Por Giovanna Garcia, Rhyan de Meira e Winnie Delmar
A Unidos do Viradouro foi a grande campeã do Grupo Especial no Carnaval de 2024 com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, onde a escola saudou na Marquês de Sapucaí as energias do culto Vodum Serpente, unindo a força dos Voduns aos saberes ancestrais. O tricampeonato da veio após desfile avassalador, marcado pela excelência em todos os quesitos fechando as apresentações da elite da folia carioca com chave de ouro.
Ao site CARNAVALESCO, o diretor-executivo Marcelinho Calil falou do sentimento de ser novamente campeão e exaltou o protagonismo adquirido pela Viradouro no carnaval.
“Alegria total, com o coração mais tranquilo agora. Acho que a escola fez um carnaval lindo, irretocável na minha opinião, e as notas disseram isso. Só alegria, só comemorar. É como se trouxesse uma paz, um sentimento de dever cumprido, é assim que eu estou, feliz. Eu acho que no campeonato de 2020 a gente estava marcando o território como uma grande escola, e nesse último a gente já tinha, na minha humilde opinião, essa consideração de todos. Todos já nos achavam um dos protagonistas do espetáculo e de fato eu acho que é uma marca de consolidação de um trabalho. Como eu disse, não quer dizer nada, assim, que vai ganhar todo ano. Carnaval é na pista, mas de fato, esse ano, na minha humilde opinião, a Viradouro foi a melhor escola e levou o campeonato. Carnaval é isso, um ano a gente ganha, um ano a gente perde, e eu estou aqui comemorando com a minha escola”, declarou.
O carnavalesco Tarcísio Zanon comemorou a vitória e destacou a mensagem que Viradouro procurou transmitir com seu desfile ao público que compareceu à Marquês de Sapucaí.
“O coração está aliviado. Estou muito feliz, é um momento muito histórico para a Viradouro. A escola merece esse campeonato por essa comunidade, por essa gestão, pelo trabalho muito incansável dessa equipe. Eu estou muito feliz de conseguir contribuir para essa terceira estrela. Acho que é uma mensagem importante (que a Viradouro passou no desfile). Uma história importante a ser dita, necessária, e espero que as pessoas possam se transformar em relação a esse preconceito em relação à religiosidade. Se isso acontecer já é mais até do que um campeonato”, celebrou.
Com a segurança de quem sabe que cumpriu com o dever para com a sua comunidade, o presidente de honra Marcelão Calil pontou os próximos passos que tomará na jornada da escola de Niterói.
“Eu sou bem tranquilo com relação a isso. Acho que eu tenho um equilíbrio suficiente para guardar bons momentos, para superar momentos ruins, e aí eu vou levando a vida assim. Nada me assusta muito, nem nada me tira do equilíbrio. Gosto de valorizar os momentos bons como esse. Estou muito alegre, muito feliz e continuo no sábado, cumprindo a obrigação de uma festa que é o desfile das campeãs. Domingo eu descanso e segunda eu já estou pensando no carnaval do outro ano. Eu não sei (se serão campeões em 2025), não adianta. A gente pode fazer tudo, mas se Ele lá de cima não botar a mão… Tem hora que não é a gente, tem hora que é.”
Questionado se gostaria de mandar um recado àqueles que questionam a posição de protagonista da Unidos do Viradouro no carnaval carioca na atualidade, Marcelão deu exemplo de humildade e respeito para com as coirmãs.
“Considero sempre que eu vou disputar o campeonato. Eu acho que tem doze favoritos e não menosprezo nenhum. Não acho que nenhum é favorito, e se você me observou hoje, até a última nota, eu fico comedido, aguardando o final. Eu não tenho recado de nada, acho que nós estamos num jogo de disputa que tem que ser saudável e legal. Eu chego aqui em terceiro, em segundo, eu comemoro, elogio meu adversário e vou me manter assim o resto da minha vida porque foi assim que eu fui criado. Eu gosto de ganhar sabendo que eu fui melhor, é isso que eu quero, por isso que a gente é campeão”, completou.