Compositor: Zezinho Professor
Arranjo e produção da gravação: Vinícius Bola
Intérprete: Tiãozinho Cruz
O Império hoje é Lia de Itamaracá
Nasceu em Pernambuco, entre o mangue, o rio e o mar,
Cresceu ouvindo as ondas roçando a branca areia,
Aprendeu ciranda no colo de mamãe sereia.
Brincou desde menina de poesia sob o sol,
Ouvia Janaína na folia do tambor,
Com fé na Senhora da Conceição.
As águas são a sua inspiração.
O verde nascente de Oxum
Se mistura com o azul de Iemanjá;
O encontro das ondas acolhe Nanã,
Soberana e serena, a Velha Iabá
Veio da “pedra que canta”, dos coqueirais
O Forte de Orange, os canaviais,
A Igreja do Pilar, a Santa Padroeira
De Itamaracá, onde Lia foi merendeira.
Brincava, assim, do carnaval até o Dia de Reis:
Fandango, coco e no São João,
Nas marujadas e no Pastoril;
Lá ia ela, cantando no reisado, no terreiro,
Festa o povo faz o ano inteiro,
Queria ser artista do Brasil.
Com Lia eu vou atrás do frevo do Galo,
Vou aos Caboclinhos, de Rei ou Rainha;
Visto o papangu, toco o maracatu,
Seguindo os clarins do Elefante de Olinda
Descendo a ladeira, eu vim da Formiga,
Trouxe a Sinfonia Imperial
Vim de verde e branco sambar com alegria:
Folias de Lia é meu carnaval.