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Início arrebatador chama atenção no retorno da Estrela do Terceiro Milênio ao Especial

Com comissão de frente bastante impactante e ótima atuação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, escola do Grajaú impressionou

Esquenta, comissão de frente, casal de mestre-sala e porta-bandeira… o início do desfile da Estrela do Terceiro Milênio, retornando ao Grupo Especial em 2025 e sendo a sexta a desfilar no sábado de carnaval (01 de março), foi bastante impactante. A escola conseguiu manter o bom nível em diversos quesitos durante a apresentação do enredo “Muito além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do caminho que nós vamos passar com o Amor”, desenvolvido pelo carnavalesco Murilo Lobo. Toda a exibição teve 63 minutos de duração.

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Comissão de Frente

Coreografada por Régis Santos, o segmento tinha, basicamente, dois grupos: um formado por homens e mulheres hipócritas e outro com um elenco cheio de pessoas representando a comunidade LGBTQIA+. Os hipócritas realizavam movimentos corporais e de mão bastante rápidos para subjugar o diverso, até que, quando uma fumaça era solta, aparecia o personagem intitulado “O Verdadeiro Discípulo do Mestre”, que salvava os integrantes da minoria e ainda transformava os dois grupos em algo harmonioso. Não por acaso, o integrante em tinha cabelos mais longos e roupas brancas, guardando certa semelhança com Jesus Cristo. Em muitos momentos, o segmento era aplaudido pelas arquibancadas.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

De excelente desempenho ao longo do ciclo carnavalesco, Arthur Santos e Waleska Gomes novamente tiveram um desempenho deslumbrante na passarela. Com as fantasias intituladas “A Beleza da Diversidade das Cores em Harmonia”, ambos estavam majoritariamente de azul com alguns detalhes nas cores do arco-íris. Ao contrário do que acontece em relação a estratégia de outras escolas, a Milênio deu bastante espaço para que a dupla dançasse – e ambos aproveitaram cada centímetro concedido, com uma grande profusão de giros, todas as obrigatoriedades cumpridas e uma simpatia ímpar na beleza do pavilhão. Vale destacar o jogo de pés de Arthur, que aproveitou para sambar bastante; Waleska teve na sustentação firme do pavilhão o seu grande positivo.

Enredo

O enredo da Estrela do Terceiro Milênio, para alguns, é considerado como uma exaltação à cultura LGBTQIA+. Para compreendê-lo por inteiro, é necessário ir mais além: o que a escola do Grajaú se propôs mostrar no desfile é a quebra de qualquer tipo de preconceito amoroso, o autorreconhecimento e a liberdade para viver o amor em toda e qualquer forma possível e existente. E, para contar tal história, é claro que é necessário relembrar um tristíssimo fato: 40% das mortes de membros da comunidade LGBTQIA+ em todo o planeta acontecem no Brasil. Por isso, a agremiação, após um início com mensagens positivas (com títulos de setores como “As tribos, a beleza de ser diferente” e “A beleza da diversidade das cores em harmonia”) depois de uma comissão de frente impactante, mergulha em mazelas e preconceitos – como o bullying e a fé cega. Mais para o final da exibição, a agremiação ironizou alguns estereótipos com os quais a comunidade LGBTQIA+ costuma sofrer antes de propor uma imensa celebração, com casamentos homoafetivos e o carnaval de rua.

Alegorias

Com dois chassis acoplados, o abre-alas, “O Mar da Hipocrisia”, trazia uma caravela – que, tal qual fala o samba-enredo, mostrava que a hipocrisia com relação ao modo de amar alheio chegou nos “tempos de Cabral”, em referência à chegada dos portugueses ao Brasil. A segunda parte do carro, “O Inferno da Condenação”, novamente dava mostras do teor crítico de alguns dos primeiros setores do desfile – com direito a algumas chamas produzidas com movimentações especiais, embora a primeira das três cúpulas não estivesse funcionando. A segunda alegoria, “Stonewall, a Saída dos Armários, As Paradas e a Noite LGBT+”, exibia o visual da diversão ligada a grupos minoritários – com especial destaque para o histórico bar de Lower Manhattan, em New York, em que diversos membros da comunidade LGBTQIA+ se revoltaram contra abusos policiais. O terceiro carro, “A Comunidade Nas Artes”, é quase que autoexplicativo e conta a importância de gays, lésbicas, transsexuais e representantes de outras minorias para a diversão e compreensão do planeta. Por fim, em uma verdadeira ode carnavalesca, aparece a última alegoria: com o nome “Salve a Mangueira, os Bailes Gays e as Estrelas do Nosso Carnaval”, a folia de Momo é exaltada – em especial a verde e rosa carioca, que defendeu Leci Brandão de um caso de homofobia em 1978.

Fantasias

Apesar de ser quase desnecessário dizer, é importante destacar a profusão de cores no desfile da Estrela do Terceiro Milênio. Se alguns poucos espaços tinham a cor preta, simbolizando alguma mazela social e/ou preconceito, em boa parte da exibição o que se viu foi a mais pura simbiose cromática possível. Grande parte das fantasias, por sinal, tinha uma leitura bastante simples: a Ala 6, “Os Movimentos Irmãos”, por exemplo, tinha referências dos hippies, das feministas e dos movimentos de poder ao povo preto. Vale destacar, também, que a maioria das indumentárias possuía costeiro alto, dando bastante volume. Mas, é claro, é necessário dar visibilidade a uma fantasia que ganhou notícias Brasil agora: a da bateria. Intitulada “O mais colorido ‘Carnavalesco'”, os ritmistas homenagearam Milton Cunha, profissional do carnaval que ganhou fama comentando os desfiles de escolas de samba na Rede Globo e que conta abertamente casos ligados à forma de amar que possui. Como ponto de atenção, uma integrante logo da primeira ala teve uma queda no costeiro bem à direita, bastante aparente para os jurados que ficam nos segundo e quarto módulos.

Harmonia

Conhecida por ser uma das comunidades que mais canta e mais presentes no Anhembi mesmo com os mais de de quarenta quilômetros que separam a quadra da agremiação no Sambódromo, novamente o canto forte da Coruja ressoou no Anhembi. Foi curioso notar que boa parte dos harmonias presentes no corredor prestava atenção única e exclusivamente no alinhamento de cada componente, já que não era necessário sequer pedir mais canto. Colaboraram para o ótimo nível do canto da instituição a Pegada da Coruja, comandada por mestre Vitor Velloso, com um andamento que aparentou estar pouco mais cadenciado em relação aos ensaios técnicos, e mais uma grande atuação da dupla Grazzi Brasil e Darlan Alves – completando o segundo ciclo completo na escola do Grajaú em grande fase. No esquenta, por sinal, algumas músicas muito identificadas com a comunidade LGBTQIA+ foram executadas – como Dancin’ Days, d’As Frenéticas.

Samba-Enredo

Seria possível, até mesmo, mudar o nome de tal quesito: de “samba-enredo” para “samba-manifesto” – palavra que está presente no refrão de cabeça da canção e norteia toda a ideia desenvolvia para o desfile em geral. Muito bem recebido pelo que representa e também pela qualidade técnica, a obra teve, assim como em toda a série de ensaios técnicos e também no minidesfile da Fábrica do Samba, ótima apresentação por parte de Darlan Alves e Grazzi Brasil. Por sinal, vale destacar a força do verso “Que vá pro inferno a sua moral”, cantando em altíssimo bom por uma das comunidades que mais solta a voz no Sambódromo. A Pegada da Coruja, bateria comandada por mestre Vitor Velloso, também colaborou para o ótimo rendimento da canção com bossas cirurgicamente executadas.

Evolução

Apesar do tema ser facilmente coberto por fantasias mais simples, a agremiação decidiu ter a maioria das indumentárias bastante volumosas, com costeiros que valorizavam a movimentação da comunidade. E não é possível reclamar da dança de nem um desfilante da Estrela do Terceiro Milênio. No quesito, o que pode trazer complicação foi uma consequência da entrada da Pegada da Coruja no recuo: enquanto a movimentação era feita, as alas da frente não paravam de se movimentar – que deixou um clarão bastante evidente em voga.

Outros Destaques

A Pegada da Coruja possuía duas princesas de bateria: Marcella Cavalcanti e Geovanna Pyetra.

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