que é um público diferente que temos na quadra e aqui. A escola foi aclamada lá dentro. O que acontece no desfile é o que contagia a arquibancada. Se a gente fizer esse samba acontecer na Avenida, ele vai acontecer na arquibancada, e vão carregar a escola para o título. Esse “carnaval te amo” é a melhor coisa que aconteceu. Todas pessoas estão fascinadas. É o samba do ano”, garantiu Marcelo Calil para os segmentos da Viradouro.

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Fotos: Marcelo Moura

O ensaio de rua mostrou um trabalho da comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Alex Neoral e Marcelo Jahu, muito forte na dança. O grupo utilizou muitas expressões faciais e gestuais. Aliás, a abertura da Viradouro promete novamente ser do mais alto gabarito. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, segue conduzindo a apresentação com muita categoria e vibração.

“Esse carnaval é muito especial com o enredo e samba que a Viradouro tem. Ele se resume na palavra emoção. Esse retorno com a comunidade, ouvir o canto, ela abraçou o melhor samba do carnaval. A gente pode aproveitar e fazer a coreografia do jurado, mas também se emocionar. Sempre temos algo para aprimorar”, disse Rute Alves.

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O mestre-sala Julinho afastou qualquer possibilidade de favoritismo ao bicampeonato. O artista ressaltou o trabalho desenvolvido pela Viradouro.

“Aumenta a responsabilidade. Com muita humildade, a gente entende que cada carnaval é um carnaval diferente. Se existe um favoritismo não é interno. Entendemos que queremos fazer um grande carnaval e queremos disputar o novo título. Mais uma vez, estamos trabalho. Queremos confirmar a confiança que a comunidade e direção possui na gente”.

No hall dos melhores do carnaval, mestre Ciça e seus ritmistas fizeram um ensaio irretocável. Aliando bossas e um ritmo agradável para o carro de som, o comanante explicou como funciona o trabalho na Viradouro e comentou a volta aos ensaios de rua.

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“O sentimento de ensaiar na Amaral Peixoto é muito bom. O rendimento da bateria foi muito bom. O andamento tudo perfeito. Não é acelerado, é mais para frente. Quem diz que é acelerado não sabe tocar. Em uam escola séria, nenhum mestre tem o poder de decidir o andamento sozinho. É um conjunto de trabalho, com direção, maestro, cantor, carro de som. A Viradouro é uma escola que pulsa. Vamos com 146 a 147 bpm (batidas por minuto). Fazemos o andamento que a escola quer. Não é o Ciça que decide sozinho”, explicou.

Perguntado o que precisa ajustar até o desfile, Ciça descartou o favoritismo da Viradouro. “Até o carnaval, vamos estar 110%. Na Cidade do Samba, a apresentação foi mais focada na emoção. Trouxemos quase todos os ritmistas. É só lapidar o trabalho. Não existe favoritismo. Os profissionais não podem pensar nisso. Carnaval se ganha na Avenida, nada de salto alto. Claro que a escola é muito forte, organizada e se prepara para ganhar o título. Estou nisso há mais de 50 anos e sei como funciona”.

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Nos quesitos técnicos apresentados em um ensaio de rua, a “Harmonia” e “Evolução”, marcam o sucesso do trabalho comandado pela equipe do carro de som da Viradouro, auxiliado pela direção de carnaval e pelos diretores de harmonia. O canto dos componentes é constante, todas palavras do samba são citadas, sem sobressalto. Mérito dos treinos na quadra e também do cantor Zé Paulo Sierra. Aliás, o intérpete da vermelho e branco está “voando”. Além de dominar o samba, interagir com a bateria, ele atingiu o ápice com a comunidade. Hoje, é possível afirmar que é o maior cantor da história da Viradouro.

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“Costumo dizer que somos privilegiados de poder ter esse contato com o público na Amaral Peixoto. A Viradouro desfruta bem disso. Você vê a escola quase com seu contingente total. Muito feliz de voltar. É aperfeiçoar até o desfile. Cada vez fazer com o que o samba encaixe mais e mais. Estamos com 95% do trabalho pronto. São pequenos detalhes, agora é sintonia fina. No dia do desfile, também tem uma energia diferente, muita coisa acontece na Avenida. Temos que continuar no foco e trabalho muito para no dia não contarmos com a sorte”, afirmou Zé Paulo.

Vale destacar que no quesito “Evolução” os componentes estão “inquietos”, se mexendo o tamanho inteiro, fazendo fluir o ritmo da apresentação da escola. Uma aula do quesito! O treino na Amaral Peixoto mostrou quase um desfile completo em termos de componentes, inclusive, alguns sem camisa da escola na parte final, o que não impacta na performance perfeita do quesito, afinal, não é erro, mas vale ser registrado como uma “vontade popular” de participar das atividades da escola de samba.

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“Felicidade estar de volta ao ensaio de rua. Com esse calendário diferente que foi o carnaval de 2022 posso falar que a escola está pronta para disputar mais um título. O nome é trabalho e com esse enredo o sobrenome será alegria. Conto com vocês para uma reta final como nunca foi visto nessa escola e que a gente por mérito conseguir o que a gente quer que é ganhar mais um carnaval. Pés no chão, muito trabalho e vamos com tudo”, disse o presidente Marcelinho Calil para comunidade.

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