A Grande Rio realizou a gravação do samba-enredo para o álbum do Carnaval 2026 no Estúdio Century, no último dia 29 de setembro. A atividade reuniu diversos integrantes e segmentos da escola para registrar oficialmente a obra. A agremiação de Duque de Caxias levará à Avenida o enredo “A Nação do Mangue”, de autoria do carnavalesco Antônio Gonzaga, que abordará o movimento Manguebeat, surgido em Recife, suas inspirações e ícones, como Chico Science. O CARNAVALESCO acompanhou a gravação e conversou com alguns participantes sobre o momento.
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O cavaquinista Marquinhos Silva, integrante da Tricolor desde 2023, destacou a emoção de participar mais uma vez da gravação e de contribuir para o nascimento de uma nova versão do samba, agora moldada pelo time musical da escola.

“Participar mais um ano da gravação, na construção da parte da Grande Rio, é um privilégio, uma honra, uma oportunidade excepcional. A gente pega o samba que vem da disputa, elimina toda a faixa e fica só com a voz, a letra, a poesia, transformando no que se ouve hoje aqui. Se comparar as duas gravações, elas são totalmente diferentes. É um processo maravilhoso, que mexe muito com a gente e coloca o jeitinho da Grande Rio em uma obra que já era perfeita. Acho que fica ainda mais perfeita”, afirmou.
Ângela Sol, uma das vozes mais respeitadas do mundo do samba, conhecida por participar de coros de sambas concorrentes e oficiais, falou com emoção sobre o convite para integrar mais uma vez o time de gravação.

“É uma felicidade enorme, uma autoestima renovada. Todo ano sou convidada a participar do coro oficial, além das gravações dos sambas concorrentes. Isso não tem preço. Eu gosto muito e estou muito feliz por cantar esse maravilhoso samba. Me emociono sempre que o escuto e hoje, ainda mais, por poder interpretá-lo”, contou.
Os ritmistas Evelyn Santiago e Christian Ferreira, da bateria da Grande Rio, também participaram da gravação. Evelyn, que integra a bateria desde 2009, destacou a conexão espiritual e ancestral evocada pelo samba.
“É arrepiante participar. A ancestralidade que o samba traz é muito forte a questão da lama, da espiritualidade que envolve o Manguebeat. Tudo isso mexe profundamente com a gente”, disse.

Christian, presente na bateria desde 2010, também se emocionou com o simbolismo do enredo.
“É lindo. É uma história simples que virou um carnaval grandioso. A ancestralidade me toca muito porque sou de orixá, então tudo isso mexe ainda mais comigo. Muita gente precisa entender que lama não é sujeira. Lama também é riqueza, é de onde surgem coisas valiosas”, ressaltou.

Ele completou: “Sempre é uma grande emoção gravar com a escola do coração. O samba é forte, o enredo é forte, e fala do mangue, da lama, de onde saem muitas coisas que podem ser bem aproveitadas. Eu vejo esse samba como um diamante tirado da lama, como acontece em muitas comunidades”.









