Em um minidesfile de forte presença cênica e canto vigoroso, a União de Maricá mostrou a força de sua comunidade com uma belíssima comissão protagonizada por mulheres negras, um casal com boa apresentação, um samba-enredo que levantou a Cidade do Samba e destaques performáticos que trouxeram brilho à passagem da agremiação. A escola será a sexta a desfilar no sábado de carnaval com o enredo “Berenguendéns e Balagandãns”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira.
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Patrick Carvalho apresentou uma comissão de frente formada por mulheres negras, com a pivô vestida como baiana, adornada com joias e carregando ervas nas mãos, em uma cena que evocou o gesto ritual do banho de folhas. A coreografia explorou movimentos inspirados nas danças dos orixás, compondo um quadro de grande beleza visual e uma composição cênica de fácil leitura, reafirmando a excelência artística do quesito. Já o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabrício Pires e Giovanna Justo, teve bons momentos, especialmente quando Giovanna avançou com firmeza para apresentar o pavilhão, imprimindo personalidade ao bailado.

A União de Maricá calou seus críticos com um canto vigoroso. O pré-refrão “e a quem renega a mulherada, vai dormir com esse barulho” e o refrão principal foram entoados com potência por toda a escola. Zé Paulo Sierra conduziu o samba com precisão e firmeza, em um samba feito sob medida para seu canto melodioso, apoiado por arranjos vocais de excelente qualidade executados pela equipe do carro de som. No paradão realizado durante o desfile, a comunidade respondeu de forma constante e aguerrida, sustentando o ritmo do samba sem perder o fôlego. A evolução da escola combinou técnica e fluidez, garantindo uma passagem bem organizada pela pista. Ainda assim, merecem atenção os espaços que surgiram entre o primeiro casal e a ala performática em alguns momentos do trajeto.

Chamou atenção a performance de Carlinhos Salgueiro, que surgiu com máscara de pedras e capa prateada, criando momentos de grande impacto cênico ao interagir com o público e ao revelar diferentes camadas do figurino. A ala de Maculelê, que veio logo depois de Carlinhos, também se destacou com uma coreografia dinâmica, repleta de giros e, sobretudo, com muita vitalidade na dança.









