Após visita da diretoria da Imperatriz Leopoldinense e do carnavalesco Leandro Vieira às principais casas de candomblé da Bahia, o Terreiro Casa Branca do Engenho Velho (Ilê Axé Iyá Nassô Oká), o primeiro do Brasil, confirmou que irá colaborar com as informações ligadas ao enredo “ÓMI TÚTÚ AO OLÚFON- Água fresca para o Senhor de Ifón”.
No mês passado, a presidente Catia Drumond e Leandro estiveram no terreiro para se aprofundar nos conhecimentos e saberes da temática, e foram recebidos pela Ekedi Sinha e por um Mogbá da casa, senhor Antônio Luís.
O carnavalesco, responsável pelo o desenvolvimento do enredo que irá para a Marquês de Sapucaí, festeja a parceria e se sente privilegiado pela possibilidade de consultar o tão respeitado patrimônio religioso e cultural brasileiro, resguardado pela história da Casa Branca, fundada na primeira metade do século XIX, e hoje sob liderança da ialorixá Mãe Neuza de Xangô Aganjù.
“O Terreiro Casa Branca guarda a oralidade de tradições ancestrais. Ter contato com quem faz o sagrado vivo é ter acesso a uma imensa biblioteca de bocas que guardam palavras, como quem guarda livros de valor incalculável. Para mim, que tenho gosto pela pesquisa, desfrutar da possibilidade de acesso à sabedoria da casa é poder exercer a atividade de enredista e carnavalesco de mãos dadas com o respeito e a reverência”, afirma Leandro.
O terreiro Casa Branca do Engenho Velho foi tombado pelo IPHAN em 1984, e é o primeiro monumento da cultura negra a ser considerado Patrimônio Histórico do Brasil, além de ser aclamado como a “mãe de todas as casas de santo da Bahia”.