Por Matheus Mattos. Fotos: Felipe Araújo/Liga-SP

Última agremiação a ensaiar na noite de sábado, no Anhembi, o Império de Casa Verde passou no Sambódromo sob muita expectativa, principalmente, por dois fatores. O primeiro era que repetissem o nível de treino do último carnaval, e, segundo, era o fato de ser a única agremiação das cinco melhores que ainda não tinha passado pelo Anhembi.

Com o céu limpo, a agremiação trouxe um número grande de componentes, uma evolução mais solta em comparação ao ano passado e carro de som com uma passagem bastante eficiente. Antes de iniciar o alusivo do samba de 2020, Carlos Júnior discursou e enfatizou: “Vamos deixar de soberba, precisamos colocar os pés no chão e fazer um grande desfile. Não somos melhores que ninguém”.

Na segunda passagem do samba, a comissão de frente já estava na monumental. Uma clara estratégia da escola pra não cometer o mesmo erro do ano anterior, principalmente pela largura do abre-alas.

Evolução

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A escola traz muitas variações de coreografias entre as alas, porém com um número menor de alas coreografadas que 2019. Pôde-se notar uma escola mais solta, mais leve durante o trajeto. A primeira ala tem coreografias bem realizadas e com ótimo sincronismo. A entrada na recuo ameaçou causar algum problema, até pelo pequeno buraco que se abriu na ala da frente. Mas, como os diretores de harmonia estavam atentos, o detalhe foi concertado rapidamente. Logo no início do refrão de cabeça, os componentes realizam um jogo de braço feito com bastante entrosamento. Porém, logo no último setor notou-se uma queda de animação dos desfilantes.

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Comissão de frente

A ala tem ótimo pontos a serem observados, principalmente no desfile. O quesito evolui com 5 caixas, cada uma mede por volta de 1 metro. No ensaio, os integrantes retiravam uma espécie de bandeja de dentro. Os bailarinos também misturam danças da cultura libanesa. Os homens estavam com os lenços tradicionais do enredo e as mulheres vestidas como dançarinas do ventre.

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Samba-enredo

O desempenho e tranquilidade do intérprete Carlos Júnior foi um dos grandes destaques da noite. O cantor estava literalmente brincando de ensaiar, fez aberturas de vozes, pediu animação dos desfilantes e palmas para arquibancada, e até ameaçou uma batida de funk com a boca em frente à monumental. A ala musical do Império também teve créditos. Os cantores seguraram firmemente a afinação sem deixar de fazer aberturas e contracantos, como no trecho “Guardiões da terra prometida”.

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“Eu to muito feliz com a ala musical esse ano. Se fosse colocar na pista do lápis, não daria pra juntar todas essas vozes. Sentamos, conversamos e demos um jeito. Até por isso estou conseguindo sair dos ensaios com mais voz. Hoje eles mostraram que eu posso ficar a vontade. Estou muito feliz. Claro que ainda faltam alguns dias, mas acho que vai vir coisas boas pra ala musical”, promete o intérprete Carlos Júnior.

Harmonia

Os primeiros setores apresentaram um bom domínio da letra do samba e clareza na pronúncia. Porém, conforme os próximos setores chegavam, o nível de domínio foi caindo. Alguns componentes não cantavam e sentiam dificuldades de acompanhar. O trecho “Oh meu Brasil” é um dos trechos mais cantados com entusiamo.

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“A gente tinha que tirar essa expectativa, todo mundo já tinha passado e a gente não. Tem a questão do nervosismo, mas a gente tratou isso. Hoje pra nós foi um desfile. Foi muito legal, claro que tem pontos a serem corrigidos, estamos satisfeitos”, contou Serginho, Diretor de Harmonia.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Rodrigo Antonio e Jessica Gioz trabalharam com dois tons do azul. O mestre-sala vestiu um terno com a cor mais escura, e a Jessica bailou com um vestido azul mais claro. A dança do casal seguiu uma característica mais clássica, com maior atenção aos movimentos e finalização. O espaço do casal é bem extenso, mas são preenchidos por guardiões, todos eles com coreografias.

“A gente vem trabalhando bastante desde Julho, com acompanhamento de coreógrafa. Estamos bem tranquilos, bem leves e com uma dança diferenciada”, disse Rodrigo.

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“O andamento da escola ajudou bastante, foi de acordo com o planejado. Isso facilitou e fez com a gente saísse bem satisfeito”, finalizou Jessica Gioz.

Bateria

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A Barcelona do Samba ensaiou com um ritmo firme e ótima sustentação do andamento. A bateria traz duas bossas, com chamadas de repiques com bastante informação, explosão no ataque das caixas e desenhos de tamborins seguindo a melodia.

“É a primeira vez que a bateria faz o técnico aqui nessa temporada. Claro,a gente tem muito o que melhorar, temos mais um técnico de bateria aqui e dia 14 mais um geral. Mas fizemos um bom ensaio, mas ciente das coisas que devemos melhorar”, finalizou Mestre Zoinho.

Outros destaques

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Assim como citado logo no início, abre-alas é um dos grandes destaques do desfile. Questionado durante o ensaio, Flávio Campello revelou que alegoria terá 75 metrôs de largura. O início traz passistas e na parte de trás uma ala coreografada.

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