A Estrela do Terceiro Milênio retornou ao Grupo Especial do carnaval de São Paulo em 2025, como campeão do Acesso I, e a dupla de intérpretes, Grazzi Brasil e Darlan Alves ressaltou a importância do enredo “Muito Além do Arco-Iris!”, tema que estará na luta contra a LGBTQFOBIA. Será a sexta escola desfilar no sábado de carnaval.
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Os intérpretes conversaram com o CARNAVALESCO e falaram sobre o momento que vivem no segundo ano como dupla na Estrela do Terceiro Milênio. O segundo ano do Darlan na escola, enquanto Grazzi está desde 2022 na agremiação do Grajáu, extremo da Zona Sul de São Paulo.
Como está a dupla, a parceria entre vocês?
Grazzi Brasil: “Dupla tá tranquila, calma, graças a Deus, segundo ano juntos. Acho que a gente divide bem as coisas, se dá bem. Acho que tem um clima bem bacana, graças a Deus”.
Darlan: “Sempre quando eu falo da Grazi é sempre muito bacana, porque dividir esse palco com uma intérprete como a Grazzi, sempre a gente no carnaval vê que surgem ao longo dos anos grandes nomes do carnaval. E a Grazi é um desses grandes nomes já consolidados. Sempre falo que eu pude acompanhar um pouco dessa carreira assim da Grazzi, ver essa grande estrela do carnaval e sempre que falo, falo com muito orgulho, muita honra de poder dividir o palco, de poder passar na Avenida ali cantando com ela. Então sempre é um motivo de muita alegria e orgulho de vocês”.
Grazzi: “É um aprendizado que eu tenho que ele tem 50 anos de carnaval (risos), é muito aprendizado também, né? Ele tem uma calma, que diz ‘assim vai dar certo’, às vezes está rolando um negócio e ele ‘Ah já sei’, ele tem essa calma, essa coisa que eu aprendi e ele tava. Pudemos defender juntos um samba que faz com que eu entre dentro do carnaval de fato que em 2017 que a gente defende junto que é ‘Mãe menininha’. Já tem uma história aí, mas trabalhando, trabalhando assim de avenida, segundo ano”.
Darlan completa: “Fomos campeões, e trazer a Milênio de volta ao Grupo Especial. Sempre defendendo, gravando, eternizando sambas assim. Foi na Tuiuti, foi no Vai-Vai, por isso que eu sempre falo que é muito bacana poder dividir o palco com uma cantora tão consagrada assim no carnaval”.
O que representa a Terceiro Milênio voltando para o Grupo Especial com vocês juntos?
Grazzi: “Primeiro que é maravilhoso, a Milênio ter voltado. E aí do lado desse monstro que já ganhou altos carnavais é sensacional. Mais uma oportunidade de estar lutando por essa escola que é tão maravilhosa que tem um potencial sensacional, é uma coisa linda”.
Darlan: “A Milênio tem uma força muito grande assim na sua comunidade. O Grajaú tem uma eu sempre falo para eles, para a comunidade quando temos oportunidade, falamos que ‘vocês têm um brilho diferente’, que é uma comunidade bem afastada assim do eixo aqui do carnaval que é praticamente aqui na zona norte, todo mundo, então Grajaú, vemos esse potencial da escola e a gente acompanha ali no dia a dia e vê que essa escola realmente vai se tornar uma das grandes, já é uma grande escola, a Terceiro Milênio é uma grande escola e com certeza vai fazer assim carnavais incríveis e se preparem porque esse ano é um carnaval realmente maravilhoso”.
Do enredo, o que vocês podem falar como é que mexe em vocês?
Grazzi Brasil: “Ah, eu acho que assim, é um enredo bem necessário. Todo mundo tem lugar nesse mundo, ainda mais dentro do carnaval, têm tantas pessoas trabalhando o tempo inteiro, o que faz o carnaval justamente esse enredo, é poder exaltar, poder cantar essas histórias que a gente sabe que não é fácil para mim é sensacional, eu gosto muito dessas coisas polêmicas e necessárias. E Graças a Deus minha me aparecem sambas lindos que eu posso de alguma forma cantar, contar cantando é para mim uma honra mesmo, toda forma de amar importa, temos que respeitar. E é demais ser porta voz disso, mesmo, o Murilo (Lobo) é sensacional, tem vários enredos, falar da mulher, e é isso, esse enredo também fala muito de mim, é uma coisa muito real, ele trabalha com isso, é uma realidade, vamos respeitar e mostrar, uma pausa para mostrar, falar, sobre essas pessoas, que são gente, normais, iguais”.
Darlan Alves: “É um enredo bem desafiador para a escola voltando para o Grupo Especial e com o enredo de uma importância gigantesca. Mas como eu falei, a escola está muito bem preparada para contar esse enredo na Avenida. Como a Grazzi falou, é um enredo necessário e no carnaval já se falava, mas não do enredo em si, né? Mas algumas alas você via alguns setores contando assim, mas não o enredo. Você pegar e falar ‘não agora é o momento da gente realmente poder falar sobre esse tema’, que é um tema sempre muito desafiador, sempre muito polêmica e mas como a Grazzi falou, a palavra é necessário, alguma escola precisava ter essa coragem de poder contar essas histórias de famílias que são histórias reais que vão para Avenida ao longo da história. Então o Murilo (carnavalesco) está realmente preparando um grande carnaval, a escola está preparando um grande carnaval para poder contar na Avenida esse enredo incrível. Vocês realmente vão ser emocionar com esse conhecimento… eles têm uma luta no dia a dia, travam uma batalha que as outras pessoas não enxergam, então é muito bom, momento é esse, de mostrar isso, como é a batalha do mundo LGBT+, então precisava desse enredo e a Terceiro Milênio vai contar, fazer esse grande carnaval, e temos a honra de mais uma vez de poder estar juntos aqui e contar, cantar, na avenida, ser os porta vozes desta grande história”.
Como é a relação com o mestre Vitor Velloso e a bateria ‘Pegada da Coruja’?
Grazzi Brasil: “O Vitor já conhecia anos atrás, então é muito tranquilo para mim. É uma energia sensacional, é muito bom, muitas mulheres na bateria isso para mim é muito importante, o Vitor tem esse olhar assim, essa sensibilidade. A Milênio, ela vem diferenciando muita coisa assim, você vê dentro da bateria tendo muitas mulheres”.
Darlan: “E é uma bateria que tem uma porcentagem da Milênio, cerca de 40% da bateria da Milênio são da galera LGBT, mas assim, então o Vitor tem essa consciência que é muito importante esse trabalho dele, que além do Ritmo, você trabalha ali com as pessoas, com a inclusão. Então olha a Milênio, o tamanho da responsabilidade. Uma inclusão que já acontece bem antes desse tema. O carnaval dentro do enredo, acolhe né? A Grazzi foi uma das compositoras também, passou fez um grande samba-enredo esse ano lá e numa das frases do samba dela, falava que existem coisas, segmentos que acolhem esse movimento. O carnaval, a religião também de matriz africana que acolhe essas pessoas. Então dentro do enredo que tem tantas e tantas coisas assim que foram destacadas o carnaval está ali presente acolhendo essas pessoas, então a bateria é um grande exemplo. Se você for uma bateria, as pessoas estão lá. Nossos destaques, nossa comunidade, aderecista, carnavalesco, cito a importância deste enredo, a responsabilidade da nossa escola é gigantesca e por isso estamos trabalhando muito para chegar na avenida e contar esse tema”.
Como vocês analisam o cenário das mulheres dentro das alas musicais no carnaval?
Grazzi Brasil: “Eu acho que ainda falta um pouco mais de oportunidade para as meninas assim, mas eu vejo bem mais, ele está mais tempo deve saber disso. Eh, eu tô só há oito anos no carnaval, mas é muito legal tá à frente de uma escola. Ter a oportunidade, mas seria bem mais bacana se tivesse mais mulheres à frente. Ainda é um processo a ser quebrado, mas a gente vai chegar lá”.
Darlan Alves: “A passagem da Grazzi no Vai-Vai que é uma escola muito tradicional, foi uma quebra de paradigma e da Grazzi poder assumir o microfone do Vai-Vai, que é uma escola gigante e ela ter passado ali pela Tuiuti. Então esse ciclo ali fala aí de pouco tempo. Encorajou muitas meninas, aí a gente pode ver que foram aparecendo meninas, certeza que a Grazzi foi essa inspiração. Porque eu acompanhei também no Rio nessa época, a Grazzi nas quadras de escola de samba e aí muitas meninas ali cantando e por causa desse efeito. Então da Grazzi, então tem aí Eliana de Lima e Bernadete, e tantas outras, mas a Grazi é essa referência dessas meninas agora do carnaval para a frente, precisa dessa renovação. Então a Grazzi realmente é um fator muito importante nessa inspiração para essas novas cantoras”.
Qual o samba-enredo que você cantou que mais te marcou?
Grazzi Brasil: “Ah o samba que eu cheguei no carnaval fato, 2017: Mãe, menininha”.
Darlan Alves: “Ah cara são muitos, muitos sambas, eu já sou um pouquinho mais velho que a Grazi. Então cara tem muita coisa se você cara muito sambas, mas acho que o Mar de Rosas, de 2005, me marca bastante, apesar de 2010 ter sido campeão lá, mas 2005 da Rosas de Ouro samba incrível”.
E o samba que vocês gostariam de ter cantado na vida?
Grazzi Brasil: “Mangueira 2019, esse eu queria pelo menos ter defendido, que samba”.
Darlan Alves: Queria ter cantado Círio de Nazaré da Viradouro eternizado pelo nosso Dominguinhos do Estácio”.