Após a apresentação na Cidade do Samba, em comemoração ao Dia Nacional do Samba, a Portela voltou a Estrada que leva o seu nome em seu segundo ensaio de rua projetando os próximos passos na preparação para o Carnaval 2025. Com um bom contingente de componentes e teve um grande público que se aglomerou nas calçadas para receber e saudar a Azul e Branca de Madureira. Com pouco mais de uma hora de treino, o ensaio mostrou uma agremiação já bastante cantante em relação ao hino que vai embalar o desfile em homenagem ao cantor Milton Nascimento, com a garra e disposição sempre, agora um pouco mais leve e colorida pela temática do enredo.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Vice-presidente da Majestade do Samba, Junior Escafura, avaliou o momento de preparação da escola e falou sobre a grande presença de público na Estrada do Portela.

“A expectativa é melhor possível. A cada ensaio fica melhor. A gente achou andamento ideal para o desfile. Isso é muito importante. A escola está feliz e cantando. Eu acho que é uma mostra do que a Portela pode fazer. A escola vem muito bem, evoluindo, bem solta, espontânea, é isso que a gente quer. Vamos encerrar o carnaval com muita alegria, canto, e energia. E o grande contingente é uma coisa tradicional da Portela é uma legião de apaixonados que vem ver a escola toda semana. A torcida é muito apaixonada e a gente está muito feliz”.

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O desfile aconteceu entre a esquina da Estrada do Portela com a Rua Clara Nunes com o deslocamento indo até próximo da praça Paulo da Portela, onde ocorre a Feira das Yabás. O diretor de carnaval Junior Schall explicou a importância do treino na região, ainda que o local tenha uma parte que é uma subida, pela força da comunidade presente ali.

“É sempre muito importante fazer o ensaio na Estrada do Portela porque hoje eu
entendo a força da efervescência que faz com a escola. Você tem a Portela no seio do seu povo, do lado da sua casa. Quando você vai fechar um desfile isso pra nós faz parte de um trabalho de evolução. Pulsação, volume de canto, intensidade, espontaneidade do componente. E aqui não é nem tanto uma questão dinâmica de contar tempo de desfile, não é isso, é uma questão de aumento de interatividade, força individual de conjunto, a Estrada do Portela representa isso para a Portela enquanto ensaio”.

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Junior Schall também explicou as diferenças entre a preparação feita para o desfile do ano passado e as mudanças para esse ano, visto que a Portela também terá um posição diferente, encerrando uma inédita terceira noite de desfiles.

“A gente entende a necessidade do enredo. Entendemos que estamos cantando para o Milton diante de um samba com características portelenses. Vamos aproveitar ao máximo. ‘Um defeito de cor’ tinha uma outra posição, tinha uma outra necessidade de potência. A potência de Milton Nascimento tem que ser para um ano, um terceiro dia que não existe, a gente entende essa missão e é pra isso que nós estamos trabalhando”.

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Casal trabalha em cima das justificativas

O primeiro casal da Portela, Marlon Lamar e Squel Jorgea, vê os ensaios de rua como um excelente momento para testes.

“Começamos a testar. O ensaio de rua nos dá essa essa liberdade de criar movimentos para gente entender como é na rua, como vai ser na Sapucaí e é ótimo. Vamos encaixando aquilo que é válido dentro da nossa dança”, explicou Marlon.

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A porta-bandeira Squel ressaltou que a preparação da dupla, em seu segundo ano juntos na Águia Altaneira, tem focado na observação das justificativas, não só as que competem às notas recebidas pelo casal da Azul e Branca, mas na apreciação de justificativas para outros casais.

“Estamos trabalhando em cima das justificativas. Elas que estão nos norteando. Vendo nossos vídeos, dos outros casais também, estudando as outras justificativas, estamos estudando muito. É necessária essa atenção porque é assim que nós somos avaliados. E tiveram coisas que foram pontuadas, por isso, estamos trabalhando em cima delas para corrigir”, esclarece a porta-bandeira.

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Sobre esse segundo ano de parceria é natural começar a imaginar um entrosamento maior, principalmente, se tratando de dois profissionais experientes do carnaval carioca.

“Eu acho que é automático. É como um relacionamento, a gente está naquela fase de autoconhecimento. Entender a minha força, a dela, a gente vai se encaixando para entrar no ponto que é crucial, o olhar”, explica o mestre-sala.

Lado musical da escola com o trabalho adiantado

Antes de subir com a bateria, o botafoguense Nilo Sérgio, todo feliz, fez questão de festejar e tirar onda com o título Brasileiro. Calejado, o profissional falou sobre o encontro do melhor andamento e prometeu surpresas na tradicional bateria da Azul e Branca para ter uma boa disputa com as demais escolas.

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“A gente está no nosso terceiro ensaio a céu aberto, considerando a apresentação na Cidade do Samba. Foi muito bom, a escola toda cantando, a bateria funcionou, pegamos o andamento que a escola queria, e que nós também entendemos ser o melhor. Acho que a Portela se encaixou. Vamos para uma boa briga. A gente vinha apurando o trabalho antes de vir para rua, limpamos a batida de caixas, pensamos nas bossas. Sempre pontuando que a Portela é tradicional, mas tivemos a liberdade e o espaço para fazer algo diferente que não interfira na nossa essência”.

O intérprete Gilsinho explicou a importância da Portela levar o samba na rua para ter certeza das decisões de andamento e para experimentar mais artifícios musicais que só ficam mais claros a partir de uma avaliação a céu aberto.

“Estamos no início do ensaio externo, que é um trabalho muito importante. Na rua tem outro clima, outra pegada, a gente escuta a bateria melhor, por estar a céu aberto. Ainda há algumas coisas para ajustar, mas até o carnaval vai estar tudo pronto”.

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Gilsinho também pontuou a importância de manter o time de vozes da Portela para tirar o máximo da obra escolhida para representar a Portela na Avenida em 2025.

“Em relação ao carro de som não muda, a gente está junto há mais de dez anos já. Estamos muito seguros, nos entendemos muito bem. A Ledjane Motta, é a preparadora vocal e integrante da nossa equipe, ela trabalha muito bem a preparação com a gente. O trabalho é toda semana”.

Em 2025, a Portela vai encerrar a terceira noite de desfiles do Grupo Especial levando para a Marquês de Sapucaí o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, de autoria dos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues.